Otimismo com mercado de trabalho aumenta intenção de consumo das famílias
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou 2,6% em junho, descontados os efeitos sazonais, e manteve sua trajetória de crescimento. Pelo terceiro mês consecutivo, todos os indicadores avançaram nas comparações mensal e anual, aproximando o índice da zona favorável (acima dos 100 pontos). Quatro dos sete indicadores já estão no quadrante positivo: satisfação com emprego e renda atuais e perspectivas profissional e de consumo. A queda da inflação além do esperado e o mercado de trabalho aquecido têm deixado os consumidores mais dispostos a consumir. Embora mais otimistas, o endividamento em nível elevado e os juros altos limitam a capacidade de consumo e os efeitos benéficos da maior renda disponível. Com isso, as vendas do varejo e dos serviços têm desacelerado. “Os dados da ICF mostram que os consumidores brasileiros estão mais confiantes no futuro do emprego, especialmente os de menor renda e as mulheres, que foram os mais afetados pela crise econômica”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Nesse sentido, a queda da inflação e a geração de vagas formais contribuem para esse cenário. “No entanto, ainda há obstáculos para a retomada do consumo, como o alto nível de endividamento e a restrição do crédito, que impactam principalmente a compra de bens duráveis”, pondera Tadros. Segurança no emprego estimula intenção de compra A perspectiva profissional foi o indicador com a maior alta em junho, +4,9%. Conforme a economista da CNC responsável pela ICF, Izis Ferreira, a maior satisfação com o emprego atual é reflexo da geração de vagas formais pelo setor de serviços e pela construção civil, setores que vêm contratando pessoas com menor nível de escolaridade. Isso fez o índice alcançar 122,3 pontos, o maior nível desde março de 2015. O indicador que mede a intenção de compra de duráveis também avançou na casa dos 6,5%, porém sobre uma base de comparação baixa – o nível segue em 57,8 pontos. “Isso demonstra que, mesmo que o consumidor esteja mais animado com as compras a prazo, principalmente por estar mais seguro no emprego, o crédito seleto e caro limita a aquisição desse tipo de produto”, analisa a economista. Nessa linha, a pesquisa apontou que 4 em cada 10 consumidores relataram ter mais dificuldade de obter crédito. Por outro lado, na comparação anual, os indicadores que medem a percepção das famílias sobre o nível atual de compras, a renda e a perspectiva de consumo no curto prazo apresentaram as maiores taxas – 32%, 26,4% e 30,4% de alta, respectivamente. Isso porque, em junho de 2022, a inflação anual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulava alta de 11,9%, apertando os orçamentos domésticos e corroendo o poder de compra da maioria da população. “Esse cenário fez com que os consumidores recorressem mais ao crédito para recompor seus rendimentos e, consequentemente, tinham menos intenção de comprar. O IPCA acumula alta de 3,9% até maio deste ano, uma inflação três vezes menor do que no mesmo período do ano passado, o que favorece o consumo”, esclarece Izis. Otimismo avançou mais entre consumidores de menor renda O avanço na intenção de consumir em junho foi mais expressivo entre os consumidores de rendas média e baixa (com alta de 3,1%) do que entre os consumidores de renda alta (com crescimento de 2,2%). A diferença é provocada pela melhor perspectiva profissional, indicador que cresceu 5,8% no grupo que ganha menos de 10 salários mínimos. Além de mais seguros no emprego, 52% acreditam que terão melhores condições de trabalho nos próximos meses, a maior proporção desde abril de 2015. A perspectiva profissional também aumentou para os de maior renda, mas em menor escala, com majoração de 2,8%. No recorte por gênero, embora mais homens apontem que a perspectiva no emprego é positiva (53,1% do total do público masculino), foi entre as mulheres que a proporção mais cresceu em um ano (8,8 pontos percentuais), o que levou 52,2% das pesquisadas a vislumbrar melhores condições no trabalho, nos próximos meses. Esses fatores, como aponta Izis Ferreira, levaram a intenção de consumo a avançar 24% entre as mulheres, enquanto o índice cresceu 19% entre os homens.
