Empresários paulistanos seguem otimistas com economia e já planejam investir nos negócios, mostra pesquisa
O otimismo do empresariado da capital paulista segue em alta. Em outubro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), cresceu 1,4% em relação a setembro, passando de 110,2 para 111,7 pontos. De junho até outubro, a expansão do indicador já é de 7%. Essa pontuação foi o melhor resultado desde janeiro, quando o ICEC chegou à casa dos 114 pontos [gráfico 1]. No entendimento da Entidade, dentre os fatores que contribuíram para o resultado estão a queda da inflação, que melhora o poder de compra dos consumidores, e a redução dos juros, que facilita a concessão de crédito e sinaliza um avanço nas condições para a recuperação dos investimentos. [GRÁFICO 1] ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO (ICEC) Série histórica (12 meses) Fonte: FecomercioSP Isso se vê por meio dos números que conformam a pesquisa: o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que mede o quanto os players do setor estão dispostos a injetar recursos nos negócios, por exemplo, também avançou, passando de 101,7 para 103,1 pontos. Em outras palavras, os dados indicam uma melhora consistente no ímpeto do empresariado em investir nas próprias empresas. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apontou alta ainda mais significativa: de 86,9 pontos, em setembro, para 89,5, em outubro — outra sinalização inequívoca do bom momento. O Índice de Expansão do Comércio (IEC), por sua vez, que indica o crescimento do comércio como um todo, foi de 107,2 pontos, em setembro, para 108,2 pontos, em outubro, com uma expansão de 1%. No entanto, apesar das altas relevantes, todos os indicadores sofreram uma queda significativa em relação a outubro do ano passado, às vésperas da eleição: o ICEC caiu 8,8%, o ICAEC, em 15,6%. Além do IEEC (-6,8%) e do IIEC (-4,9%), que também apontaram quedas. Já o Nível de Investimento das Empresas avançou 2,3% em setembro, passando de 95 para 97,2 pontos, mas também segue 23,8% menor na comparação anual. Estoques Os empresários também seguem receosos quanto aos estoques para o fim de ano. O índice de Estoques (IE) recuou 0,7%, ao passar de 117 pontos, em setembro, para 116,2 pontos, em outubro. No entanto, em comparação a outubro do ano passado, o indicador subiu 1,8%. Ainda assim, a proporção dos empresários que relatam estoques adequados segue maior do que os que relatam inadequação: 57,8% contra 41,6%, respectivamente. Segundo a FecomercioSP, a gestão de estoque se torna ainda mais importante para a administração do fluxo de caixa nessa época. A dica é ajustar investimentos, vendas e compras com fornecedores e equilibrar com o caixa da empresa. Para isso, é importante se atentar às programações de compras e à formação dos estoques, uma vez que comprar em excesso ou faltar mercadorias pode gerar frustrações e eventuais aumentos de custos, prejudicando o planejamento financeiro da empresa. O planejamento da logística também é fundamental para não deixar faltar produto e, ao mesmo tempo, para que itens perecíveis não sejam perdidos ou fiquem parados no estoque. _______________________________________________________________
Morre Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, aos 80 anos
Morreu no domingo (29) Danilo Santos Miranda, aos 80 anos, diretor do Sesc São Paulo. A informação foi confirmada pela instituição. Natural de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, o sociólogo, filósofo e ex-seminarista ingressou no Sesc Paulista (Serviço Social do Comércio) em 1968 e estava à frente da diretoria regional desde 1984. Durante o período de sua administração, Miranda abriu diversas unidades em todo o estado, elevando o Sesc a uma das principais instituições culturais no Brasil. “Neste momento de grande consternação para todos nós, em nome da Presidência, do Conselho Regional e do corpo de funcionários do Sesc SP, prestamos nossa solidariedade e sinceros sentimentos à família e aos amigos de Danilo, e nossa homenagem ao querido diretor e companheiro”, declarou a instituição. O velório de Danilo Santos de Miranda foi marcado para esta segunda-feira (30), das 9h às 14h, no Sesc Pompeia, seguido de uma cerimônia de cremação às 17h no Cemitério Horto da Paz. A causa da morte não foi divulgada. Fonte: CNN BrasilFoto: SESC
Otimismo do comerciante é o menor desde janeiro
