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Governo adia por 3 meses portaria sobre trabalho nos feriados

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) entende que a suspensão, por mais 90 dias, do início da vigência da Portaria MTE nº 3.665/2023 prestigia a negociação entre os atores sociais envolvidos e a busca por um consenso que seja benéfico para a segurança jurídica das empresas e para a sociedade. A Portaria, que estabelece a necessidade de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para liberar o trabalho no comércio aos feriados, deve entrar em vigor no dia 1º de junho deste ano; até lá seguem valendo as atuais condições. A CNC também reconhece que a atitude do Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reafirma o seu propósito de prestigiar o diálogo sempre. Saiba mais: Trabalho nos feriados: CNC negocia nova proposta com Ministério e centrais sindicais foto: Freepik

Confiança dos varejistas aumenta pelo segundo mês consecutivo

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou o segundo aumento consecutivo em fevereiro, subindo 2,4%e, com isso, atingindo 109,7 pontos. descontados os efeitos sazonais. Apesar da melhora, o indicador ainda está 4,9% abaixo do que registrava no mesmo período do ano anterior. A confiança dos varejistas em relação às condições atuais da economia teve o maior crescimento mensal, de 8,5%. No comparativo anual, no entanto, foi o que mais caiu, com redução de 18,8%. A análise das condições atuais do setor teve o segundo maior avanço: 5,6% de aumento no mês e no ano; entretanto, uma queda de 17,2%. As duas variáveis foram responsáveis pelo fato de o indicador das condições atuais – que avalia a economia, o setor e a empresa – ter tido o maior crescimento mensal, de 5,7%, apesar de ser o único ainda abaixo da zona de satisfação. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, isso revela que os varejistas ainda não estão satisfeitos com o momento atual da economia e do comércio, apenas menos pessimistas. “A confiança do setor está crescendo, mas ainda há desafios a serem superados, como o alto custo do crédito e a inadimplência. A priorização do consumo em bens essenciais também é um fator a ser observado”, aponta Tadros. Expectativas para o futuro são positivas O indicador que mede as expectativas dos comerciantes teve incremento de 1,8% no mês, além de apresentar a primeira taxa anual positiva (+1,9%) desde novembro de 2022. Todos os subitens (expectativa em relação à economia, ao setor e à empresa) estão acima do nível de satisfação e são os únicos em condições superiores às de fevereiro de 2023. A expectativa que mais subiu é a referente à economia: o aumento mensal foi de 2,6%, e, no ano, o crescimento foi de 4,4%. Mas o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, alerta que, apesar do otimismo com o futuro, os varejistas ainda enfrentam desafios. A taxa de juros para empresas, embora tenha diminuído em relação ao ano passado, ainda está alta (18,4%). Além disso, a inadimplência das empresas aumentou de 2% para 3,5% entre dezembro de 2022 e 2023, dificultando o acesso ao crédito. A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada pela CNC, revelou maior preocupação das famílias em organizar seu orçamento, colocando o consumo em segundo plano. “A perspectiva para consumir permaneceu em declínio em fevereiro, mas o percentual de consumidores que pretendem reduzir as compras também vem caindo, o que impacta positivamente a expectativa dos comerciantes em relação aos próximos meses”, afirma Felipe Tavares. Investimento em capital humano é o único em nível satisfatório O indicador que mede as intenções de investimento teve o menor crescimento, de apenas 0,8%, com todos os componentes abaixo do resultado de fevereiro de 2023. O investimento em capital humano foi o único em nível satisfatório, mas a proporção dos comerciantes que pretendem reduzir suas contratações nos próximos meses segue aumentando, atingindo 40,3% em fevereiro de 2024, o maior nível desde maio de 2021. Segmentação por atividade A confiança do empresário do comércio melhorou em fevereiro nos três grupos de lojas do varejo pesquisados: supermercados, farmácias e lojas de cosméticos; roupas, calçados, tecidos e acessórios; e eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e decoração, material de construção e veículos. Os varejistas de produtos de primeira necessidade são os mais otimistas, com aumento de 4,2% no índice. Depois, vêm os vendedores de produtos duráveis, cujo crescimento do indicador foi de 2,3%, seguidos pelos comerciantes de vestuário, tecidos e calçados, com alta mais tímida, de 0,9%. Supermercados, farmácias e lojas de cosméticos são as atividades que tiveram a maior alta no que diz respeito à avaliação das condições atuais (aumento de 11% no mês). Porém, esse mesmo segmento foi o que teve a maior queda no ano, de 23,1%. Confira a análise completa e a série histórica Foto: Freepik