Substitutivo da Reforma Tributária: entenda como deve ficar o sistema e o que mais pode afetar na sua empresa
O texto substitutivo da PEC 45/2019, da Reforma Tributária na Câmara, foi apresentado na noite da última quinta-feira (22). Pelo conteúdo proposto, serão substituídos os cinco tributos sobre o consumo (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por dois impostos sobre valor agregado (IVA dual: federal e subnacional), além de um imposto específico sobre determinados bens (imposto seletivo). Considerando a complexidade de uma proposta que deve ser levada à votação ao plenário da Câmara na primeira semana de julho, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) se mantém contra a pressa pela aprovação sem o tempo necessário para que tudo seja analisado com profundidade, uma vez que não se tem ideia de qual será o impacto disso para as atividades econômicas, especialmente as de representação da Entidade. Desenho do sistema tributário Pelo texto, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, substituirá o ICMS e o ISS. A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência da União, substituirá o PIS e a Cofins. O Imposto Seletivo (IS) visa desestimular o consumo de bens e serviços considerados prejudiciais à saúde (bebidas e tabacos, por exemplo) ou ao meio ambiente, permitindo que o Poder Executivo altere as alíquotas, como ocorre na atualidade com relação ao IPI. IVA dual Ambos os tributos, de competências federal e regional que compõem o IVA dual, terão características idênticas: O IVA dual terá base ampla, não cumulatividade plena, incidência “por fora”, tributação no destino e poucas alíquotas e exceções. Com relação às alíquotas do IBS (IVA subnacional), será aplicada uma alíquota única para todas as operações com bens e serviços, porém cada ente federativo fixará a alíquota própria por lei específica. O Senado fixará a alíquota de referência do imposto. O imposto terá regime específico de tributação para combustíveis e lubrificantes, serviços financeiros, operações com bens imóveis, entre outros. Alíquotas diferenciadas para poucas atividades O texto permite alíquotas diferenciadas do IBS e da CBS, que poderão ser reduzidas em 50% para as seguintes atividades: serviços de educação; serviços de saúde; dispositivos médicos; medicamentos; serviços de transporte público; produtos agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura; insumos agropecuários, alimentos destinados ao consumo humano e produtos de higiene pessoal; e atividades artísticas e culturais nacionais. Quanto à CBS, o texto substitutivo permite a redução de 100% das alíquotas sobre serviços de educação de ensino superior do Prouni e dos serviços beneficiados pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), este até 2027. Para a FecomercioSP, um fator preocupante é que o texto ainda não contempla o setor que mais emprega no País, os serviços, com a devida amplitude, que teriam pouco crédito pela natureza de suas atividades econômicas, já que sua maior despesa é a folha de salários — que não dá direito o creditamento. Esse é o ponto mais crítico da proposta. Veja todos os pontos defendidos pela FecomercioSP e pelos sindicatos filiados. Imposto subnacional ainda incerto A perspectiva do IVA federal deve ser de uma alíquota de 12% da CBS (PIS e Cofins), aquele de competência da União. Contudo, o ponto de temor é que não há qualquer projeção de quanto seria a alíquota do IBS (ICMS e ISS), de competência regional. Considerando que, atualmente, temos uma alíquota padrão de 18% de ICMS e de 5% de ISS, há grande pavor sobre quanto será a futura alíquota. O setor produtivo permanece em um voo às cegas, sem saber como será a lei complementar que definirá a regra de incidência dos novos tributos, especialmente base de cálculo e alíquota. Contas simples apontam que fatalmente setores importantes da economia terão aumento da carga tributária. Simples Nacional O texto mantém o tratamento favorecido às micro e pequenas empresas. Sobre a transferência de crédito das MEs/EPPs, poderão permanecer integralmente no regime único diferenciado. Ainda assim, a transferência de crédito do IBS e da CBS será no montante equivalente ao cobrado no regime único. A ME/EPP poderá optar em recolher IBS e CBS separadamente, como uma empresa regular, e