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) marcou 112,1 pontos em outubro, queda mensal de 3%, descontados os efeitos sazonais. A retração do otimismo do comerciante neste mês foi maior que a apresentada em setembro (0,7%), quando o índice atingiu 113,1 pontos. A pesquisa, realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apurou que este é o pior resultado desde janeiro deste ano, quando a queda foi de 3,6%, atingindo 119 pontos. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, é a retração mais intensa desde o começo do ano, em um momento que antecede datas importantes para o comércio. “O setor sentiu a desaceleração da atividade econômica, tendo uma margem de lucro mais apertada, além de a alavancagem e a inadimplência empresarial estarem em níveis mais altos, o que desafia a gestão de caixa”, avalia Tadros. Queda de indicadores O cenário geral é de queda de todos os indicadores, no mês e no ano, com destaque para o fator de avaliação das condições atuais, reduzido em 6,8%. Ainda segundo a pesquisa, 6 em cada 10 empresas consultadas apontam piora na economia e no desempenho das vendas, neste início do último semestre do ano. Segundo dados recentes da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após o avanço do volume de vendas em agosto, o contexto atual é de desaceleração das receitas e preços no varejo. Inadimplência continua crescendo Desde a segunda metade de 2022, a inadimplência acima de 90 dias nas linhas de crédito com recursos livres das pessoas jurídicas cresce de forma acelerada, com 3,3% do total. Este é o maior percentual desde agosto de 2018, conforme dados do Banco Central. “Apesar do maior faturamento esperado nas festas de fim de ano, quando comparamos com outubro do ano passado, a desaceleração da atividade econômica e do varejo, com acirramento da gestão financeira das empresas, e um consumidor mais cauteloso contribuem para que o comerciante entre no último trimestre com menos disposição para investir na contratação efetiva de funcionários e na ampliação dos estoques”, explica a economista da CNC responsável pelo Icec, Izis Ferreira. Ela aponta que se intensificou o movimento de redução do indicador de expectativas, tanto para o setor, quanto para a economia e para a própria empresa, com queda de 1,6% no mês e 9,7% no ano. Isso vai ao encontro dos dados da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada mensalmente pela CNC, que mostra desaceleração da intenção de compra por parte dos consumidores em outubro, uma vez que eles estão mais cautelosos e preveem condições menos favoráveis no mercado de trabalho, nos próximos meses. Pessimismo nos setores de bens essenciais A confiança do comércio de produtos de primeira necessidade teve a maior queda em outubro (3,9%), em relação aos outros dois grupos: semiduráveis (3,4%) e (2,7%) duráveis. Já na comparação anual, a redução mais intensa do otimismo foi no grupo de bens duráveis (14,7%), produtos de maior valor e que, portanto, sofrem mais com o crédito caro e seleto. Confira a análise completa e a série histórica do Icec foto: Freepik
Reforma tributária pauta reunião de Diretoria da CNC
A Reunião de Diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) teve como tópico central a atuação da entidade no âmbito da reforma tributária, tendo sido destacadas as conquistas para o setor terciário durante a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados, bem como as ações previstas na elaboração do relatório final, antes da votação da matéria pelo Senado Federal, que deverá ocorrer no mês de novembro. O encontro aconteceu na sede da entidade, no Rio de Janeiro, em 19 de outubro. “O tema avançou muito, principalmente na PEC 45/19. A CNC tem trabalhado muito fortemente para tentarmos emplacar o projeto da Emenda do Emprego, que amenizaria muito a situação, com ênfase nos prestadores de serviços”, destacou Leandro Domingos, vice-presidente Financeiro da CNC. A diretora de Relações Institucionais da Confederação, Nara de Deus Vieira, ressaltou a importância da atuação dos presidentes das Federações na base de senadores para a sensibilização dos parlamentares sobre a causa do setor terciário, especialmente enfatizando o esclarecimento dos pontos positivos das emendas propostas pela CNC. Elienai Câmara, chefe do Gabinete da Presidência da CNC e gerente executivo de Comunicação, esclareceu as