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Projeção para a inflação volta a cair, em semana de reunião do Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne esta semana, vai se deparar com expectativas inflacionárias mais baixas para 2023 e 2024, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 31. A projeção para o IPCA, o índice oficial de inflação do País, em 2023 voltou a recuar em relação à semana anterior, de 4,9% para 4,84% – apenas 0,09 ponto porcentual acima do teto da meta deste ano (4,75%). Um mês antes, a mediana era de 4,98%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção baixou marginalmente, de 3,9% para 3,89%. Há um mês, era 3,92%. A expectativa para 2025, que deve passar a ter peso minoritário nas decisões do Copom a partir desta semana, seguiu em 3,5%, ante 3,6% de quatro semanas antes. No Copom anterior, realizado em junho, as medianas eram de 5,12%, 4% e 3,8% para os três anos, respectivamente. Segundo o Boletim Focus, do BC, mercado prevê a Selic a 4,84% no fim do ano O comitê se reúne nos dois próximos dias, com a divulgação da decisão a partir de 18h30 da quarta-feira. No mercado financeiro, há consenso que o comitê iniciará os cortes da taxa Selic, hoje em 13,75%, mas os economistas estão divididos sobre o ritmo que será adotado. Os economistas ouvidos no Boletim Focus mantiveram a expectativa para a taxa Selic no fim deste ano, de 12%, mas houve alívio nas medianas para o término de 2024: a projeção caiu de 9,5% para 9,25%. Além disso, a projeção para a Selic no fim de 2025 baixou de 9% para 8,75%. Na ata do Copom de junho, o BC expôs que a maioria do colegiado já via condições para uma queda de juros em agosto, se o processo desinflacionário e de reancoragem de expectativas continuasse, com impacto nas expectativas – o que se concretizou. Além disso, houve nova rodada de valorização da moeda brasileira e queda no risco País. Fonte: Estadão foto: Freepik

Confiança do comerciante cai pelo terceiro mês seguido

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), marcou 107,5 pontos em julho. Mesmo que ainda na zona do otimismo, foi registrada queda mensal de 1%, descontados os efeitos sazonais, a terceira redução consecutiva. A diminuição do otimismo também ocorreu na comparação anual, com redução de 12,7%. Os indicadores que medem a visão do varejista sobre o momento atual e as expectativas para os próximos seis meses seguem apontando tendência de queda, o que tem reduzido as intenções de investimento e contratação de funcionários. Entre os nove indicadores do Icec, oito tiveram variações negativas no mês e no ano, exceto a percepção sobre o nível dos estoques. O destaque do mês é a percepção desfavorável sobre a dinâmica das vendas no comércio. Há cinco meses, o índice de condições atuais do comércio mergulhou na zona negativa (abaixo dos 100 pontos) e atingiu, em julho, 68,6 pontos. A maioria dos comerciantes aponta que as vendas no comércio pioraram, 60,6% do total, ou seis em cada dez lojistas consultados. Os segmentos com piores avaliações das vendas são eletroeletrônicos, móveis e decorações, cine-foto-som, materiais de construção e revenda de veículos. A dúvida sobre o cenário global do varejo, segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, preocupa a Confederação, que revisou de 1,8% para 1,5% a estimativa de alta do volume de vendas este ano. “A retomada do crescimento do endividamento e da inadimplência, o encarecimento do crédito e a dificuldade de acessá-lo impõem limites à capacidade de consumo de itens com maior ticket médio e que exigem prazo para pagamento”, afirma Tadros. Mesmo que os consumidores tenham demonstrado maior intenção de comprar bens duráveis, como mostra a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela CNC, as vendas dos produtos mais dependentes do crédito seguem em queda. Desânimo no curto prazo para 20% dos lojistas A economista da CNC responsável pelo Icec, Izis Ferreira, ressalta que, apesar da dinâmica mais favorável da inflação, a permanência dos juros altos tem levado os comerciantes a redefinir as estimativas para as vendas e investimento este ano. O índice de expectativas para o desempenho do comércio caiu 9,6% entre julho de 2022 e 2023, com dois em cada dez comerciantes considerando que as vendas no setor devem piorar, no curto prazo. “Mesmo que o consumidor de rendas média e baixa esteja mais disposto a consumir e o calendário dos próximos meses traga datas comemorativas como Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal, os empresários estão moderando o otimismo”, explica Izis Ferreira. Na passagem de junho para julho, apenas os comerciantes de roupas, calçados e acessórios melhoraram as expectativas para o setor, com alta de 1,8%. Recorde na queda da confiança dos lojistas de duráveis A piora nas vendas e nas expectativas dos lojistas de bens duráveis fez o grau de otimismo aprofundar sua queda neste início de semestre. A confiança do varejo de produtos com baixa capacidade de reúso caiu 16% em um ano, maior queda histórica nessa base de comparação (o Icec começou a ser apurado em 2011). Entre os lojistas de roupas e calçados, a redução chegou a 13,1%; e, entre os de alimentos, medicamentos e cosméticos, a queda foi de 7,2%. Confira aqui a análise completa e a série histórica Foto: Freepik

