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Comércio e Serviços de SP tem alta na geração de empregos nos primeiros quatro meses do ano

Nos quatro primeiros meses de 2024, os setores de Comércio e Serviços paulistas registraram o maior saldo positivo de empregos celetistas para o período desde o início da série histórica, em 2020, quando o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foi instituído. É o que mostra a Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo, realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Os bons resultados são reflexos do contexto econômico do período, no qual a economia se mostrou mais aquecida e os índices inflacionários exibiram desaceleração, além do crescimento das operações de crédito incentivando o consumo. A pesquisa da FecomercioSP revela que, no primeiro quadrimestre de 2024, os Serviços criaram, efetivamente, após contratações e desligamentos, 167 mil postos de trabalho. Em 2023, o saldo observado era de 121,5 mil novas vagas. O Comércio, por sua vez, gerou 10,5 mil empregos, revertendo o saldo negativo do ano anterior, quando 7 mil empregos com carteira assinada foram eliminados pelo setor. Dentre os segmentos que compõem os Serviços, destaca-se a geração de vagas pelos serviços administrativos e complementares (40.597 novos postos de trabalho) e educação (33.741). Para essas atividades, os prestadores de serviços de escritório e apoio administrativo (5.972) e os que atuam na educação infantil e no ensino fundamental (21.718 vagas) foram os que mais contribuíram, respectivamente, para o resultado geral positivo. Já no Comércio, o atacado foi o segmento que mais criou empregos: 8.780, influenciado, principalmente, pelos estabelecimentos de equipamentos e artigos de usos pessoal e doméstico (791). No varejo, entretanto, ainda há uma retração de quase 4 mil vagas, puxada pelos segmentos de vestuário e acessórios (-7.787) e de calçados e artigos de viagem (-2.154). SERVIÇOS: MELHOR ABRIL EM CINCO ANOS O setor de Serviços paulista criou 41.734 postos de trabalho, resultado de 389.983 admissões e 348.249 desligamentos. É o maior saldo positivo para um mês de abril desde 2020 e todos os 14 grupos de segmentos analisados geraram empregos formais. Embora o resultado seja menor que o apurado nos meses de fevereiro e março, a geração de novas vagas foi 47% maior do que em abril do ano passado. Influenciado pelas atividades de locação de mão de obra temporária, com 6.844 novas vagas, os serviços administrativos e complementares garantiram a maior criação de postos de trabalho no mês:16.928. O Comércio também exibiu uma desaceleração em relação aos dois meses anteriores, com a geração de 6.232 empregos formais, e em relação a abril de 2023 quando 7.523 vagas foram abertas. Na verdade, foi o menor saldo de empregos para um mês de abril em três anos. Segundo FecomercioSP, essa desaceleração pode estar relacionada ao fato de que a Páscoa, neste ano, caiu no último dia de março — já que os segmentos de gêneros alimentícios têm impacto importante para o Comércio. O varejo foi o segmento que liderou em número de vagas criadas em abril, com 2.627 empregos. Na sequência, o comércio atacadista, com 2.287 postos. Já a divisão de comércio e reparação de veículos automotores registrou 1.318 admissões a mais do que desligamentos. No varejo, que registrou o maior saldo, destacou-se o segmento de produtos farmacêuticos, com 1.016 vagas. EMPREGO NA CAPITAL A pesquisa também analisou o cenário do emprego na capital. Em abril, o comércio paulistano acumulou um saldo de 2.116 vagas. O resultado ficou abaixo das 3.177 criadas em março e foi inferior às 3.328 registradas em abril de 2023. No ano, houve um avanço tímido de 3.183 postos de trabalho. Ainda assim, é um melhor resultado do que os pouco mais de 300 postos gerados no mesmo período do ano anterior. Nos Serviços, o quarto mês do ano terminou com a criação de 16.268 empregos. O resultado foi superior ao mesmo período do ano passado — quando foram registradas 4.137 vagas — e ao mês de março, quando foi observada a geração de 13.868 empregos. Foto: TV Câmara