ações midiáticas que estão sendo planejadas, incluindo campanha publicitária das propostas da CNC já atendidas e os pleitos que ainda estão sendo requeridos em defesa do setor do comércio de bens, serviços e turismo. Saiba mais: Sugestões de emendas para minimizar impacto da reforma tributária no setor de serviços Alexandre Sampaio, coordenador do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação, apresentou prévia da plataforma de inteligência competitiva do projeto Vai Turismo – Rumo ao Futuro , que será lançada em março de 2024, responsável por recolher, ordenar e tratar dados do turismo nacional, visando acompanhar o avanço de políticas públicas para subsidiar o setor e auxiliar na elaboração de estratégias e tomada de decisões de todo o trade turístico. “Este painel trará informações e dados do fluxo turístico, infraestrutura e equipamentos, indicadores e dados socioeconômicos, atividades de capacitação para o turismo, além de acompanhar projetos e políticas públicas nos Estados. Para que esta ferramenta seja realmente inovadora e fortaleça o protagonismo da CNC e das federações nos Estados, precisamos do engajamento de todos”, frisou Sampaio. Durante o encontro, também foi debatida a questão da seca na Amazônia e seu impacto em estados que dependem da cabotagem para transporte de cargas, como Acre, Rondônia, Roraima e Amazonas. Aderson Frota, presidente em exercício da Fecomércio-AM, comentou que “mais da metade da população está sofrendo carência alimentar e de água potável. O cenário ainda não atingiu o ápice dos problemas, com alto impacto social, aumento de preços e desabastecimento do comércio”. Foto: CNC
FGTS Digital: prazo para empresas se familiarizarem com a plataforma está terminando
O prazo para a fase de testes do FGTS Digital está prestes a se encerrar, com o término previsto para 10 de novembro de 2023. Empresas de todos os tamanhos e setores estão sendo incentivadas a aproveitar esses últimos dias para se familiarizarem com a plataforma. Vale ressaltar que os cadastros realizados durante essa etapa serão salvos, permitindo adiantar processos que serão necessários futuramente. O FGTS Digital é uma inovação tecnológica em desenvolvimento, com o objetivo de otimizar a arrecadação, fiscalização e apuração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), substituindo a antiga Conectividade Social (CAIXA). Essa plataforma visa simplificar a gestão do FGTS, tornando-a mais eficiente tanto para empregadores quanto para empregados. Entre as funcionalidades oferecidas, os empregadores poderão emitir guias personalizadas, consultar extratos, solicitar compensações e restituições, além de contratar parcelamentos. Cronograma de implementação do FGTS Digital O processo de implementação do FGTS Digital segue um cronograma rigoroso: 19 de agosto de 2023: Início da fase de testes em Produção Limitada para empresas do Grupo 1 do eSocial, com faturamento acima de R$ 78 milhões em 2016;23 de setembro de 2023: Início da fase de testes em Produção Limitada para empresas dos demais grupos do eSocial (2, 3 e 4);10 de novembro de 2023: Encerramento da fase de testes em Produção Limitada.20 de novembro de 2023: Início da fase de testes em Produção Restrita para empregadores de todos os grupos;1º de janeiro de 2024: Entrada em produção do FGTS Digital e substituição do SEFIP/Conectividade Social para débitos de FGTS a partir de janeiro de 2024.O que empresas podem fazer durante a fase de testes?Durante o período de testes, as empresas podem: Utilizar dados reais transmitidos para o eSocial;Gerar guias simuladas e explorar outras funcionalidades do FGTS Digital;Acessar o serviço de atendimento ao empregador;Verificar se as informações de bases de cálculo do FGTS geradas no eSocial estão alinhadas com os recolhimentos atuais efetuados via GFIP/CAIXA.É fundamental observar as incidências das verbas/rubricas utilizadas e o funcionamento do totalizador do FGTS (S-5003). Se houver divergências nos valores devidos do FGTS, as empresas devem corrigir as rubricas e reenviar os eventos de remuneração para que os totalizadores sejam processados novamente. A fase de testes não afeta os recolhimentos, que continuam sendo realizados via guias GRF/GRRF geradas pelo Conectividade Social/Caixa. Como e quem pode acessar o FGTS Digital? O acesso ao FGTS Digital pode ser feito com senha gov.br (categoria prata ou ouro) ou certificado digital. O acesso é restrito ao titular, responsável legal pelo CNPJ na Receita Federal e ao procurador devidamente cadastrado no sistema de procurações do FGTS Digital. Com o término iminente da fase de testes, as empresas devem se preparar para a transição para o FGTS Digital, que promete simplificar significativamente os processos relacionados ao FGTS e trazer benefícios tanto para empregadores quanto para empregados. Fonte: Portal Contábeis Foto: Freepik