Veja o que muda com a aprovação da Reforma Tributária

Mais de um terço (36%) dos brasileiros nem sequer ouviu falar sobre o debate da Reforma Tributária, segundo pesquisa do Instituto Idea. Além disso, desconhecem os aspectos do parecer definitivo acerca da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 45/2019, elaborada pelo Grupo de Trabalho (GT) que trata da medida na Câmara dos Deputados. Esses dados acendem uma luz de alerta no País, pois os desdobramentos da reformulação do sistema tributário vão impactar todos — e muitos poderão ser prejudicados pela unificação das alíquotas dos impostos, como o setor de serviços. Para facilitar a compreensão e comparar o cenário atual com o sistema proposto pela PEC 45, a assessoria jurídica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) elaborou uma tabela com os principais pontos. Confira a seguir. É importante destacar que o texto aprovado pela Câmara dos Deputados atende, parcialmente, às demandas da FecomercioSP. Por isso, a Entidade continuará trabalhando no Congresso Nacional — agora, no Senado Federal — a fim de que haja ampliação do debate, inclusive com a absorção dos pontos positivos de outras propostas, como a PEC 46/2022, de autoria do senador Oriovisto Guimarães (Podemos/PR), que busca melhorar o ambiente de negócios sem aumentar a carga tributária em nenhum setor. Foto: Freepik

Consumidores iniciam segundo semestre mais confiantes no emprego

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um aumento de 2,8% em julho, mostrando que os consumidores brasileiros estão mais confiantes no emprego, no segundo semestre de 2023. O índice, que é medido mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aproxima-se da zona favorável (acima dos 100 pontos), indicando uma recuperação do consumo após a crise econômica causada pela pandemia. O destaque da pesquisa foi o recorte por gênero: embora o índice de intenção de compra esteja maior para os homens, o otimismo das mulheres avançou mais em um ano, em relação ao emprego e ao consumo. A intenção de consumir das mulheres aumentou 27,8%, enquanto entre o público masculino cresceu 21%, mas ainda está em nível mais baixo (97,9 pontos contra 100,6 dos homens). Além disso, do total de consumidoras, 40,6% apontam que estão mais seguras no emprego atualmente, e 10,6% afirmam estar desempregadas. Entre os homens, 42,5% afirmam estar mais seguros no trabalho, e somente 7,8% apontam desocupação. A maior segurança no emprego é reflexo da geração de vagas formais, principalmente nos setores de serviços e construção civil, que contrataram mais pessoas de menor nível de escolaridade e renda. O indicador de satisfação com o emprego atual alcançou o maior nível desde março de 2015 (123,8 pontos). A perspectiva profissional também avançou em ambos os gêneros, alta de 3,5%, para os homens, e 3,3% entre as mulheres, respectivamente). “O aumento da confiança no emprego se reflete na maior satisfação com o nível de consumo atual e na perspectiva de consumo no curto prazo”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Esses dois indicadores também já se encontram no quadrante positivo, ou seja, acima dos 100 pontos. Tadros ressalta, ainda, que a inflação corrente anual em queda e a renda disponível maior também contribuíram para o aumento do consumo das famílias. No entanto, ainda há obstáculos para o consumo, como o endividamento elevado, os juros altos e o acesso ao crédito restrito. Esses fatores limitam a capacidade de compra de produtos duráveis, como eletrodomésticos, móveis e veículos. O indicador de intenção de compra de duráveis foi o menor entre os sete que compõem a ICF, com apenas 60,8 pontos. “Temos a confiança de que a redução da inadimplência com o programa Desenrola, do governo federal, e a queda dos juros, esperada para o terceiro trimestre, facilitem o acesso ao crédito e estimulem o consumo das famílias brasileiras nos próximos meses”, pontua o presidente da Confederação. Consumidor de rendas baixa e média mais otimista Conforme a economista da CNC responsável pela ICF, Izis Ferreira, o avanço na intenção de consumir em julho foi mais expressivo entre os consumidores de rendas média e baixa (com alta de 3%) do que entre os consumidores de renda alta (alta de 2,4%). Segundo ela, a maior intenção de compra entre os com menos de 10 salários mínimos foi provocada pela melhor perspectiva profissional para os próximos meses, indicador que mais cresceu para o grupo (elevação de 4%). Além de mais seguros no emprego hoje, cerca de 52% desses consumidores de menor renda acreditam que terão melhores condições de trabalho nos próximos meses, a maior proporção desde abril de 2015. Entre os consumidores de maior renda, a perspectiva profissional também avançou, mas em menor escala (3,5%). Inflação em queda favorece o consumo A economista Izis Ferreira indica que um dos fatores impulsionadores da expectativa de consumo das famílias foi a queda da inflação corrente anual. Em junho de 2022, a inflação anual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulava alta de 11,9%, apertando os orçamentos domésticos e corroendo o poder de compra da grande maioria das famílias. Em junho de 2023, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou deflação dos preços, em que a inflação está aproximadamente quatro vezes menor do que há um ano (3,2% a.a.). “A queda da inflação foi resultado da redução dos preços dos alimentos e dos combustíveis que são itens de grande peso na cesta de consumo das famílias”, explica Izis Ferreira. Ela aponta que, nesse contexto, os consumidores se sentem mais satisfeitos com o nível de consumo atual (alta de 2,8%). Crédito ainda é um entrave para o consumo “Apesar da melhora da confiança e da intenção de consumo das famílias, o crédito ainda é um entrave para a compra de produtos duráveis, como eletrodomésticos, móveis e veículos”, analisa a economista Izis Ferreira. O indicador de intenção de compra de duráveis foi o menor dentre os sete que compõem a ICF, com apenas 60,8 pontos, quando a dispersão varia de 0 a 200 pontos. O acesso ao crédito está pior na visão de 38% dos consumidores consultados, proporção que caiu em relação aos 42,1% de julho do ano passado. A cada dez consumidores, quatro ainda apontam dificuldades na contratação do crédito. Confira aqui a análise completa e a série histórica