FGTS Digital: nova plataforma entra em vigor em março; veja as mudanças para empresas e trabalhadores

O lançamento oficial da plataforma FGTS Digital está marcado para 1º de março, prometendo revolucionar a gestão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para milhões de brasileiros. Este sistema, desenvolvido pelo Governo Federal, foi desenhado para simplificar as operações relacionadas ao FGTS, incluindo recolhimentos e consultas, através de uma interface integrada e eficiente. Transformações Introduzidas pelo FGTS Digital Gestão Integrada: A nova plataforma integra o FGTS a outros sistemas, facilitando a gestão por parte dos empregadores e garantindo maior precisão nos dados. Cálculo via eSocial: O valor do FGTS será calculado automaticamente a partir das informações fornecidas através do eSocial, minimizando erros e discrepâncias. Pagamento via Pix: A modernização inclui a opção de pagamento do FGTS por meio do Pix, agilizando o processo de recolhimento.Nova Data de Vencimento: O prazo para pagamento do FGTS passa a ser até o vigésimo dia do mês subsequente ao trabalhado, alterando a dinâmica de vencimento. Agilidade na Regularidade: As eventuais irregularidades serão detectadas mais rapidamente, afetando a emissão do Certificado de Regularidade do FGTS. Consulta Facilitada para Trabalhadores: Os trabalhadores terão acesso facilitado às informações sobre seus depósitos de FGTS, incluindo datas e valores, através da plataforma digital. Como Acessar o FGTS Digital Para acessar a plataforma FGTS Digital, os interessados devem visitar o site oficial do Fundo de Garantia e realizar o login utilizando sua conta Gov.BR. Uma vez logado, o usuário poderá visualizar todos os detalhes referentes ao seu FGTS de maneira simplificada e totalmente online. Expectativas e Benefícios Com a implementação do FGTS Digital, espera-se que tanto trabalhadores quanto empregadores se beneficiem de um sistema mais ágil, transparente e eficaz. A facilidade de acesso às informações e a simplificação dos processos de recolhimento e consulta são passos importantes na modernização da gestão trabalhista no Brasil. Este avanço representa um marco significativo na forma como o FGTS é administrado no país, prometendo melhorar a experiência de milhões de brasileiros que dependem desse fundo para a realização de seus projetos de vida. Fonte: Mixvale Foto: Reprodução: site FGTS

Desenrola para empresas: governo e Sebrae preparam lançamento para os próximos dias