transferir integralmente os créditos destes tributos. Ainda de acordo com a FecomercioSP, a limitação da transferência dos créditos é um retrocesso, pois, hoje, já é permitida a transferência integral do crédito de PIS e Cofins. Essa restrição compromete a competitividade das micro e pequenas empresas. Assim, para a ME/EPP não perder mercado, terá que pagar esses tributos tal como uma média ou grande empresa e, ainda, terá que arcar com o custo do cumprimento de obrigações acessórias, pois deverá cumprir as obrigações relativas ao Simples Nacional, do IBS e da CBS. O tratamento diferenciado e favorecido destinado a elas não estaria mais assegurado. Esses negócios deveriam ter a concessão de crédito presumido, do mesmo modo que outros setores terão esse direito. Período de transição entre os sistemas O texto estabelece que a transição para os contribuintes será realizada em oito anos, durante os quais a extinção de PIS e Cofins se dará em 2027, e de ICMS e ISS a partir de 2033, com a entrada proporcional do IBS durante o período de transição. Os benefícios e incentivos fiscais ou financeiros, não incluídos nos novos tributos, serão reduzidos gradativamente. A FecomercioSP entende que oito anos de transição significa, na prática, que o contribuinte teria um aumento de complexidade do cumprimento das obrigações acessórias, pois terá que atender às exigências tanto do atual como do novo sistema. A sugestão da Federação é que o período seja reduzido e que sejam estendidos os incentivos presentes no sistema atual para o novo, enquanto durar o período de transição, e cumprir com os benefícios por prazo determinado, como é o caso do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), incluído no texto. Crédito financeiro O crédito do IBS será do valor cobrado (destacado na nota fiscal), e não como previsto originalmente, que dependia de comprovação do efetivo pagamento. Contudo, mantém a possibilidade de o aproveitamento do crédito ficar condicionado ao efetivo
Reforma tributária prevê implementação do novo IVA a partir de 2026 e fundo de R$ 40 bi
A implementação do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) pode começar em 2026 e sua aplicação deve acontecer totalmente apenas oito anos depois, em 2033. Isso é o que prevê a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. Nesta quinta-feira (22), o relator do tema na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou a primeira versão do substitutivo da proposta que será votada no plenário na primeira semana de julho. O texto apresentado, no entanto, não deve ser a versão final que irá para votação, já que existem vários pontos ainda para serem discutidos e negociados. O texto contém a proposta para aplicação do IVA em um período maior para conseguir acomodar os benefícios fiscais já concedidos no país e que tem manutenção garantida pelo Congresso até 2032. Ainda assim, o governo federal deve arcar com R$ 160 bilhões no período para compensar essa fatura. Além da transição de oito anos entre sistemas de impostos, a proposta apresenta dois fundos de compensação para os estados. Um será destinado para compensar benefícios já concedidos e outro para financiamento de políticas de desenvolvimento regional. O governo quer que a soma dos dois não ultrapasse R$ 40 bi anuais. Fundos de compensaçãoO primeiro fundo, de Benefícios Fiscais, compensará os benefícios fiscais oferecidos pelas empresas e tem duração prevista até 2032. Os aportes de recursos serão feitos pela União em valores que iniciam em R$ 8 bilhões de reais em 2025, aumentam até R$ 32 bilhões em 2028, reduzindo progressivamente até a R$ 8 bilhões em 2032. Já o fundo de Desenvolvimento Regional quer reduzir as desigualdades regionais e sociais, com recursos destinados aos Estados e Distrito Federal, com aportes da União, que começam em R$ 8 bilhões em 2029, chegando a R$ 40 bilhões a partir de 2033. Entenda o IVAO novo sistema de tributos previsto pela reforma tributária vai criar dois novos impostos para centralizar os cinco tributos sobre consumo que existem hoje. O IVA federal vai reunir Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) . Já o IVA subnacional irá juntar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS). Fonte: Portal Contábeis Foto: Freepik
Para a FecomercioSP, decisão do Banco Central de manter juros em 13,75% é correta