Mutirão Nacional de Emprego 2023

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Sindicato dos Comerciários de São Paulo anuncia que o Mutirão Nacional de Emprego 2023, em parceria com o Governo Federal através do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Saúde, Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania, Ministério da Agricultura e Pecuária e Ministério das Comunicações, com o Governo do Estado de São Paulo através da Secretaria de Turismo e Viagens, com a Prefeitura Municipal de São Paulo e os Sindicatos filiados – tem como objetivo promover oportunidades de trabalho e fomentar a inclusão social em nossa sociedade. Oferecerá uma variedade de serviços adicionais, além das oportunidades de emprego. O evento contará com cursos de qualificação profissional gratuita, vacinação, serviço de escuta e orientação social e cuidados pessoais. Quando O Mutirão Nacional de Emprego 2023 será realizado nos dias 01 a 04 de agosto de 2023 (de terça a sexta-feira), das 8h às 17h, na Rua Formosa, 99 – Vale do Anhangabaú, São Paulo – SP. Esta iniciativa tem como propósito fazer a diferença na vida de muitas pessoas, oferecendo a elas uma chance de acesso à cidadania por meio do emprego. Os cursos de qualificação profissional serão oferecidos de forma gratuita aos candidatos, com mais de 30.000 vagas disponíveis em diversas áreas. Esses cursos serão ministrados em parceria com grandes instituições de ensino, garantindo a qualidade e a conversão dos conteúdos transmitidos. Os participantes terão a oportunidade de aprimorar suas habilidades e conhecimentos, aumentando suas chances de sucesso no mercado de trabalho. Além dos cursos gratuitos, o Mutirão Nacional de Emprego 2023 também oferece serviços de vacinação gratuitos. A importância da vacinação vai além da prevenção individual, confiante para a saúde e bem-estar de toda a comunidade. Ao se vacinar, os participantes ajudarão a reduzir os casos de diversas doenças, promovendo uma proteção coletiva. Outro serviço essencial disponibilizado será o Serviço de Escuta e Orientação Social com Equipe Interdisciplinar, um projeto de pesquisa e intervenção realizado pela Secretaria de Assistência Social do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, em parceria com SMARDS e MDHC. Esse serviço tem como objetivo oferecer escuta e orientação psicossocial a jovens e adultos em processo de saúde/doença e exclusão/inclusão social, promovendo uma expansão do ser humano como sujeito e protagonista de seu projeto de vida e trabalho. Além disso, os participantes terão a oportunidade de cuidar de si mesmos, com serviços de corte de cabelo e cuidados pessoais disponíveis no evento. Também será oferecido um lanche para garantir o conforto dos participantes durante o Mutirão. E para manter todos conectados, haverá acesso à internet para que os participantes possam buscar informações e oportunidades de emprego. Para mais informações sobre o Mutirão Nacional de Emprego 2023 e para se inscrever, basta visitar o site:  www.UGT.org.br/MUTIRAO