O Governo Federal está na etapa final de implementação do Desenrola Brasil, uma iniciativa voltada para fortalecer o setor dos pequenos negócios no país. Segundo informações adiantadas pelo presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Décio Lima, durante uma agenda do Sebrae Pelo Brasil em Tocantins, o lançamento da nova política de crédito destinada aos empreendedores está previsto para os próximos dias. Décio Lima tem agendado um encontro para a próxima semana com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, visando finalizar os últimos detalhes do projeto. Uma das principais ênfases destacadas pelo presidente do Sebrae é a necessidade premente de desenvolver uma política de crédito que atenda de maneira eficaz às demandas dos microempreendedores individuais (MEI) e das micro e pequenas empresas (MPE). Estas últimas representam atualmente cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e são responsáveis pela geração de oito em cada dez postos de trabalho no país. “Nós identificamos uma parcela significativa, aproximadamente 6,5 milhões, de empreendedores que, embora tenham conseguido acesso a crédito, não direcionado especificamente para suas micro e pequenas empresas. Como resultado, enfrentam dificuldades para obter recursos financeiros e, consequentemente, muitos se encontram em situação de inadimplência. Nosso objetivo é restaurar a confiança desses empresários, proporcionando-lhes as condições necessárias não apenas para sobreviver, mas também para prosperar”, ressaltou Décio Lima. Este movimento visa impulsionar a recuperação econômica pós-pandemia e promover um ambiente mais favorável para o crescimento e desenvolvimento dos pequenos negócios em todo o território brasileiro. Fonte: Portal Contábeis – com informações do Sebrae Foto: Freepik

Mercado eleva para 1,68% projeção de expansão da economia em 2024

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu, passando de 1,6% para 1,68%. A estimativa está no boletim Focus desta quinta-feira (22), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) – é de crescimento de 2%, a mesma projeção para 2026 e 2027. Superando as projeções, no terceiro trimestre do ano passado a economia brasileira cresceu 0,1%, na comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE. Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi 3,2%. Com o resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível de antes da pandemia, registrado nos três últimos meses de 2019. Os dados do quarto trimestre de 2023, com o consolidado do ano, serão divulgados pelo IBGE em 1º de março. A previsão de cotação do dólar está em R$ 4,93 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5. Inflação Nesta edição do Focus, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – para 2024 passou de 3,82% para 3,81%. Para 2025, a projeção da inflação subiu de 3,51% para 3,52%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,5% para os dois anos. A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância. Em janeiro, pressionada pela alta dos alimentos, a inflação do país foi 0,42%, abaixo do apurado em dezembro, de 0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA soma 4,51%. Taxa de juros Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela quinta vez consecutiva, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. A segunda reunião do ano do Copom está marcada para 19 e 20 de março. Em comunicado, o Copom indicou que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista “necessária para o processo desinflacionário”. O órgão informou que a interrupção dos cortes dependerá do cenário econômico “de maior prazo”. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 8,5% ao ano e se mantenha nesse patamar em 2026 e 2027. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. Fonte: EBC – Agência Brasil Foto: Freepik

Mirassol receberá a Loja do Futuro, projeto gratuito que agrega inovação ao varejo

Na próxima quinta-feira (29), acontecerá na cidade de Mirassol o evento de lançamento do Programa Loja do Futuro — um conjunto de iniciativas que exploram tecnologias, estratégias e práticas inovadoras para aprimorar a experiência do varejo e melhorar o desempenho de pequenos negócios. Desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o projeto será implantado na cidade por intermédio de parceria com o Sincomercio de Mirassol, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). As inscrições para o lançamento são gratuitas e podem ser feitas aqui ou pelo telefone (17) 3242-3421. Durante o evento, o especialista em facilitação de processos criativos, Igor Drudi, fará uma palestra sobre Inteligência Artificial (IA) no varejo. Ele é mestre em Desenvolvimento Socioeconômico pela Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (Unesc). A ideia é que os empresários da região se atualizem sobre o tema e conheçam como será a trilha de capacitação da Loja do Futuro na cidade. Para a presidente do Sincomércio de Mirassol, Gisela Lucas de Araújo Lopes, a Loja do Futuro dará ao comerciante a oportunidade de transformar o próprio negócio. “O programa vai trazer ao empresariado da região um conjunto de cursos, oficinas e consultorias com o objetivo de melhorar a gestão e aumentar o faturamento”, ressalta a presidente da entidade. Gisela destaca ainda que a participação na Loja do Futuro será gratuita, sem gerar custos às empresas. O programa é inspirado nas tendências e tecnologias exibidas nas últimas edições das feiras internacionais NRF, de Nova York, e Euroshop, em Düsseldorf, na Alemanha. Além da palestra, o programa contempla oficina sobre experiência do cliente, cuidados com o uso da IA, diagnóstico de maturidade digital e outras soluções que podem ser personalizadas, como consultorias. Mirassol será a primeira cidade a receber o programa do Sebrae-SP. A parceria com a FecomercioSP e os sindicatos do Comércio Varejista locais possibilitará a ampliação da Loja do Futuro para todas as regiões do Estado de São Paulo. ServiçoLançamento do Programa Loja do FuturoQuando: 29 de fevereiroHorário: às 19hOnde: Sincomercio Mirassol — Rua 7 de Setembro, 1875, Mirassol/SPInscrições: acesse aqui ou ligue para (17) 3242-3421Evento gratuito | Vagas limitadas 