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o parecer do Conselho de Política Monetária do Banco Central (Copom) em manter a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 13,75% ao ano (a.a.) é previsível e acertado, uma vez que alinha as expectativas da autoridade monetária e do mercado. Entretanto, a Entidade pontua que o dado de inflação apresentado no mês de maio foi contido, melhorando as expectativas para os preços atuais e para o próximo ano, convergindo cada vez mais ao centro da meta. Consequentemente, abre espaço para o início do ciclo de expansão monetária. Por isso, a indicação de corte pelo Banco Central (Bacen) poderia ser apresentada na próxima reunião, em agosto. CenárioDe acordo com a FecomercioSP, o juro no patamar atual traz reflexo negativo para o ritmo da atividade econômica, ao limitar a capacidade de investimento das empresas e do consumo das famílias. Contudo, se o início da redução dos juros não for feito de forma equilibrada — e com análise sólida de que as inflações atual e futura convergem para a meta estabelecida pelo Copom —, o efeito será oposto ao desejado. Isso acontece porque, a despeito de uma queda na Selic, frente a uma precipitação e ao desalinhamento das expectativas, os juros de mercado poderiam seguir caminho inverso. Sabe-se que a taxa de juros em 13,75% a.a. interfere na dinâmica da geração de emprego, pois reduz oportunidades. Todavia, a queda de modo inadequado pode aquecer o mercado de trabalho, apesar de corroer a renda por meio do processo inflacionário não controlado. De acordo com a FecomercioSP, é importante ressaltar que juros ocorrem em ciclos, e a primeira redução não terá efeito imediato de aquecimento da economia. Mas um início de fase de retrações com inflação na descendente e expectativas alinhadas com o mercado traz um cenário mais favorável aos investimentos de longo prazo.
CCT Sintesp é assinada
A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) foi firmada junto ao Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo (SINTESP) e está disponível para download e consulta. Em caso de dúvidas, entre em contato com o SincoElétrico através do e-mail: juridico@sincoeletrico.com.br ou por telefone: (11) 3333 8377.
SincoElétrico assina CCT com o SINSESP
A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) assinada e celebrada pelo SincoElétrico junto ao Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo (SINSESP), já está disponível para download ou consulta. Em caso de dúvidas entre em contato conosco por e-mail: juridico@sincoeletrico.com.br ou telefone (11) 3333 8377. Foto: Freepik
Dia dos Namorados: CNC projeta vendas de R$ 2,54 bilhões
De acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas do comércio varejista brasileiro voltadas para o próximo Dia dos Namorados (12 de junho) deve totalizar R$ 2,54 bilhões, descontada a inflação. Se confirmada a expectativa, o resultado das vendas registrará um recuo de 2,2% em relação a 2022. Esta é a sexta data comemorativa mais importante do varejo em termos de movimentação financeira. Diante do cenário de fragilidade das condições de consumo ao longo deste primeiro semestre, a movimentação financeira esperada deverá ficar em patamar semelhante ao de 2019, quando as vendas do setor totalizaram R$ 2,53 bilhões. Em 2020 (primeiro ano da pandemia de covid-19), foi registrada queda histórica de 18,9% na comparação com o ano anterior, e a recuperação só ocorreu inteiramente em 2022, com avanço de 28,4% nas vendas. “Mesmo que o cenário macroeconômico não esteja favorável, o fato de que as vendas do varejo devem ficar no mesmo patamar de antes da pandemia é algo a ser comemorado”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Regionalmente, São Paulo (R$ 849 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 250 milhões) e Minas Gerais (R$ 232 milhões) responderão por mais da metade (52%) da movimentação financeira nacional. Conforme o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, a previsão de queda das vendas em relação ao ano passado é explicada por um somatório de fatores. “A elevada proporção de comprometimento e inadimplência das famílias brasileiras evidencia a situação de juros altos e inflação resistente que prejudica o poder de compra”, analisa