CNC revisa para baixo previsão de crescimento das vendas em 2023

A consolidação do recuo na inflação e os sinais ainda positivos do mercado de trabalho levam a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a manter uma expectativa positiva para as vendas neste ano. Entretanto, a demora na redução da taxa Selic (mantida a 13,75% desde junho do ano passado), mesmo diante da convergência das expectativas rumo ao centro da meta de inflação, faz com que a Confederação revise para baixo a expectativa da alta das vendas, em 2023, de 1,8% para 1,4%. Após recuar 0,1% em abril, o volume de vendas no comércio varejista brasileiro caiu 1% em maio, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (14 de julho) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, no acumulado do ano, as vendas no varejo cresceram 1,3%, na comparação com o mesmo período de 2022, graças ao desempenho dos dois principais segmentos do setor: hiper e supermercados (que subiram 2,5%) e combustíveis e lubrificantes (cujas vendas cresceram 15,5%). Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a atual política de manutenção dos juros em um patamar alto, aliada ao crédito caro e seletivo, dificultou o desempenho do varejo. “Nos dois casos apontados, a elevação das vendas é produto da desaceleração dos preços e da menor dependência desses segmentos em relação às condições de crédito”, afirma. Especialmente no que diz respeito aos combustíveis, os preços médios ao consumidor registraram, nos 12 meses encerrados em maio, variação descolada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também apurado pelo IBGE. Enquanto o IPCA teve alta de 3,94%, os preços dos combustíveis caíram 25,86%. Em relação ao início da pandemia, as vendas no varejo apresentam crescimento de 2,7%. “Isso revela uma tendência suave de recuperação perante o período mais agudo da redução da atividade econômica, que foi no primeiro semestre de 2020”, explica o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes. Menores preços não resultam em aumento das vendas por conta dos juros altos Mesmo com a rapidez do recuo no índice geral de preços – a alta do IPCA acumulado em 12 meses cedeu de 11,73% para 3,94% entre maio de 2022 e o mesmo mês deste ano –, o economista Fabio Bentes destaca que é evidente o peso do aperto monetário sobre o desempenho do varejo brasileiro. Em maio, as atividades mais dependentes do crédito registraram variações negativas. O segmento de venda de artigos de uso pessoal e doméstico caiu 13,1%; o de tecidos, vestuário e calçados reduziu 10,1%; e o de móveis e eletrodomésticos teve queda de 3,3%. Mesmo as atividades no varejo ampliado, como venda de materiais de construção e comércio automotivo, fecharam os últimos 12 meses no vermelho, com quedas de 7,8% e 1,4%, respectivamente. O economista Fabio Bentes pontua que o cenário pouco propício ao ganho de tração das vendas tem outro componente significativo: o elevado grau de comprometimento da renda das famílias com endividamento. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela CNC, apontava que 78,3% das famílias estavam endividadas em maio, com 29,7% da renda comprometida com dívidas. Por conta disso, os ramos do varejo especializados no atendimento de demandas essenciais tiveram altas também significativas: as vendas de combustíveis e lubrificantes apresentaram aumento de 21%, as das farmácias e perfumarias cresceram 3,9% e as dos hiper e supermercados avançaram 2,7%.