Intenção de Consumo das Famílias tem o melhor fevereiro desde 2015

Pelo terceiro mês consecutivo, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 0,5% em fevereiro, em relação ao mês anterior, mas ainda segue na zona de satisfação, aos 105,7 pontos. No entanto, o índice, apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou o melhor valor para fevereiro desde 2015. Os dados apontam uma recuperação da pretensão de consumir em relação aos anos anteriores, com um crescimento de 10,4% na comparação com fevereiro de 2023. “Sabemos que a preocupação das famílias em honrar suas dívidas é uma questão central nos lares brasileiros, sobretudo aqueles de média e baixa rendas. Mesmo assim, fevereiro trouxe ganhos importantes para a economia brasileira, mostrando que há condições favoráveis ao consumo”, destaca o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais baixo e a inflação mais controlada, o índice que mede a satisfação em relação à renda atual avançou 0,3%, atingindo 124,7 pontos. O índice de satisfação com a renda atual foi o único que aumentou – a maior queda foi do índice sobre a perspectiva profissional, que caiu 1,6% e chegou aos 117,2 pontos. Preferência é quitar dívidas O índice que mede a percepção sobre como está o cenário para compra de bens duráveis é o que está mais pessimista, aos 73,5 pontos (abaixo da zona de satisfação, que é acima de 100 pontos). No mês, houve uma queda de 1,1%. Isso porque, apesar das melhores taxas de juros, o saldo da carteira de crédito das pessoas físicas vem desacelerando em relação aos resultados do ano passado, mostrando menos procura por esses itens. Ainda assim, no que diz respeito à variação anual, o indicador foi o que mais aumentou: 34,1%. Além disso, o acesso ao crédito teve o menor crescimento em comparação a fevereiro de 2023 e taxa mensal negativa pelo terceiro mês seguido, o que contribui para a percepção de que o efeito positivo da redução dos juros vem se esgotando no aquecimento do consumo. “Observando, também, a redução da inadimplência, podemos concluir que as famílias estão aproveitando o crédito mais barato para ajustar seus orçamentos em vez de fazer novos compromissos”, explica o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares. Medo da inadimplência “A atenção das famílias brasileiras com o planejamento financeiro vem mostrando resultado no mercado de crédito e, apesar de enfraquecer o consumo, a intenção de compra permanece melhor do que em anos anteriores”, ressalta Tavares. O subindicador que mede a perspectiva de consumo para os próximos três meses segue na área de satisfação, aos 109,7 pontos e aumento de 7,8% na comparação com fevereiro do ano passado, apesar da queda de 0,7% em relação a janeiro. A cautela com a inadimplência é puxada, sobretudo, pelas famílias das classes média e baixa. As famílias mais ricas continuam utilizando o crédito para fazer suas compras (o indicador que mede a percepção de acesso ao crédito aumentou 0,4% para essa faixa de renda). Para os que recebem menos de dez salários mínimos, o índice caiu 0,7%, a terceira queda mensal seguida. Conforme analisa Felipe Tavares, isso ocorre porque as famílias de menor renda são mais vulneráveis à evolução dos juros porque estão mais endividadas, como aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também realizada pela CNC. Dessa forma, são mais incentivadas a liquidar seus débitos do que consumir. “Por estarem devendo mais, as famílias de menor renda priorizam o ajuste do seu orçamento, enquanto as com maiores rendimentos já enxergam um futuro com mais condições de consumo”, acrescenta o economista-chefe da Confederação. O indicador sobre a perspectiva de consumo das famílias consideradas ricas interrompeu a tendência negativa iniciada em agosto do ano passado e permaneceu neutro neste mês. A maior capacidade financeira dessas famílias deve apoiar, nos próximos meses, a reversão das quedas observadas no índice geral da ICF. Acesse a análise completa e a série histórica da ICF foto: Freepik