Metade do comércio da capital paulista já adota alguma prática de economia circular

Os graves impactos que os eventos climáticos geram à sociedade, assim como os custos aos negócios do Comércio e Serviços, reforçam a necessidade de ações mais sustentáveis e responsáveis em torno da vida útil de produtos. E isso já é um consenso para uma parte significativa dos comerciantes da capital paulista.   Um levantamento exclusivo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com 200 empresas de pequeno e médio portes da capital aponta que 55% desses negócios realizam triagem dos resíduos para reciclagem; 39% participam de Sistemas de Logística Reversa (SLRs); 41% encaminham os itens recicláveis para ecopontos municipais (as empresas são “pequenos geradores”); e 20% fazem a separação de resíduos orgânicos. Segundo a Federação, esses dados são indicativos de como as empresas estão posicionadas em relação à economia circular, que visa reduzir o desperdício e promover um ciclo de vida mais longo para os materiais. A economia circular, entre outras práticas, está relacionada ao retorno de produtos e embalagens na fase pós-consumo ao ciclo produtivo, por meio do descarte adequado pelos consumidores aos SLRs implementados por importadores, fabricantes, comerciantes e distribuidores ou aos sistemas de coleta seletiva.  Cerca de 23% das empresas entrevistadas vendem produtos que fazem parte da economia circular, como composto orgânico, objetos produzidos com plástico reciclado e itens confeccionados com papel reciclado. De acordo com a Entidade, é significativa a adesão a práticas que não apenas reciclem, mas também criem novos produtos a partir de materiais reciclados. Dados: FecomercioSP Ainda assim, 37% das empresas respondentes não adotam quaisquer práticas de economia circular. Dessa forma, há um número significativo de negócios que poderiam se beneficiar de mais informações e incentivos para começar a implementar essas práticas a baixo custo de investimento e com resultados de redução de desperdício.  As maiores barreiras à adoção da economia circular  Muitas empresas acreditam que as práticas de economia circular são muito caras para serem implementadas e/ou não veem um retorno financeiro imediato atrelado a essas ações.  As percepções quanto aos custos financeiros e de capital humano, assim como a falta de conhecimento sobre a economia circular, são os principais entraves para que os negócios da capital adotem práticas mais sustentáveis. Dos empresários entrevistados pela FecomercioSP, 37% indicam a falta de recurso financeiro como o maior problema.  Ao mesmo tempo, 36% das empresas não estão adequadamente informadas sobre o que é a economia circular e como podem implementar as ações. Isso afeta, inclusive, a capacidade de treinamento dos empregados.   Em torno de 12% dos negócios acreditam que não precisam adotar práticas de economia circular, o que indica um desafio na percepção da importância dessas ações para a sustentabilidade a longo prazo.   Um primeiro passo  Apesar de muitos negócios já estarem mais avançados nessas condutas sustentáveis, há um número significativo deles que poderia se beneficiar de mais informações e incentivos para começar a implementar as práticas a baixo custo de investimento e, inclusive, com redução de desperdício. A triagem de resíduos para reciclagem é a mais comum e barata, sendo um primeiro passo importante na implementação da economia circular.  Fazer parte dos SLRs é outra estratégia importante para garantir que produtos sejam destinados de forma ambientalmente correta pela cadeia produtiva após o uso pelo consumidor. Aqui é importante ressaltar que toda empresa deve participar de um sistema desses — obrigatoriamente como ponto de entrega para produtos como pilhas, baterias portáteis e automotivas, seja como ponto de entrega ou divulgação — de produtos como lâmpadas, óleo vegetal usado, eletroeletrônicos, pneus etc. Acesse a Plataforma de Logística Reversa da FecomercioSP e veja todas as orientações e recomendações, pois o descumprimento das obrigações pode resultar em multas e outras sanções de acordo com a Lei 12.305/2010 e regulamentações, além do Decreto 6.514/2008. Acesse também um e-book dedicado ao tema. Outras opções também devem ser consideradas pela empresa na adoção da economia circular, como repensar sobre a necessidade de adquirir novos produtos e seu impacto ambiental, reduzir o consumo de materiais e a geração de resíduos, reutilizar e reparar produtos para prolongar sua vida útil, e substituir itens descartáveis por outros da linha de bens duráveis. Todas essas ações contribuem para a redução do consumo de recursos naturais e materiais, da geração de resíduos, da emissão de gases de efeito estufa e de impactos ambientais. Tendo em vista os eventos climáticos que estão gerando um alto custo social e econômico à sociedade, é esperado que isso também traga novas exigências legislativas, assim como mais obrigações em torno de ações sustentáveis às empresas. Por outro lado, o consumidor espera que empresas se posicionem sobre os impactos causados à sociedade e ao meio ambiente. foto: Freepik