Pastore: reforma trabalhista é criticada sem ser conhecida

A reforma trabalhista trouxe grandes avanços, mas ainda é desconhecida por muitos e recebe críticas sem fundamento. Foi o que mostrou o professor e consultor de relações do trabalho José Pastore, no terceiro e último dia do Sicomércio, o encontro com sindicatos e federações que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) está promovendo em Brasília. Segundo Pastore, a reforma trabalhista não mexeu nos direitos previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). “O que ela fez foi aperfeiçoar a legislação, dar liberdade com proteção e garantias”, afirmou. “A reforma trabalhista tem 30 direitos que não podem ser negociados, nem individual nem coletivamente. São direitos garantidos pela Constituição como salário mínimo, licença da gestante e seguro-desemprego.” Outros 15 direitos, prosseguiu o professor José Pastore, podem ser negociados, mas apenas com a participação dos sindicatos, ou seja, coletivamente, entre eles a jornada de trabalho, banco de horas e o intervalo de almoço. “Aquilo que for estabelecido entre o sindicato e a empresa vale mais que a lei, mas isso envolve um processo de negociação. Se não houver acordo, vale o que está previsto na lei”, explicou. “É preciso deixar claro: não foram surrupiados direitos, essa narrativa não tem relação com a verdade. O que houve foi uma engenharia muito interessante que diz o seguinte: estou dando liberdade para as partes negociarem e, ao mesmo tempo, estou dando proteção para determinados direitos que são inegociáveis. Então, é um sistema que tem liberdade com proteção, flexibilidade com garantia”, prosseguiu Pastore. Um exemplo citado pelo especialista foi o horário de almoço. Com a reforma trabalhista, passou a ser possível encurtar o tempo de 60 minutos previsto na CLT. “Se for negociado um tempo menor, de 45, 30 minutos, isso vale mais do que a lei. Agora, se não quiserem negociar, continua valendo a CLT, não mudou nada. Liberdade com proteção, esta é a ideia da reforma trabalhista”, disse Pastore, observando que a reforma trabalhista trouxe segurança jurídica “e segurança jurídica vale muito”. Pastore lembrou sua participação no primeiro Sicomércio, realizado na década de 1990. “Já são mais de 30 anos que os empresários decidiram se organizar de uma forma voluntária, e estão conseguindo. É um verdadeiro exemplo para o sistema sindical do Brasil e do mundo. O comércio se organizou e vem consolidando isso. Esse encontro é um exemplo, com essa participação fantástica, mostrando que é possível as empresas se organizarem por força própria em seu sistema sindical.” Foto: Divulgação/CNC

Comércio e serviços paulistas criam mais de 30 mil empregos celetistas

Em maio, o setor de serviços criou 25 mil empregos com carteira assinada no Estado de São Paulo. No mesmo período, o comércio foi responsável pela abertura de mais de cinco mil vagas formais. Os dados são da Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP) da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No período, o saldo registrado nos serviços — resultado de 330 mil admissões e 305 mil desligamentos –era esperado e foi citado no relatório de abril. São 6,943 milhões de vínculos empregatícios ativos no agrupamento. Os serviços administrativos e complementares apresentaram o melhor desempenho do mês, responsáveis pela criação de 10 mil empregos formais. Do grupo, destacaram-se os serviços de locação de mão de obra temporária (3.897 vagas) e as atividades de limpeza (3.731 vagas). De acordo com a FecomercioSP, no ano, são quase 150 mil postos de trabalho criados no setor, índice abaixo dos 200 mil registrados entre janeiro e maio do ano passado. Por outro lado, esse desempenho é melhor do que o esperado para 2023. A tendência para junho não deve mudar, esperando-se, novamente, bom saldo ao setor de serviços. Comércio abaixo do esperado Apesar do saldo positivo de mais de cinco mil novas contratações no comércio no Estado de São Paulo, o índice ficou abaixo do esperado para o período no quinto mês do ano, revela a Entidade, uma vez que era esperado ao menos que o resultado ficasse acima dos números de abril, especialmente graças ao Dia das Mães e à proximidade com o Dia dos Namorados. Ao comparar o resultado de maio com o mês anterior, a geração de vagas foi 32% menor, em um total de 124.607 admissões e 119.594 desligamentos no mês. São mais de 2,75 milhões de empregos celetistas ativos. As três divisões do setor apresentaram tímidos avanços: comércio e reparação de veículos gerou 1.238 postos de trabalho, ao passo que o comércio atacadista apresentou saldo positivo de 1.221 vagas, enquanto o comércio varejista criou 2.554 vínculos trabalhistas. Nesta última divisão, destacaram-se, de forma antagônica, o varejo hipermercadista e supermercadista (858 vagas) e o varejo de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo (585 vagas a menos). O setor ainda não saiu do índice negativo no acumulado do ano: são menos 3.092 empregos celetistas. De acordo com a FecomercioSP, observa-se que, neste ano, o comércio enfrenta um pouco mais de dificuldades, em especial o varejo. Isso tem acontecido porque as famílias estão direcionando mais renda aos segmentos de consumo não adiável, em detrimento daqueles dependentes de crédito. Outro ponto é o direcionamento da renda ao setor de serviços, apontando melhores resultados. Para junho, espera-se um tímido avanço no mercado de trabalho do comércio paulista.