Abilio Diniz, um pioneiro no varejo brasileiro

É com profundo pesar que recebemos a triste notícia do falecimento do estimado empresário Abilio Diniz. Neste momento difícil de perda, expressamos nossas mais sinceras condolências à família, aos amigos e às pessoas próximas. Um líder notável, cuja visão pioneira revolucionou a história do setor varejista no Brasil, principalmente pela capacidade de adaptação às mudanças do mercado, pela habilidade de identificar oportunidades e pela determinação para enfrentar desafios.  O seu trabalho inspirou milhares de pessoas, assim como a sua vida além do profissional de sucesso — ao lado da família e dos amigos. Em honra à memória do empresário, esperamos que o seu exemplo seja perene para as gerações futuras e que o seu legado inestimável continue inspirando e fortalecendo o empreendedorismo no País.  Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A inadiável modernização do Estado

Por Abram Szajman* Os indicadores econômicos de 2023 foram melhores do que as previsões iniciais supunham: o PIB cresceu em torno de 3%, a inflação caiu, assim como os juros, e há mais gente formalmente empregada. Esses números, no entanto, não escondem o fraco desempenho econômico que o Brasil registra desde, pelo menos, o início dos anos 1980. No cotidiano dos setores de comércio, serviços e turismo, essa é uma percepção comum. Para ter uma ideia, entre 1980 e 2022, o PIB brasileiro subiu 139%. Nesse mesmo intervalo, o do mundo aumentou 324%, enquanto o dos países emergentes cresceu 561%. Ou seja: estamos ficando relativamente mais pobres. O que aconteceu foi que nosso Estado passou a priorizar seu próprio crescimento em detrimento do da economia. O resultado foi o sufocamento do potencial de desenvolvimento do País, já que os investimentos minguaram e a produtividade ficou estagnada. Em 30 anos, ela cresceu 0,6% ao ano no Brasil – taxa que foi de 3,3% nos países de renda média. O agigantamento da máquina pública se efetivou, sobretudo, no aumento da carga tributária, que passou de 25% do PIB nos anos 1970 para 34%hoje. Aconteceu também por meio dos gastos públicos que foram de 25% para mais de 40% nesse intervalo. Os efeitos desse processo se veem agora, principalmente, na nossa infraestrutura precária: outrora com pelo menos 5% do PIB destinados a rodovias, ferrovias, portos e demais dispositivos, hoje esses setores não chegam a ter 2%. Enquanto o Estado aumenta gradativamente sua participação na renda nacional, o setor privado vai perdendo espaço – e, como a máquina pública é menos eficiente, a produtividade da economia não sobe. É claro que, em um país como o nosso, políticas públicas são fundamentais no enfrentamento à desigualdade social. Porém, há diversos outros caminhos para lidar com esse desafio além de aumentar as despesas públicas. É preciso enxugá-las, o que permitiria uma redução na carga tributária e, assim, uma melhora nas condições de investimentos – inclusive para gastos de ordem social. Parece-nos claro que uma agenda de reformas do Estado brasileiro é inadiável. Ela deve promover uma revisão na Previdência, vedar novos gastos obrigatórios, limitar a abertura desenfreada de cargos e elaborar dispositivos que direcionem recursos excedentes para o pagamento de dívidas públicas, além de se debruçar sobre os desperdícios do Orçamento, entre vários outros pontos. E hora de se mobilizar para modernizar o Estado e, enfim, recolocar o País na rota do desenvolvimento econômico. *Abram Szajman é presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).Artigo originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 14 de fevereiro de 2024.

