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Após a queda no fim do ano passado, o nível de confiança do empresariado paulistano seguiu melhorando em fevereiro, segundo o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O indicador cresceu 2% em relação a janeiro, passando de 108 pontos, no primeiro mês do ano, para 110,2 pontos, em fevereiro [gráfico 1]. É o maior resultado desde outubro de 2023, às vésperas da Black Friday, quando o ICEC estava na casa dos 117,2 pontos. 

A melhora da conjuntura econômica, diante do ciclo de redução dos juros, assim como a inflação e o endividamento em queda, colabora para deixar os empresários mais otimistas. Além disso, há uma grande expectativa de aumento nas receitas para o setor do Comércio em 2024, motivado pelos resultados do ano passado. 

Na comparação com fevereiro de 2023, porém, o indicador caiu 1,9%, o que sinaliza que, no começo do ano passado, as expectativas estavam ligeiramente mais altas. 

[GRÁFICO 1]

ÍNDICE DE EXPANSÃO DO COMÉRCIO (ICEC)

Série histórica (12 meses)

Fonte: FecomercioSP 

Se alguns números que conformam o ICEC reforçam esse aumento da confiança, como o Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) — que mensura a realidade presente do empresariado e subiu significativamente (7,2%), passando de 86,1 pontos, em janeiro, para 92,2 pontos, neste mês, ou mesmo a percepção de avanço da economia brasileira (3,6%) —, outros apontam um cenário ainda de cautela.  

O Indicador de contratação de funcionários, por exemplo, ressecou 1,3% em fevereiro, com uma retração ainda mais relevante (-3,8%) na comparação com o mesmo mês do ano passado. No auge do índice, em julho passado, estava na casa dos 119,7 pontos — enquanto, hoje, está em 113,3 pontos, uma queda de 5,3% [gráfico 2]. 

[GRÁFICO 2]

INDICADOR DE CONTRATAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS (IC)

Série histórica (12 meses)

Fonte: FecomercioSP 

Da mesma forma, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que mede o quanto os players do setor estão dispostos a injetar recursos nos negócios, caiu 2%, apontando que os empresários estão segurando recursos. O nível de investimentos das empresas confirma essa conjuntura, com reduções de 1,5%, na comparação mensal, e de 2,7%, na anual. 

ESTOQUES INADEQUADOS

Os empresários paulistanos também seguem receosos quanto ao fluxo dos estoques no início de ano. O índice de Estoques (IE) recuou 0,3%, ao passar de 117,6 pontos, em janeiro, para 117,3 pontos, em fevereiro. No entanto, em comparação a fevereiro do ano passado, o indicador avançou 5%. Ainda assim, a proporção dos empresários que relatam estoques adequados segue maior do que os que alegam inadequação: 56,8% contra 24,7%, respectivamente.  

Segundo a FecomercioSP, o ano começou com otimismo, apesar de pedir certa cautela. A Federação orienta que os empresários se planejem para as incertezas econômicas, criem boas estratégias de vendas e façam uma gestão inteligente dos estoques para aumentar as receitas. Optar por liquidações, por exemplo, é uma boa forma de reduzir o volume de produtos com boas conversões. Isso aumenta as receitas e abre espaço para realizar novos investimentos. 

BOLETIM DE INVESTIMENTOS | PRINCIPAIS INDICADORES

ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO (ICEC)

PONTUAÇÃO(%) VARIAÇÃO JAN/FEV(%) VARIAÇÃO FEV23 – FEV24 
110,22-1,9

ÍNDICE DE EXPANSÃO DO COMÉRCIO (IEC)

PONTUAÇÃO(%) VARIAÇÃO  JAN/FEV(%) VARIAÇÃO FEV23 – FEV24 
103,8-1,4-3,3

ÍNDICE DE ESTOQUES (IE)

PONTUAÇÃO(%) VARIAÇÃO JAN/FEV(%) VARIAÇÃO FEV23 – FEV24 
117,3-0,35

Foto: Freepik