Bentes. Isso porque, apesar da desaceleração da inflação ao longo dos últimos meses, os juros estão no maior percentual dos últimos cinco anos – 59,6%, segundo indicador do Banco Central. Ainda, 29,7% dos rendimentos das famílias estão comprometidos com o pagamento de dívidas, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela CNC e divulgada nesta terça-feira, dia 6 de junho. Roupas e calçados serão os presentes preferidos Carro-chefe das vendas associadas ao Dia dos Namorados, o segmento de vestuário, calçados e acessórios deverá movimentar R$ 1 bilhão, o equivalente a 41% do total. Em relação ao ano passado, no entanto, esse ramo do varejo pode ter perdas de 6,4%. Em segundo lugar, com 31% das vendas, está o segmento de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com vendas previstas na casa dos R$ 782 milhões, uma retração de 4,2% no comparativo anual. Por outro lado, as vendas de itens de farmácia, perfumaria e cosméticos devem avançar 2,3%, mas responderão por pouco mais de 10% de toda a movimentação financeira esperada. Ainda pressionados por questões de oferta, os bens e serviços associados à data devem ter alta média de 8,7% nos preços, menos que no ano passado, quando chegaram a ficar 10,5% mais caros. Os preços que mais subiram foram os dos produtos para a pele (alta de 18,2%) e dos artigos de maquiagem (aumento de 17,5%), bem como dos calçados masculinos (17,5% mais caros) e femininos (14,4% a mais que em 2022). Foto: Freepik
Sincomavi promove webinário “Negociação em Compras”
O Sincomavi realizará no dia 28 de junho, das 9h às 10h30, o webinário “Negociação em Compras”, com Olegário Araújo, cofundador da Inteligência360, professor e pesquisador do FGV CEV – Centro de Excelência em varejo da FGV EAESP. O evento é online e abordará temas como: os dois tipos de negociação e seus estilos; a importância da negociação com base nos dados; a nova jornada da negociação da área de compras, entre outros. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas através do link: https://www.sympla.com.br/evento-online/negociacao-em-compras/2010708 Foto: Freepik
Crédito caro trava avanço do varejo, e CNC estima crescimento das vendas em 1,8% no ano
A tendência de desaceleração da inflação e os sinais positivos provenientes do mercado de trabalho levaram a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a prever um crescimento de 1,8% das vendas do varejo em 2023. Em abril, o volume de faturamento do comércio se manteve praticamente estável – um avanço de 0,1% perante março deste ano –, conforme demonstrou a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a perspectiva de menor aperto monetário para o próximo trimestre, a redução dos juros deverá ocorrer de forma lenta e gradual – provavelmente apenas a partir da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro, o que não deve permitir uma aceleração significativa do comércio ao longo de 2023. Desde o início deste mês, a mediana das expectativas de inflação nos 12 meses subsequentes já se encontra abaixo do limite superior do regime de metas de inflação, que é de 4,75% ao ano. “A convergência das expectativas inflacionárias ao ponto central da meta abre espaço para a flexibilização do atual aperto monetário que, sob a ótica do varejo, poderá se refletir em uma dinamização das vendas, impulsionadas pelo barateamento do crédito, esperado nos próximos meses”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Segundo Tadros, o cenário pouco propício ao ganho de tração das vendas do comércio conta ainda com o elevado grau de endividamento das famílias. De acordo com dados do Banco Central, desde setembro de 2021, pelo menos 30% da renda média dos consumidores se encontra comprometida com a amortização e os serviços de dívidas. Farmácias, combustíveis e supermercados puxam retomada pós-pandemia O economista da CNC Fabio Bentes aponta que, mesmo de maneira comedida, há uma gradativa recuperação das perdas do varejo ocasionadas pela pandemia de covid-19. Tendo como parâmetro o mês de fevereiro de 2020, as vendas cresceram 4,4% em abril deste ano, o que revela uma tendência suave de regeneração. Nos últimos três anos, os ramos mais especializados no atendimento de demandas essenciais têm se destacado nas vendas, como farmácias e perfumarias, que tiveram ampliação de 