Varejo deve criar 35 mil postos de trabalho no último trimestre do ano, aponta FecomercioSP
Considerando o ritmo atual da geração de empregos no varejo do Estado de São Paulo, o setor deve abrir cerca de 35 mil novos postos formais de trabalho para o último trimestre de 2023, período marcado pelo aumento do consumo ocasionado pela injeção do décimo terceiro salário e, por consequência, pela criação de empregos visando às festas de fim de ano. Se a projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) se confirmar, será um crescimento de 4,5% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando aproximadamente 33,5 mil empregos foram criados. Ainda de acordo com a Federação, em torno de 20% dessas vagas têm a possibilidade de se efetivarem a partir do início de 2024. De acordo com os dados da Entidade, pelo menos metade desses empregos será proveniente de atividades alimentícias, enquanto outros 30% serão gerados nas lojas de roupas, calçados e acessórios. Os prognósticos positivos para o fim do ano têm origem, sobretudo, no ritmo atual dos serviços e do comércio, que apontaram aumento significativo de postos de trabalho celetistas no mês de agosto. Enquanto o primeiro gerou 37,8 mil vagas formais no mês, o segundo terminou o período com um saldo positivo de mais de 13 mil empregos. Sob a análise da FecomercioSP, os números dos serviços surpreendem, já que se notava uma desaceleração no mercado desde fevereiro, quando foram registradas 50,9 mil vagas. Em julho, por sua vez, eram apenas 12,5 mil. Os dados de agosto representam, então, um aumento de 200% em comparação ao mês anterior — o que evidencia a resiliência dos players do setor. Já o comércio se destacou na economia paulista em agosto, terminando com o melhor saldo de empregos desde novembro de 2022, o que reforçou a reversão das perdas observadas nos primeiros meses do ano. Ainda de acordo com a Entidade, o direcionamento de renda para as atividades de consumo não adiável — aliado aos efeitos no consumo de uma inflação mais controlada e à redução do endividamento das famílias — contribuiu para o cenário positivo de agora. No entanto, vale ressaltar também que, ainda que o saldo de empregos do comércio, em agosto, tenha sido o maior de 2023, observou-se a geração mais tímida de vagas para o mês desde que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), base de dados utilizada para elaborar o estudo, passou por mudanças metodológicas. A previsão é que ambos continuem com patamares relevantes de geração de emprego até o fim de novembro, principalmente por causa do pagamento do décimo terceiro, a partir do mês que vem, e pelas compras de fim de ano, além de datas como a Black Friday. ADMINISTRATIVOS PUXAM SERVIÇOS, VAREJO ESTIMULA COMÉRCIO Dentre as 14 atividades analisadas pela FecomercioSP no setor de serviços, quase todas (13) terminaram o mês de agosto com saldo positivo. O principal destaque foram os serviços administrativos e complementares, que abriram 14 mil vagas no período, além das atividades escolares, com 8 mil postos de trabalho. Na capital paulista, onde mais de 3 milhões de empregos celetistas estão ativos no setor, foram criadas quase 17 mil novas vagas em agosto. No ano, esse número é ainda maior: 64,2 mil. Já o setor de comércio registrou 133.679 admissões e 120.527 demissões no mês, isto é, pouco mais de 13 mil novas vagas. O ponto alto segue sendo o varejo, com 7.673 empregos gerados, seguido pelo atacado (4.026). Em ambas as divisões comerciais, as que mais geraram novas vagas foram, respectivamente, minimercados, mercearias e armazéns (945 vagas) e estabelecimentos atacadistas de produtos alimentícios em geral (1.049 vagas). Na cidade de São Paulo, onde, atualmente, mais de 860 mil empregos celetistas ativos estão alocados no setor de comércio, foram criadas 4.125 mil vagas em agosto. No ano, esse número é de quase 10 mil postos de trabalho.