Secretárias SP: CCT é assinada

O SincoElétrico celebrou e assinou, junto ao Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo (SINSESP), a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. O documento está disponível para consulta ou download no site do SincoElétrico. Em caso de dúvidas, entre em contato através do e-mail: juridico@sincoeletrico.com.br ou por telefone: (11) 3333 8377. Foto: Freepik

CNC participa de reunião com ministro do Trabalho e Emprego na OIT

A delegação brasileira que participa da 112ª Conferência Internacional do Trabalho promoveu reunião tripartite, no dia 10 de junho de 2024, no edifício Sede da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça. A reunião foi conduzida pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, com a intenção de informar dos avanços dos trabalhos nas comissões que estão sendo acompanhadas por técnicos designados, com representantes do governo, dos empregados e dos empregadores. Neste ano, estão sendo debatidos nas comissões os temas: princípios e direitos fundamentais; trabalho decente e economia do cuidado e riscos biológicos, além da comissão de aplicação e verificação das normas da OIT. Das comissões poderão ser extraídas resoluções, recomendações ou convenções sobre os assuntos tratados. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) participou com toda a sua comitiva da reunião da delegação brasileira com o Ministério do Trabalho e Emprego. Além do ministro, discursaram, no evento, o delegado da bancada patronal que é vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gedeão Pereira; o delegado da bancada laboral, que é o presidente da Força Sindical, Miguel Torres; e o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Lelio Bentes. Entre os temas tratados, foram destacadas a necessidade e a importância de promover o diálogo social, o trabalho decente e de aprimorar o combate ao trabalho escravo. Pela bancada dos empregadores, foi ressaltada a urgência de um ambiente para aceleração da economia e que sejam atendidas às necessidades de empregados e empregadores. A 112ª Conferência Internacional do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho vai até o dia 14 de junho. foto: CNC