CNC reúne sindicatos e federações para fortalecer atuação do Sistema Comércio

Os sindicatos empresariais que formam a base do Sistema Comércio estão reunidos em Brasília para três dias de debates, troca de experiências e compartilhamento de boas práticas. O evento, promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi aberto na manhã desta quarta-feira, 12 de julho, com a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. São 1.300 participantes, representando os mais de mil sindicatos e as 34 federações que integram o Sistema Comércio. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou, em sua saudação, a importância da organização do Sicomércio, após oito anos desde a realização da última edição, em 2015. “É o ápice da nossa representação como um todo, com os mais de mil sindicatos da base, as 34 Federações coordenando os interesses dos sindicatos a elas filiados, e a Confederação, no topo da pirâmide, gerenciando e coordenando as engrenagens do Sistema em nível nacional”, afirmou. Tadros disse que, em um mundo em rápida transformação, é fundamental que as entidades que representam os empresários do comércio de bens, serviços e turismo estejam preparadas. E lembrou ainda o protagonismo do Sistema Comércio na reforma tributária, com conquistas para o setor terciário, e a defesa contra o corte de recursos do Sesc e Senac.  “Mais do que nunca, devemos contar com a expertise de nossos braços sociais, o Sesc e o Senac, duas instituições respeitadas e que foram reconhecidas pela adesão de mais de um milhão de brasileiros ao abaixo-assinado contra o corte de recursos que as ameaçou recentemente e que conseguimos reverter”, disse o presidente. Negociado sobre o legislado “Contribuímos de forma significativa para aperfeiçoar a proposta da reforma tributária. Se não é a reforma ideal, tenham a certeza de que trouxemos avanços significativos que beneficiam o setor terciário. E precisamos mostrar isso para as empresas”, prosseguiu Tadros. Ele também mencionou a reforma trabalhista, que consolidou o princípio do negociado sobre o legislado, reforçando a importância da representatividade. “A negociação coletiva passou a ser uma das mais relevantes prerrogativas dos sindicatos.” Segundo o presidente da CNC, é fundamental que capital e trabalho atuem juntos na busca de uma convivência que traga prosperidade, com o reconhecimento do lucro como uma premissa do capitalismo e o pagamento de salários dignos para os trabalhadores. Luiz Marinho falou em seguida, destacando o alinhamento entre a CNC e o Ministério do Trabalho e Emprego em grande parte dos temas a serem tratados no Sicomércio. Marinho destacou o papel do comércio e dos serviços na geração de empregos e a valorização do processo de negociação coletiva como uma premissa para que o País avance em um ambiente que favoreça a criação de empregos. O vice-presidente Administrativo da CNC, Antonio Florencio de Queiroz Junior, falou em nome das entidades do Sistema Comércio, ressaltando que a união que o Sicomércio propicia não pode nunca ser desperdiçada. “Precisamos constantemente reafirmar a nossa relevância como entidades sindicais, e isso se traduz com a constante troca de conhecimentos e de boas práticas, permitindo a manutenção e o fortalecimento do Sistema Comércio e, por conseguinte, da atuação sindical.” Palestra do ministro Barroso Logo em seguida à abertura do Sicomércio, o ministro do STF Luís Roberto Barroso realizou a primeira palestra do dia. Barroso observou como a tecnologia vem transformando o mundo em todas as suas dimensões, do comércio às relações de trabalho, exigindo que as leis sejam adequadas. E também falou, entre outros temas, sobre a importância da reforma tributária para simplificar o sistema e acabar com a litigiosidade tributária. Segundo o ministro, é preciso acabar com essa fonte de insegurança jurídica para as empresas e para o governo.

O Sesc e o Senac serão preservados

Agora é oficial! O Congresso Nacional vetou, no dia 12/07, a possibilidade de cortes de 5% dos recursos do Sesc e Senac.Nesse veto, foi garantida a continuidade dos investimento nas duas instituições, o que significa investir no futuro do Brasil. Elas desempenham um papel crucial na promoção da cidadania, na inclusão social e no desenvolvimento humano. Ao proporcionar acesso a atividades culturais, esportivas e educacionais, contribuem para a formação integral dos cidadãos. Fonte: FecomercioSP