Haddad pede agilidade ao Congresso na aprovação da reforma tributária
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que a reforma tributária tenha a aprovação finalizada pelas duas casas do Congresso Nacional e seja promulgada ainda em 2023, apesar dos prazos apertados. Segundo ele, para que isso ocorra a equipe econômica tem conversado com o relator da matéria no Senado Federal, senador Eduardo Braga (MDB/AM) e outros parlamentares, nas últimas semanas. A reforma tributária foi o tema escolhido por Hadad para uma palestra, na manhã desta quinta-feira (19), no 26° Congresso Internacional de Direito Constitucional, em Brasília. No evento, Haddad reconheceu que o Congresso Nacional atuou, no primeiro semestre, para avançar com a agenda econômica e enfrentou questões espinhosas. “Não é fácil enfrentar os lobbies, os grupos de interesse e entregar para o país uma legislação que tenha como um único objetivo o interesse geral, o interesse público.” Para o ministro, é importante que essa agilidade seja mantida nos meses finais de 2023. “Tudo o que eu gostaria que acontecesse, nesse segundo semestre, é que o Congresso fosse tão diligente quanto foi no primeiro semestre. Porque, se nós concluirmos esse conjunto de medidas que já estão no Congresso Nacional, já estão endereçadas, a gente pode terminar o ano, não em uma situação absolutamente confortável, porque o mundo está inspirando cuidados crescentes,” projetou Haddad, ao citar os conflitos internacionais recentes. Distorções O ministro considera que o Brasil tem um dos sistemas tributários mais regressivos do mundo. E justificou o posicionamento ao apontar um relatório do Banco Mundial, que analisou 190 sistemas tributários de países do mundo. O Brasil ficou em 184° lugar, no ranking. “O nosso sistema tributário é o mais caótico de todos. Esse caos tributário é a razão pela qual a produtividade da indústria brasileira deixa muito a desejar. Estamos vivendo um processo de desindustrialização.” Justiça social Para Haddad, a reforma tributária trará justiça social aos brasileiros, em especial àqueles privados de direitos essenciais, como o acesso à saúde, educação, assistência social e outros. Aos presentes, ele afirmou que a reforma pretende ser neutra, do ponto de vista da arrecadação, mas que o ministério tem atuado em outras frentes, por exemplo, com o mapeamento de todo o sistema tributário para sanar distorções, consideradas enormes por ele. “O objetivo não é aumentar a carga tributária, mas promover justiça social. Temos, efetivamente, que apontar a direção de corrigir essas distorções para que o imposto sobre consumo, ao longo do tempo, diminua, favorecendo toda a sociedade. E o imposto sobre a renda se torne mais progressivo, nos moldes que os países envolvidos adotam, há muito tempo.” O 26° Congresso Internacional de Direito Constitucional é promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Fonte: Agência Brasil foto: Freepik
Inadimplência de empresas bate recorde em agosto, aponta Serasa
Mais de 6,5 milhões de empresas no Brasil encerraram o mês de agosto com pendências financeiras, marcando um aumento de 5% em comparação com o mesmo período de 2022. Esse é o patamar mais elevado já registrado desde o início do histórico indicador de inadimplência da Serasa Experian, que teve seu início em março de 2016. Essa crise financeira afetou sobretudo as micro e pequenas empresas (MPEs), que representam a maioria, com 5,8 milhões de empresas em situação de inadimplência, correspondendo a 89% do total de empresas devedoras. “A persistente alta da inadimplência das empresas, que registramos pelo terceiro mês consecutivo, reflete a realidade em que os empreendedores se encontram diante do quadro econômico desafiador ainda presente”, alerta o vice-presidente de pequenas e médias empresas, Cleber Genero. Segundo ele, as empresas de menor porte são mais vulneráveis à inadimplência, pois possuem menos liquidez e reservas financeiras limitadas para enfrentar situações de crise. MPEs inadimplentes No mês de agosto, mais da metade das micro e pequenas empresas com inadimplência pertenciam ao setor de serviços (53%), seguidas pelo comércio (38,6%) e indústria (7,7%). O total de dívidas em atraso alcançou 39,9 milhões, somando um montante de R$ 95,8 milhões. Em média, cada empresa inadimplente tinha quase sete contas pendentes. A região do Sudeste liderou em número de empresas com CNPJs negativados (52,5%), com São Paulo contribuindo com mais de 30% desse total, sendo o estado com mais registros de inadimplência. Por outro lado, a região Norte apresentou o menor índice de empresas com pendências (5,5%). No cenário geral, mais de 6 milhões de empresas acumularam dívidas totalizando R$ 119 milhões. O setor de serviços representou mais da metade dessas dívidas (54%), seguido pelo comércio (36,8%) e a indústria (7,6%). Foto: Freepik
