Ao contrário do ano passado, quando a maioria do empresariado de São Paulo notava menos movimento de consumidores, o Natal deste ano está em um misto de pessimismo e otimismo. No começo do mês, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) perguntou a eles sobre as vendas para a data – e ouviu de 39% que elas estavam menores do que no ano passado, enquanto outros 38% disseram que estavam vendendo mais do que em 2022.
Na sondagem do ano passado, ao contrário, 66% apontavam queda nas vendas em relação ao ano anterior – e apenas 9% de declaravam aumento. Ou seja, há uma melhora significativa no desempenho de 2023.
A Federação entrevistou 200 lojistas da cidade de São Paulo e região entre os dias 2 e 13 de dezembro de 2023.
Na análise da Federação, os números melhoraram neste ano por diversos fatores. Um deles é o crescimento da economia brasileira, que deve chegar perto de 3% em 2023, segundo as previsões consolidadas do mercado. Além disso, a inflação segue em desaceleração, o que abre espaço no orçamento doméstico das famílias, assim como a melhora do mercado de trabalho: a taxa de desocupação caiu para 7,6% no trimestre entre agosto e outubro, menor patamar desde 2015, enquanto quase 1,8 milhão de empregos formais foram gerados no país e cerca de 500 mil no Estado de São Paulo entre janeiro e outubro.
Nesse cenário, os lojistas estão se preparando para uma demanda mais intensa. Um terço (34%) disse que está trabalhando com um estoque maior de produtos do que na mesma época de 2022.
Entretanto, eles estão menos propensos a oferecer promoções neste Natal do que no de 2022. Na pesquisa, 39% dos empresários disseram que vão adotar essa estratégia – número que era de 49% no ano passado. Os descontos (34%) e as vendas parceladas sem juros (31%) são as principais modalidades desse tipo de ação
E OS CONSUMIDORES?
Em outra pesquisa elaborada pela FecomercioSP, desta vez com consumidores, a Entidade descobriu que roupas, brinquedos e perfumes serão os presentes mais comuns nas festas dos paulistanos. No estudo, mais de um terço (37%) dos entrevistados disse que pretende comprar alguma peça de vestuário para presentear familiares e amigos, enquanto 18% responderam que querem adquirir brinquedos e 15%, cosméticos. Esse resultado não é trivial, já que a maior parte dos participantes da pesquisa (23%) alegou que, de fato, também gostaria de ganhar roupas na ocasião, enquanto 11% esperam receber perfumes.
O estudo ainda mostra uma queda, na cidade, na intenção de compra para o Natal em 2023: 57% vão comprar presentes para a data — número que era de 60% em 2022, quando a Federação fez a mesma pergunta aos paulistanos. Filhos, mães e companheiros serão os mais presenteados. Por outro lado, agora, há uma quantidade maior de gente que pretende gastar mais do que no mesmo período do ano passado. Naquela ocasião, 32% dos ouvidos diziam estar dispostos a pôr a mão no bolso para comprar um presente. Hoje, a margem é de 37%.