Dia dos Namorados: CNC projeta vendas de R$ 2,59 bilhões

De acordo com estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas do comércio varejista brasileiro voltado para o próximo Dia dos Namorados deverá totalizar R$ 2,59 bilhões em 2024. Confirmada essa expectativa, o resultado das vendas registrará um avanço de 5,6% em relação à mesma data de 2023. O Dia dos Namorados é a sexta data comemorativa mais importante do varejo em termos de movimentação financeira. Parte da expectativa de avanço nas vendas em uma data que tende a movimentar segmentos dependentes do crédito pode ser atribuída ao comportamento recente do mercado de crédito. A maior demanda por esses recursos em um cenário de expansão do mercado de trabalho advém da redução do comprometimento da renda das famílias bem como da redução dos juros das operações de crédito. “Mesmo que o cenário macroeconômico ainda apresente desafios, o avanço nas vendas projetadas para o Dia dos Namorados reflete uma melhora nas condições de crédito e na confiança do consumidor”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Regionalmente, São Paulo (R$ 829,7 milhões), Minas Gerais (R$ 252,2 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 221,2 milhões) responderão por mais da metade da movimentação financeira nacional. Para o Rio Grande do Sul, estado severamente afetado pela tragédia climática de maio, a CNC projeta queda de 33,7% em relação à mesma data de 2023, com movimentação financeira de R$ 127,1 milhões. Conforme o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, a previsão de aumento das vendas é explicada por um conjunto de fatores. “A redução do comprometimento da renda e a queda dos juros das operações de crédito têm incentivado o consumo”, analisa Bentes. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de março, também apurada pela CNC, 30,2% dos rendimentos das famílias estão comprometidos com o pagamento de dívidas. Roupas e calçados serão os presentes preferidos Carro-chefe das vendas associadas ao Dia dos Namorados, o segmento de vestuário, calçados e acessórios deverá movimentar R$ 1,083 bilhão, o equivalente a 42% do volume total de vendas. Em relação ao ano passado (R$ 1,01 bilhão), esse ramo do varejo deve apresentar aumento real de 6,7%. Em segundo lugar, com 28% das vendas, estão as lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com vendas previstas na casa dos R$ 727 milhões, um avanço de 3,2% no comparativo anual. Por outro lado, as vendas de itens de farmácias, perfumarias e cosméticos tendem a avançar apenas 1,6% e devem responder por pouco mais de 10% de toda a movimentação financeira esperada. Ainda pressionados por questões de oferta, os bens e serviços associados à data devem ter alta média de 3% nos preços, menos que no ano passado, quando chegaram a ficar 8,4% mais caros. Destacam-se, nesse contexto, as altas mais acentuadas dos preços de livros (12,2%), bebidas alcoólicas (10,8%) e hospedagens (8,2%). Por outro lado, devem estar mais baixos do que no mesmo período do ano passado os preços dos telefones (com queda de 9,6%), flores (redução de 3,6%), pacotes turísticos (diminuição de 3%) e joias e bijuterias (recuo de 2,6%). Confira aqui o estudo na íntegra foto: Freepik

Confiança empresarial sobe 0,2 ponto em maio ante abril, informa FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 0,2 ponto em maio ante abril, para 95,8 pontos, maior valor desde outubro de 2022, informou nesta segunda-feira, 3/6, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o ICE teve alta de 0,4 ponto. “A confiança empresarial manteve-se estável em maio, com diferenças significativas entre os setores. A Indústria e a Construção mostram resiliência, ao manterem índices de confiança próximos ao nível neutro de 100 pontos. Em contraste, os setores de Serviços e Comércio indicam enfraquecimento da atividade econômica”, avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial. O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica. “O caso do Comércio é notável: o índice de confiança do setor caiu 4,0 pontos em maio, apenas um mês após subir expressivos 5,1 pontos, um movimento que parece espelhar a tendência negativa da confiança do consumidor no mês, ambos possivelmente influenciados pelo desastre ambiental no Rio Grande do Sul. Nos próximos meses, novos avanços da confiança dependerão, entre outros fatores, de uma evolução favorável da situação econômica e social no Sul do país”, completou Campelo Junior. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) avançou 0,3 ponto em maio ante abril, para 96,1 pontos, patamar mais elevado desde outubro de 2022. O Índice de Expectativas (IE-E) cresceu 0,1 ponto, para 95,6 pontos. Entre as expectativas, a melhora foi puxada pela percepção sobre a situação dos negócios nos seis meses seguintes, com alta de 1,1 ponto, para 97,0 pontos. Já o item que mede as expectativas com a demanda nos três meses seguintes recuou 0,9 ponto, para 94,2 pontos. Quanto ao momento presente, houve avanço de 0,5 ponto na percepção sobre a Demanda Atual e alta de 0,1 ponto na avaliação sobre a Situação Atual dos Negócios. Na passagem de abril para maio, a confiança dos serviços encolheu 0,6 ponto, para 94,2 pontos; a do comércio recuou 4,0 pontos, para 91,5 pontos; a da indústria cresceu 1,2 ponto, para 98,0 pontos; e a da construção aumentou 1,2 ponto, para 96,4 pontos. Em maio, a confiança avançou em 49% dos 49 segmentos integrantes do ICE. “Houve um aumento da difusão de alta no setor de Construção e queda expressiva no Comércio”, acrescentou a FGV. A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.571 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 26 de maio. fonte: Diário do Comércio Foto: Freepik

