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Dia dos Pais deve movimentar R$ 7,6 bi em 2023

Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas para o Dia dos Pais de 2023 deverá alcançar R$ 7,67 bilhões. O valor representa alta de 2,2% em relação à mesma data de 2022. O avanço nas vendas também deverá refletir-se nas contratações de trabalhadores temporários. São esperadas 10,38 mil vagas temporárias para atender à demanda sazonal das vendas, segundo expectativa da CNC. Se confirmado, esse seria o maior contingente de trabalhadores temporários contratados nos últimos nove anos. Hiper e supermercados (4,78 mil) e vestuário (1,75 mil) devem ser os que mais contratarão temporários. O salário de admissão deverá situar-se em R$ 1.599 na média do varejo – alta de 1,8%, no comparativo com o mesmo período de 2022. “O Dia dos Pais é a quarta data comemorativa mais importante do comércio varejista brasileiro em termos de movimentação financeira, e a perspectiva é positiva para o setor, tendo em vista a inflação mais baixa e o início da queda da taxa de juros”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Regionalmente, São Paulo (R$ 2,4 bilhões), Minas Gerais (R$ 747 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 632 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 631 milhões) devem movimentar a maior parte (58%) das vendas. Os Estados que devem ter aumentos reais são Ceará, com alta de 4,6%, Goiás, avanço de 4,5%, e São Paulo, com crescimento esperado de 3,4% nas vendas. Perfumes mais caros, TVs e computadores mais baratos No ano passado, a inflação apontada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulava alta de mais de 10%. Neste ano, no entanto, o índice de referência do nível geral de preços indica alta de pouco mais de 3%. Essa desaceleração da inflação deve se refletir na variação média dos preços de bens e serviços mais procurados para presentear os pais. A CNC estima uma alta dos preços com média de 5,5% em relação a 2022. Esse avanço é puxado, especialmente, pela alta dos preços de perfumes, que chega a 20,6%, dos sapatos, que estão 15,7% mais caros, e dos livros, que aumentaram 13,9%. Por outro lado, as televisões estão 14,5% mais baratas, seguidas dos computadores, que caíram 10%, e dos celulares, que tiveram redução de 4,3% nos preços. “A queda do custo desse tipo de produto, que depende mais de crédito, é explicada pela alta taxa de juros”, explica Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela pesquisa. Segundo Bentes, essa é uma tentativa dos lojistas de oferecer condições mais vantajosas para facilitar a compra de itens que, geralmente, são vendidos a prazo. Roupas e calçados devem ser os mais procurados Embora o segmento de vestuário, calçados e acessórios ainda não tenha recuperado o ritmo de antes da pandemia (em maio deste ano, o volume de vendas era 22% inferior ao de fevereiro de 2020), o rendimento dessas lojas será responsável por quase 77% do total de vendas para o Dia dos Pais. De acordo com a estimativa da CNC, o faturamento desse segmento deve ser superior a R$ 3,6 bilhões. Em seguida, são esperadas maiores movimentações nos ramos de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com vendas de R$ 1,19 bilhão, e de produtos de perfumaria e cosméticos, com R$ 1,16 bilhão. Acesse a pesquisa completa do Dia dos Pais 2023 Foto: Freepik

Otimismo do consumidor de menor renda impulsiona intenção de compra das famílias

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou 2,4% em maio, descontados os efeitos sazonais, e manteve a tendência de alta. O nível de consumo atual teve o maior aumento em maio, de 3,4%, com a combinação de inflação mais baixa e emprego mais favorável, embora o indicador esteja na zona negativa, com 81,5 pontos. Os consumidores também apontaram maior intenção de consumo de produtos duráveis, mas a alta tem relação com a base de comparação muito baixa. A avaliação da renda atual melhorou 2,9%, e o indicador chegou ao maior nível (115,3 pontos) desde maio de 2015. Cerca de 36,5% dos consumidores consideram sua renda melhor do que há um ano, a maior desde março de 2020, início da pandemia de covid-19. Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, diversos fatores auxiliaram a elevação do indicador. “Houve crescimento de todos os indicadores nas comparações mensal e anual, especialmente por conta das sucessivas quedas da inflação além do esperado, o que tem deixado os consumidores mais dispostos a consumir”, afirma. Para Tadros, como o mercado de trabalho segue apontando alta das contratações formais, mesmo que em menor intensidade do que no ano passado, essa pode ser uma tendência para os próximos meses, apesar do endividamento dos consumidores em nível elevado e os juros altos limitarem os efeitos benéficos da maior renda disponível ao consumo. Outro ponto ressaltado pelo presidente da CNC é a maior satisfação dos brasileiros com o emprego, o que permite a dinâmica mais favorável do nível de consumo atual. A contínua geração de vagas formais pelo setor de serviços, com contratação de pessoas com menor escolaridade, fez o índice alcançar 121,6 pontos, o maior nível desde abril de 2015. Inflação baixa melhora renda dos mais pobres, mas endividamento trava consumo A evolução da inflação em abril novamente mostrou desaceleração, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 4,18%, em termos anuais. O dado situa-se dentro do intervalo da meta de inflação do Banco Central, que é de 4,75%, pelo segundo mês consecutivo. Além disso, a inflação dos produtos de alimentação e bebidas, itens que mais pesam no orçamento das famílias de renda menor, desacelerou, com alta de 1,52% neste ano. Conforme a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, a maior intenção de compra entre os mais pobres está relacionada com a melhora da avaliação da renda por esse grupo. Tanto no mês quanto no ano, a percepção de que o dinheiro está comprando mais cresceu em maior intensidade entre os consumidores de rendas média e baixa (3,1% e 31,2%, respectivamente). “Além disso, o consumidor de baixa renda está mais seguro no emprego, o que tem levado à maior satisfação no trabalho por esse grupo”, explica. A dinâmica de aceleração da intenção de compra entre os consumidores de menor renda fez os índices das duas faixas de rendimento se aproximarem. O volume de consumidores com até 10 salários mínimos que consideram a renda atual melhor do que há um ano chegou a 34,6%, maior percentual em três anos. “Mas é justamente entre esses consumidores que o endividamento e a inadimplência mais cresceram em um ano até abril”, avalia Izis Ferreira. Já no recorte por gênero, o otimismo entre as mulheres vem crescendo, o que aproximou a intenção de consumir dos dois grupos. O indicador avançou 27,1% em um ano para o público feminino, enquanto a intenção de compra cresceu 20% entre os homens, que se mostram mais cautelosos. “Com mais mulheres ingressando no emprego formal desde o ano passado, a percepção delas sobre a segurança no emprego e na renda também tem melhorado”, conclui a economista da CNC. Confira aqui a análise completa e a série histórica