Governo discute estratégias para aprovação da reforma tributária em novembro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça-feira (17) no Palácio da Alvorada com ministros e líderes do governo no Congresso para discutir as estratégias de aprovação da reforma tributária. De acordo com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, as medidas destinadas à recuperação econômica ocupam o topo das prioridades neste último trimestre do ano. “O presidente reforçou a prioridade absoluta do governo das medidas que mantêm esse ciclo novo de recuperação econômica, de redução da taxa de juros, da atração de investimentos internacionais e de consolidação do ambiente macroeconômico do país”, comentou Padilha, após o encontro. O senador anunciou que a intenção é apresentar o relatório da reforma tributária no dia 24, com a votação prevista para 9 de novembro, alinhando-se com as expectativas do governo. “É prioridade. O governo vai trabalhar para concluir a reforma (nos impostos) ainda neste ano. É essencial acabar com a balbúrdia tributária que temos no país. Ela traz obstáculos para os investimentos, dificulta a vida dos empresários e é injusta do ponto de vista da distribuição tributária”, afirmou. Além do ministro das Relações Institucionais, participaram da reunião os líderes Randolfe Rodrigues, do Congresso, José Guimarães, da Câmara e Jaques Wagner, do Senado. Também estiveram presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), o vice Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social). Projetos em discussão no Senado Outros itens prioritários incluem a regulamentação das apostas esportivas e debêntures de infraestrutura, atualmente em análise no Senado, bem como a tributação de offshores e fundos exclusivos, e a regulamentação do mercado de carbono, em tramitação na Câmara. Padilha enfatizou a justiça tributária, visando arrecadar recursos provenientes dos super-ricos para educação, saúde, habitação e seguridade social. O governo reiterou seu compromisso com o plano elaborado pelo ministro Fernando Haddad, que envolve a consolidação do ambiente macroeconômico, a reorganização do orçamento e o cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo governo. Fonte: Portal Contábeis
Varejo tem retração após duas altas seguidas, mas previsão da CNC é otimista para 2023
Enquanto o setor varejista no Brasil enfrentou desafios em agosto, com uma ligeira retração após dois meses de crescimento contínuo, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mantém uma visão otimista para o restante de 2023, projetando um crescimento de 2%. Após registrar um avanço de 0,7% em julho, o varejo teve um declínio de 0,2% nas vendas em agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados hoje (18 de outubro) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, é importante destacar que o varejo brasileiro continua a demonstrar um desempenho positivo no acumulado do ano, com um aumento de 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento é impulsionado por setores que oferecem produtos essenciais, como hiper e supermercados, que tiveram alta de 3%; farmácias e drogarias, cujo aumento foi de 3,5%; e combustíveis e lubrificantes, para os quais o aumento foi ainda maior, de 9,2%. Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a estabilidade desses segmentos ao longo de 2023 pode ser atribuída à moderação dos preços (que subiram menos que a inflação) e à menor dependência das condições de crédito. “A flexibilização da política monetária e a redução das taxas de crédito requerem tempo para gerar impactos significativos no setor”, afirma Tadros. Segundo o presidente da CNC, o varejo brasileiro permanece sob a influência de múltiplos fatores. “O cenário mostra a necessidade de uma abordagem cautelosa e estratégica para impulsionar o setor ao longo do restante do ano”, aponta. Comércio de eletros enfrenta quedas De acordo com o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, a política monetária do Brasil ainda desempenha um papel significativo, particularmente, em segmentos mais dependentes de crédito. Segmentos que dependem mais do parcelamento, como o comércio de artigos de uso pessoal e doméstico (predominantemente de eletrônicos), de móveis e eletrodomésticos, apresentaram variações negativas de 4,8% e 2,2%, respectivamente. A estabilização dos preços em um patamar mais baixo do que em 2022 e a queda do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 8,73% para 4,61% em 12 meses, evidenciam o impacto das políticas monetárias. “Setores mais sensíveis ao crédito registraram variações negativas ou abaixo da média do varejo, refletindo o desafio de estimular as vendas em um cenário de endividamento das famílias”, explica Bentes. Desde outubro de 2021, aproximadamente 30% da renda média dos consumidores tem sido destinada ao pagamento de dívidas e serviços relacionados. Confira a análise completa