Economia do país cresce 2,5% no primeiro trimestre, aponta IBGE

A economia brasileira cresceu 2,5% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao último trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país) apresentou alta de 0,8%. No acumulado de 12 meses, o crescimento da economia do país soma 2,5%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB chega a R$ 2,7 trilhões de reais. Em um recorte setorial, a indústria e os serviços cresceram 2,8% e 3% respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a agropecuária foi o único setor que registrou queda, de 3%. “Pelas questões climáticas, especialmente o El Niño [aquecimento das águas do oceano Pacífico], já se sabia que não seria um ano bom para a agropecuária”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. Ela ressalta que a pecuária está crescendo este ano, mas o comportamento da agricultura pesa mais no PIB. O crescimento da indústria foi influenciado pelas indústrias extrativas (5,9%), que registraram o melhor resultado influenciadas pela alta tanto da extração de petróleo e gás como de minério de ferro. Houve destaque também na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (4,6%), especialmente para o consumo residencial. A queda da agropecuária se explica por alguns produtos agrícolas que têm safras significativas no primeiro trimestre, mas apresentaram queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade, como soja (- 2,4%), milho (- 11,7%), fumo (- 9,6%), e mandioca (- 2,2%). O consumo das famílias (4,4%) e as despesa do governo (2,6%) tiveram alta na comparação com o primeiro trimestre de 2023. A Formação Bruta de Capital Fixo, indicador que mostra o nível de investimento da economia, avançou 2,7%. As exportações cresceram 6,5%; enquanto as importações, 10,2%. “Em 2022 e 2023, o setor externo havia contribuído positivamente, com as exportações crescendo mais do que as importações. Nesse primeiro trimestre essa contribuição virou negativa. Estamos importando muitas máquinas e equipamentos e bens intermediários e o Real se valorizou”, contextualiza Rebeca Palis. No primeiro trimestre de 2024, a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. Comparação trimestral Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, ou seja, os três últimos meses de 2023, a alta de 0,8% representa uma retomada, após o recuo de 0,1% no fim do ano passado. Esse resultado de 0,8% é o maior desde o segundo trimestre de 2023, quando a economia cresceu 0,9%. O setor de serviços puxou a variação positiva, com alta de 1,4% e destaque para “o comércio varejista e os serviços pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade de internet e desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos e os serviços profissionais, que transpassam à economia como um todo”, explica a coordenadora do IBGE. “Nesse trimestre tivemos um crescimento da economia totalmente baseado na demanda interna”, completa. Ela aponta que o crescimento do consumo das famílias foi motivado pela melhoria do mercado de trabalho e pelas taxas de juros e de inflação mais baixas, além da continuidade dos programas governamentais de auxílio às famílias. Com mais consumo das famílias, a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023. Acumulado O PIB acumulado nos quatro trimestres encerrados em março de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, cresceu 2,5%. Nessa comparação, houve altas na agropecuária (6,4%), na indústria (1,9%) e nos serviços (2,3%). Rio Grande do Sul Os dados divulgados nesta terça-feira ainda não têm influência do efeito da tragédia climática causada pelas chuvas de abril e maio no Rio Grande do Sul. “Isso só vai aparecer quando tivermos as próprias pesquisas mensais referentes a esse período”, diz Rebeca. Segundo ela, o estado gaúcho representa cerca de 6,5% do PIB nacional, e os municípios afetados respondem por aproximadamente metade desse valor. “A gente vai ter que analisar melhor quando tivermos os dados, mas sabemos que a pecuária foi afetada, estradas, comércio. Fonte: EBC – Agência Brasil foto: Freepik