22,6%, seguidas de combustíveis e lubrificantes, com alta de 10,9%, e hiper e supermercados, que tiveram crescimento de 3,6%. “Por outro lado, atividades com menor foco em itens de consumo essencial e mais dependentes das condições de crédito ainda não conseguiram reaver o dinamismo anterior à crise sanitária”, avalia Fabio Bentes. Entre janeiro e abril deste ano, as vendas do varejo cresceram 1,9%, graças ao desempenho dos dois principais segmentos do setor: combustíveis e lubrificantes, com aumento de 17%, e hiper e supermercados, que tiveram ampliação de 2,7%. “Em ambos os casos, as reações derivaram da desaceleração dos preços e da menor dependência que esses segmentos historicamente revelam em relação ao comportamento dos juros”, conclui o economista da CNC. Confira aqui a análise completa Foto: Freepik
Inadimplência e endividamento na capital paulista se mantêm estáveis em maio
Maio foi marcado pela manutenção no índice de famílias endividadas e inadimplentes na cidade de São Paulo. No período, um pouco mais de 927 mil lares paulistanos declararam ter contas em atraso, o que representa 23% do total — no mês anterior, o índice era de 22,9%. Os endividados somam 73,1% do grupo, ante os 72,9% registrados em abril. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A tendência de uma estabilidade mensal no endividamento e na inadimplência é similar quando analisadas as duas faixas de renda da PEIC. Dentre as famílias com renda até dez salários mínimos, o porcentual que afirmou ter alguma dívida passou de 75,2% para 75,5%. Entre a faixa de renda superior a dez salários, a variação atingiu 66%, ante os 66,2% em abril. A inadimplência, por sua vez, subiu 0,1 ponto porcentual (p.p.) no primeiro grupo de renda, chegando a 27,7%. Por outro lado, recuou 0,02 p.p. no segundo, de renda mais elevada (10,6% das famílias). Principais dívidas O cartão de crédito segue como a principal forma de dívida entre as famílias, citado por 84,5%. Na sequência estão os carnês, com 13,4%, e o crédito pessoal, com 11,7%. Segundo o levantamento, um dado positivo é a redução anual no porcentual de endividados no cheque especial: de 6% para 3,5%. Para a FecomercioSP, trata-se de um movimento importante nos lares, uma vez que a taxa média de juros na modalidade chega a 129% ao ano (a.a.), contra 42% do crédito pessoal, de acordo com dados do Banco Central (Bacen). Cenário longe do ideal Ainda de acordo com a PEIC, as condições econômicas das famílias estão melhores do que há um ano, porém ainda longe de um ideal — cenário confirmado pela pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também da FecomercioSP. No quinto mês do ano, a variação recuou 1,8%. Todos os sete itens analisados pelo ICF apontaram resultado negativo no mês. As maiores quedas foram vistas no crédito e nas perspectivas de emprego e consumo. O acesso a crédito retraiu 2,7%, seguido de perspectiva profissional, que apresentou índice negativo de 2,3%, e perspectiva de consumo, com queda de 2,2%. No Índice de Confiança do Consumidor (ICC), a tendência também foi de queda mensal (-2,3%). Consumidores menos otimistas No mês, também se identificou queda no otimismo dos consumidores paulistanos, tanto no curto quanto no longo prazo. O índice das condições econômicas atuais retraiu 2%, ao passo que o de expectativa do consumidor apresentou queda de 2,5%. De acordo com a Federação, as três pesquisas apontam que a inflação, embora arrefecida, permanece em patamar elevado. Essa situação dificulta um ganho mais forte das condições econômicas. Por outro lado, o quadro é mais favorável do que o visto no mesmo período de 2022. No entanto, para que haja um avanço mais significativo dos índices de confiança e redução da inadimplência, é necessário a combinação entre maior geração de empregos, inflação mais baixa e dissipada e redução dos juros. A queda nos preços da gasolina e do gás de cozinha, no quinto mês do ano, pode ser benéfica à economia do orçamento doméstico, aliviando o bolso dos consumidores. Esse cenário que pode gerar aumento da confiança e, ao mesmo tempo, espaço para pagar contas em atraso. Segundo a FecomercioSP, ainda que a conjuntura seja desafiador — e por mais que os dados de maio tenham fugido da trajetória dos últimos meses —, a tendência no longo prazo é de melhora. Foto: Freepik