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Queda da inflação incentiva primeira alta da confiança do comerciante em 2023

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aumentou 2,5% em abril, descontados os efeitos sazonais. A alta no mês, que fez o indicador atingir 111,3 pontos, interrompeu a série de quatro quedas do otimismo dos varejistas, observadas desde novembro. No comparativo com o mesmo mês de 2021, no entanto, houve queda de 5,7%, especialmente no que diz respeito às condições da economia e do setor do comércio, que eram maiores no ano passado. Porém, em relação a março, todos os indicadores do Icec apontaram crescimento, reanimando a confiança do setor. O destaque foi a melhor percepção das condições presentes na economia: embora o indicador, que ficou em 75,5 pontos, esteja no menor nível desde junho de 2021, foi o que mais cresceu no mês, com alta de 8,8%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março surpreendeu positivamente, alcançou 4,65% em um ano, abaixo do esperado pelo mercado e dentro do intervalo da meta de inflação do Banco Central, que era de 4,75%, pela primeira vez desde janeiro de 2021. Além disso, a inflação de serviços caiu, e o índice de difusão, que representa a quantidade de itens que tiveram aumento de preços, atingiu 59,9 pontos e é o segundo menor desde agosto de 2020. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, diversos fatores explicam a melhoria do otimismo do empresário brasileiro. “A conjuntura mais propícia da inflação levou o comerciante a ter esperança na melhoria das transações comerciais e no começo da diminuição das taxas de juros no País”, afirma. Segundo Tadros, com a inflação sob controle, o poder de compra dos consumidores aumenta e, consequentemente, as vendas. “Além disso, a redução das taxas de juros estimula o investimento e o crescimento econômico, criando um ambiente mais favorável aos negócios”, reforça o presidente da Confederação. Dia das Mães traz otimismo Com a inflação mais controlada e faltando menos de duas semanas para o Dia das Mães, segunda principal data comemorativa do varejo em relação ao incremento nas vendas, cresceu pela segunda vez consecutiva a proporção de varejistas esperando ampliação das vendas no curto prazo, atingindo 79% do total de entrevistados. Conforme Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa, esse resultado também é embasado na intenção de compras do consumidor, que, neste mês, ganhou fôlego com a melhor percepção sobre o nível de consumo e a renda, como mostrou a pesquisa da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de abril. “Com o consumidor mais disposto a consumir, incluindo os de rendas média e baixa, o varejista se prepara para um segundo trimestre melhor em termos de vendas, momento do calendário que concentra Dia das Mães e Dia dos Namorados”, explica Izis Ferreira. As expectativas para o desempenho mais favorável das vendas no curto prazo avançaram em abril entre todos os segmentos de lojas incluídos no Icec, embora, na comparação anual, o indicador ainda aponte redução. A inflação mais baixa e a perspectiva de que os juros podem cair em breve fizeram até mesmo as perspectivas de vendas dos lojistas de produtos duráveis ampliarem 4%. Contratações à vista O restabelecimento da tendência de alta das expectativas trouxe ânimo para a contratação de funcionários: 64,4% dos tomadores de decisão do varejo pretendem contratar, proporção que também cresceu no mês, primeiro aumento desde novembro de 2022. Os preços do vestuário, segmento que sofreu com o aumento de 18% nos preços, no ano passado, tiveram deflação acumulada no primeiro trimestre deste ano, com queda de 0,2%. Esse fôlego, em conjunto com a chegada das estações mais frias, fez com que a intenção de contratar ficasse em nível mais alto entre os varejistas de roupas, calçados e acessórios – o indicador atingiu 122 pontos com o crescimento de 2,8% em abril no comparado com março. Já entre os comerciantes dos segmentos de supermercados e farmácias, o aumento da intenção de contratações foi mais expressivo, de 5,6%, o que levou o índice a 115,3 pontos. A inflação de alimentação no domicílio perdendo força traz melhores perspectivas para o desempenho das vendas de alimentos e bebidas. Já no varejo de produtos duráveis, o crescimento foi de 5,3%, percentual que fez o indicar chegar a 116,2 pontos. Confira a análise completa do Icec

Com queda da inflação, otimismo do consumidor é o maior desde março de 2020

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou 3,1% em abril, descontados os efeitos sazonais. Com isso, o índice atingiu o maior nível (97,1 pontos) desde março de 2020. Entre os indicadores que compõem o ICF, o nível de consumo atual registrou a maior alta em abril, de 4,8%. Embora ele esteja na zona negativa, com 81,4 pontos, o crescimento foi o mais expressivo desde maio de 2018. Os consumidores também apontaram maior intenção de consumo de produtos duráveis, mas a alta tem relação com a base de comparação muito baixa. Entre as causas do maior otimismo está a evolução da inflação, que surpreendeu positivamente em março. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) anual alcançou 4,65%, abaixo do esperado pelo mercado e dentro do intervalo da meta de inflação do Banco Central, que é de 4,75%. Além disso, a inflação de serviços caiu, e o índice de difusão, que representa a quantidade de itens que tiveram aumento de preços, é o segundo menor desde agosto de 2020. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o resultado favorável do ICF de abril é uma ótima notícia para o setor terciário. “Com a diminuição da inflação superando as expectativas na conclusão do primeiro trimestre, no qual os orçamentos estavam comprometidos com gastos sazonais como pagamento de impostos, compra de material escolar e férias, por exemplo, os consumidores iniciam o segundo trimestre de 2023 com a disposição renovada para o consumo”, afirma. Satisfação com emprego e renda Conforme a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, “a dinâmica mais favorável do nível de consumo atual também está associada à maior satisfação com o emprego”. A contínua geração de vagas formais e contratação de pessoas com menor nível de escolaridade pelo setor de serviços fez o índice alcançar o maior nível entre todos os indicadores da pesquisa, com 121,4 pontos. Outro ponto ressaltado por Izis Ferreira é o indicador de avaliação da renda atual, que avançou 3% em março, elevando o indicador para 114,7 pontos. Esse também é o nível mais alto desde antes da pandemia. A proporção de consumidores que consideram a renda de hoje melhor do que há um ano foi de 36% dos entrevistados, também a maior em três anos. Queda da inflação aumenta intenção de consumo entre famílias com menos renda A taxa de crescimento da intenção de consumo entre as famílias com renda menor acelerou 3% em março, levando a intenção de compra dos consumidores com até 10 salários mínimos a 94,5 pontos. Embora ainda no espectro negativo, com essa elevação, o índice se aproximou da faixa de rendimento acima de 10 salários mínimos, que ficou em 110,8 pontos, já na zona de otimismo. Além disso, 34% dos consumidores de alta renda consideraram seus rendimentos melhores do que há um ano, o maior índice também desde antes da pandemia. Izis Ferreira destaca ainda o crescimento do otimismo entre as mulheres. O indicador avançou 29,4% em um ano para o público feminino, enquanto a intenção de compra dos homens cresceu 21,9% no mesmo período. “Com mais mulheres ingressando no emprego formal desde o ano passado, a percepção delas sobre a segurança no emprego e na renda também tem melhorado”, analisa a economista da CNC. Acesse a análise completa e a série anual da ICF