Metade do varejo paulistano sofreu algum impacto climático no último ano

Uma sondagem da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com o empresariado do varejo na capital paulista mostra que, pelo menos, metade desses negócios (51%) sofreu algum tipo de impacto climático nos últimos 12 meses. Os dados dizem respeito, sobretudo, a pequenos e médios empreendimentos. Dentre os participantes, 38% disseram que os impactos sentidos foram leves, como atrasos no fornecimento de produtos decorrentes de problemas logísticos. Outros 13%, porém, afirmaram que precisaram interromper as operações parcialmente em razão de eventos relacionados ao clima adverso, resultantes de episódios como alagamentos, ventanias ou o calor excessivo [gráfico 1].  Os dados também mostram que pelo menos um terço (35%) dos ouvidos contabilizou prejuízos financeiros causados por eventos climáticos [gráfico 2], sendo que 10% afirmaram que as perdas foram grandes.    Segundo a FecomercioSP, são números que sugerem, de certa forma, como uma parcela significativa das empresas ainda não reúne condições de enfrentar os desafios ambientais, os quais tendem a se agravar em um futuro próximo. Muitos desses negócios, vale lembrar, se localizam em áreas mais sujeitas a impactos climáticos — como próximos a rios ou situados em pontos da cidade já conhecidos por alagamentos.  Além disso, boa parte dos empresários pode ter relacionado desafios climáticos à falta de energia elétrica, muito por causa de dois episódios recentes na metrópole: um pertinente, originado de chuvas excedentes e ventos fortes, em novembro do ano passado, que gerou um apagão de mais de uma semana; e outro, não relacionado, envolvendo uma falha na distribuição da concessionária local, a Enel, para a região central de São Paulo, há alguns meses. Por outro lado, no entanto, é importante observar como boa parte dessas empresas considera que suas operações são resilientes, ainda que não tenham sido expostas a condições severas o suficiente para perceber riscos climáticos. Uma das consequências disso, inclusive, é que a grande maioria das companhias do setor (69,5%) ainda não conta com nenhuma medida para reduzir as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) na atmosfera, assim como não definiram metas de redução para o futuro [gráfico 3]. As demais adotam algum tipo de ação, embora 15% não tenham objetivos pré-determinados.  Na visão da FecomercioSP, isso acontece porque ainda há dificuldades de avaliar o retorno dos investimentos em ações relacionadas a efeitos climáticos, tanto no curto como no longo prazo. Esses negócios apenas espelham um desafio mais estrutural das economias globais.  Mas não é só isso: faltam linhas de crédito especiais para gastos com adoções de tecnologia para redução de emissões, como painéis solares, assim como programas e políticas públicas para incentivar que empresas, sobretudo pequenas e médias, comecem a elaborar um planejamento ambiental adequado ao modelo de negócio. Apesar disso, o número de empreendimentos com alguma medida em operação é relevante, pois sugere que já exista um certo movimento consolidado de tornar o ambiente empresarial mais sustentável. Dentre as que responderam que têm projetos de mitigação dos impactos climáticos, a imensa maioria (80,3%) indicou a utilização de combustíveis menos poluentes nas frotas, como o etanol ou biodiesel. Para a FecomercioSP, trata-se de uma medida mais simples de se pôr em prática no curto prazo. Chama a atenção ainda a rápida inserção de veículos elétricos no escopo das operações corporativas, de forma que 15% das empresas que disseram contar com alguma ação mencionaram a adoção desse tipo de automóvel.  Quase metade (46%) desses negócios ainda apontou iniciativas relacionadas à destinação correta de resíduos orgânicos (compostagem, por exemplo), o que contribui para a redução da emissão de GEE e ainda promoveu o aumento de áreas verdes em empresas e cidades. Consciência climática A despeito de os investimentos ainda estarem abaixo do ideal, os eventos climáticos adversos recentes, sobretudo as chuvas no Rio Grande do Sul, devem surtir ainda mais efeito na forma como os empresários observam a questão climática.  Antes mesmo de as chuvas atingirem o Estado, a maioria deles (54%) disse, no estudo, considerar a questão climática como “muito relevante” para o futuro dos negócios [gráfico 4], independentemente de riscos diretos (chuvas, inundações, secas, calor excessivo etc.) ou indiretos, como regulamentações ambientais ou pressões do mercado. Não é trivial, assim, que 70% dos empresários do varejo paulistano estejam pensando em investir mais em medidas de redução de emissões de GEE no futuro próximo. Desses, quatro em cada dez (37,5%) se dizem “muito dispostos” a injetar recursos nessas ações. Há uma divisão bastante equilibrada quando questionados a respeito do comportamento dos consumidores: metade (49%) afirma notar uma preferência dos clientes por produtos e/ou serviços associados à sustentabilidade, enquanto a outra metade (50%) ressalta que essa ainda não é uma demanda presente.  Na avaliação da FecomercioSP, com base em outras pesquisas, esses resultados demonstram que, apesar do tema climático ter crescido e fazer mais parte da decisão de compra do que há alguns anos, o fator “preço” ainda pode ser o mais importante na hora de ir às compras. A percepção do empresariado, assim, apenas comprova que há mais preocupação ambiental, mas não a ponto de transformar os padrões decisórios dos consumidores. Foto: Freepik