Serviços avançam pelo quarto ano consecutivo

O volume de receitas das atividades terciárias tem o melhor desempenho dentre os setores da economia brasileira, segundo análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base nos resultados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados, nesta sexta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o quarto ano consecutivo de avanços reais no setor, que chegou a registrar queda de 7,8% no início da pandemia de covid-19. A CNC projeta crescimentos de 1,9% e 2,3% nos serviços e turismo, respectivamente, em relação ao ano passado. “Este resultado mostra a alta relevância das nossas atividades para o fortalecimento da economia nacional que, após períodos difíceis, sobretudo pela crise multissetorial causada pela covid-19, tem apresentado consistentes índices de retomada”, destaca o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Serviços seguem em alta Seguindo a tendência do ano anterior, em 2023, o volume de serviços prestados às famílias (4,7%) puxou o crescimento das atividades terciárias, beneficiadas pela desaceleração dos preços livres dos intangíveis, de 7,6%, em 2022, para 6,2% no ano passado. Em seguida, estão os serviços profissionais administrativos e complementares (3,7%) e de informação e comunicação (3,4%). Em média, essas atividades mostraram, em 2023, um nível de atividade 11,7% acima do apresentado no período pré-pandemia. Este foi o melhor crescimento entre os grandes setores da economia nacional, sendo 0,7% para a Indústria, 2,9% para o Comércio e 3,6 para o Turismo. “A título comparativo, nenhum outro grande setor econômico reagiu tão significativamente nesse período quanto os serviços”, avalia Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela análise. Turismo cresce moderadamente A chegada da alta temporada para o turismo tem contribuído para a revitalização da atividade no Brasil. Segundo dados recentes, apurados pela CNC, o setor deve faturar R$ 169 bilhões entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024 – uma alta real de 11% em relação ao mesmo período do ano passado. O turismo foi a atividade mais afetada pela crise sanitária, tendo perdido dois terços das suas receitas apenas nos dois primeiros meses de pandemia. Em algumas atividades específicas do setor, como o transporte aéreo, as perdas foram ainda mais significativas, como diminuição de 95% no fluxo de passageiros, naquele período. Passagens ainda estão encarecidas Apesar do crescimento modesto do turismo, o encarecimento do transporte aéreo é apontado como um dos desafios pela pesquisa, indicado pela desaceleração da quantidade de passageiros transportados nos últimos meses de 2023. Os números registrados entre maio e agosto de 2023 superaram a quantidade de passageiros transportados em 2019. Porém, com o recente reajuste das passagens aéreas, a demanda voltou a cair. Dos 377 avaliados mensalmente pelo próprio IBGE no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o subitem “passagens aéreas” foi o que mais contribuiu para a inflação no último trimestre de 2023.  Alta de empregos O crescimento do turismo em 2023 também está relacionado com a alta dos empregos. Entre março e setembro de 2020, o setor teve que eliminar 470 mil vagas formais, em virtude da queda abrupta da atividade. Desde então, gerou quase 624 mil vagas de emprego celetista, superando em 254 mil postos a retração da força de trabalho verificada em 2020. Para 2024, a CNC projeta um saldo entre admissões e desligamentos de 158 mil postos de trabalho no setor. Diante da expectativa predominante de menor crescimento econômico em 2024, a perspectiva da entidade é que as atividades turísticas apresentem avanço mais modesto, de 2,3%, que o do ano passado (7,3%). Confira aqui o estudo completo Foto: Freepik