Satisfação do varejo com as condições atuais cai ao menor nível desde junho de 2021

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, caiu 0,2% no mês de maio, em comparação com abril deste ano. Ainda assim, o índice permanece na zona de satisfação, aos 106,9 pontos. Essa foi a primeira queda após quatro altas consecutivas, descontados os efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 1,4%. O principal destaque é a avaliação do comerciante sobre as condições atuais, que caiu 2,1% e chegou a 79,9 pontos, na zona de insatisfação, o menor patamar desde junho de 2021 (quando estava em 66,8 pontos). Na variação anual, o indicador caiu 6,1%. Os três subindicadores que compõem esse indicador – economia, setor e empresa – também diminuíram praticamente na mesma medida. Houve redução de 2,1% no otimismo em relação ao setor, o que levou o subindicador aos 77,3 pontos (em junho de 2021, eram 70,3 pontos). A confiança na economia atual caiu 2,3%, derrubando esse subindicador para os 65,3 pontos, também o menor patamar desde junho de 2021, quando estava em 53,9 pontos. O terceiro subindicador, que mede a avaliação do comerciante sobre sua própria empresa, chegou a 97,1 pontos, o mais baixo desde julho de 2021 (quando estava em 89,6). A queda o levou para a zona de insatisfação, o que não ocorria desde dezembro do ano passado, quando marcava 97,7 pontos. Conforme o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o momento é de expectativa para as decisões macroeconômicas dos próximos meses. “A redução do ritmo de cortes da taxa Selic deste mês e a incerteza em relação aos próximos passos tanto sobre a redução dos juros quanto da inflação fazem com que o varejo adote movimentos cautelosos”, afirma Tadros. Ele lembra que a queda do volume do comércio varejista ampliado, que reduziu 0,3% em março na comparação com fevereiro e 1,5% na variação anual, desperta ainda mais atenção para o momento atual. Varejo de bens semiduráveis quer contratar Apesar de o mercado de crédito não estar totalmente favorável e ter afetado a percepção das condições atuais, o indicador da intenção de investimentos foi o destaque positivo, tanto na comparação mensal, com alta de 0,9%, quanto em relação a maio de 2023, com crescimento de 1,0%. Entre os subindicadores que compõem este indicador, a intenção de investir na contratação de funcionários teve o maior crescimento mensal, de 1,9%. A alta foi puxada pelo segmento de bens semiduráveis (roupas, calçados, tecidos e acessórios), que aumentou em 4,6% sua intenção de novas contratações. Por outro lado, houve queda de 0,8% na pretensão de contratar nos segmentos de venda de itens de primeira necessidade (supermercados, farmácias e lojas de cosméticos) e redução de 0,9% no segmento de comercialização de bens duráveis (eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e decoração, material de construção e veículos). Segundo o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, o crescimento da intenção de contratar mais funcionários corrobora o otimismo em relação ao mercado de trabalho, demonstrado pelos consumidores na pesquisa que detecta a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de maio, também mensurada pela Confederação. Ele aponta que a maior parte (63,7%) dos varejistas quer aumentar seu quadro de empregados, o que indica que os resultados positivos observados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho devem continuar. Expectativas ainda em ligeira alta Para Felipe Tavares, o otimismo dos consumidores mantém positivo o indicador que mede as expectativas dos comerciantes. Maio apresentou o quinto aumento consecutivo desse subindicador, mas o menor do período, de 0,2%. “Apesar de tímido, o aumento indica que há esperança dos varejistas na melhoria das condições econômicas, nos próximos meses”, aponta. A expectativa em relação à própria empresa cresceu 0,4% e, no que diz respeito à situação da economia, o otimismo aumentou 0,1%. Sobre o setor, não houve variação mensal, apenas anual (uma queda de 0,7% no comparativo com maio de 2023). Confira a análise completa foto: Freepik

Mais de 130 mil empresas ainda não fizeram o cadastro obrigatório no Domicílio Judicial Eletrônico que acaba dia 30

Faltando apenas dois dias para o término do prazo de registro, cerca de 130 mil empresas de médio e grande porte ainda não se cadastraram no Domicílio Judicial Eletrônico. Essa plataforma centraliza comunicações processuais dos tribunais brasileiros, incluindo citações e intimações. O balanço foi divulgado na segunda-feira (27). Desde o início da adesão, em 1º de março deste ano, 226 mil empresas de médio e grande porte realizaram o registro. Este número representa 62% dos mais de 350 mil CNPJs ativos que devem se cadastrar obrigatoriamente. Segundo o Programa Justiça 4.0, a maioria das empresas registradas está em São Paulo (71,7 mil), Minas Gerais (19,8 mil) e Paraná (18,1 mil). O prazo de registro se encerra em 30 de maio, conforme a Portaria CNJ n. 46. A partir de 31 de maio, o cadastro será compulsório e sujeito a penalidades e riscos de perda de prazos processuais. Empresas que não confirmarem o recebimento de citações encaminhadas ao Domicílio no prazo legal e não justificarem a ausência podem enfrentar multas de até 5% do valor da causa por desrespeito à Justiça. Domicílio Judicial Eletrônico Em 2022, a Resolução n. 455 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu que as comunicações processuais fossem realizadas exclusivamente através do Domicílio Judicial Eletrônico, conforme o art. 246 da Lei n. 13.105/2015 (Código de Processo Civil). O cadastro tornou-se obrigatório para União, estados, Distrito Federal, municípios, entidades da administração indireta e empresas públicas e privadas, seguindo um cronograma definido pelo CNJ. Em 2023, mais de 9 mil bancos e instituições financeiras registraram-se no sistema, recebendo comunicações processuais de forma centralizada. A fase atual busca cadastrar empresas privadas de todo o país, com um público estimado de 20 milhões de empresas ativas, sendo cerca de 350 mil de médio e grande porte, conforme dados do Painel de Registro de Empresas do governo federal. “O Domicílio Judicial Eletrônico proporciona um acesso rápido às informações, substituindo a necessidade de consultar múltiplos sistemas dos mais de 90 tribunais brasileiros. Para os tribunais, o sistema reduziu em 90% os custos com envio de comunicações que antes eram feitas pelos Correios ou por oficiais de justiça,” explicou o juiz auxiliar da Presidência do CNJ e mentor do projeto, Adriano da Silva Araújo. Desenvolvido pelo Programa Justiça 4.0 em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Domicílio é uma solução digital e gratuita que facilita e agiliza as consultas de citações, intimações e outras comunicações enviadas pelos tribunais. O sistema elimina o envio de cartas e visitas de oficiais de justiça, integrando os esforços de transformação digital do Poder Judiciário e garantindo um serviço mais eficiente e acessível. Para mais informações sobre a ferramenta, o CNJ disponibiliza a página do Domicílio Judicial Eletrônico, onde os usuários encontram o manual de uso do sistema, vídeos tutoriais, perguntas frequentes e o cronograma de adesão. É possível também acompanhar a implementação do sistema pelos tribunais brasileiros através da página do Domicílio Judicial Eletrônico. Fonte: Portal ContábeisFoto: Freepik