IPCA registra alta de 0,44% em setembro
A conta de energia elétrica das residências puxou a inflação de setembro para 0,44%, apontou o levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento foi de 0,46 ponto percentual em relação ao mês anterior (-0,02%), influenciado pelo grupo habitação (1,8%), que contabiliza o reajuste nas tarifas de energia elétrica residencial. No período, o gasto com o consumo de energia passou de -2,77% em agosto para 5,36% em setembro. O grupo alimentação e bebidas também contribuiu para a acelerada do IPCA (0,5%), que registrou aumento após dois meses de quedas seguidas. Para o ano, o acumulado da inflação é de 3,31%, sendo que nos últimos 12 meses, o índice está em 4,42%. “A mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar um, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta. A bandeira vermelha – patamar um – acrescenta R$ 4,46, aproximadamente, a cada 100 kwh consumidos”, explicou o gerente da pesquisa, André Almeida, em nota divulgada pelo IBGE. O consumo alimentar nas residências das famílias brasileiras registrou alta de 0,56%, impactado pelos aumentos de preços da carne bovina e de frutas como laranja, limão e mamão. “Falando especificamente das carnes, a forte estiagem e o clima seco foram fatores que contribuíram para a diminuição da oferta. É importante lembrar que tivemos quedas observadas ao longo de quase todo o primeiro semestre de 2024, com alto número de abates. Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática”, explicou Almeida. Por sua vez, no quesito alimentação fora do domicílio, a variação (0,34%) foi próxima à do mês anterior (0,33%). O item despesas pessoais teve a queda mais acentuada do levantamento (- 0,31%), o que significa um impacto de – 0,03 ponto percentual. O subitem cinema, teatro e concertos registrou queda de 8,75%, com reflexo de -0,04 ponto percentual no índice como um todo. “Em setembro, ocorreu a semana do cinema, uma campanha nacional em que diversas redes ao redor do país praticaram preços promocionais ao longo de uma semana. Essas promoções contribuíram para a queda de mais de 8% neste subitem”, completou o analista do IBGE. Fonte: Agência Brasil Foto: freepik
Vendas do varejo paulista devem crescer R$ 1,48 bilhão em outubro
Estimativas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostram que o faturamento dos segmentos varejistas mais impactados pelo Dia das Crianças deve chegar a R$ 46,6 bilhões em outubro, um incremento de R$ 1,48 bilhão (ou alta de 3,3%) em comparação ao mesmo período do ano passado. Na visão da Entidade, apesar de moderado, esse crescimento reflete um cenário econômico estável em que o consumo se mantém em alta. Dentre os quatro segmentos mais impactados pela data no Estado de São Paulo, a previsão é que as atividades de farmácias e perfumarias liderem a alta nas vendas, com um aumento de 6,7% — que, em números absolutos, representa R$ 665,5 milhões a mais em comparação a outubro de 2023. Essa expansão sugere que a procura por cosméticos e perfumaria pode estar relacionada a presentes. Outro destaque é o do grupo de vestuário, tecidos e calçados, que deve registrar alta de 3% nas vendas, gerando R$ 224,2 milhões a mais em relação a 2023. Em outras atividades — que inclui as lojas de brinquedos —, a expectativa é de elevação de 2,5%, um crescimento de R$ 529,2 milhões no faturamento. O segmento de eletrodomésticos, eletrônicos e linha branca deve apresentar um desempenho mais tímido (0,9%), resultando em R$ 61 milhões a mais nas vendas. TERMÔMETRO DE VENDAS PARA O NATAL Na avaliação da FecomercioSP, as estimativas positivas para as vendas do varejo no Estado de São Paulo, no mês das crianças, remetem a boas perspectivas para o Natal, a principal data para o Comércio, uma vez que movimenta cifras relevantes — especialmente graças à injeção dos recursos do décimo terceiro salário. O desempenho em outubro permite que os empresários avaliem tendências de consumo, identifiquem preferências de produtos e ajustem as estratégias para o fim do ano. Essa data, voltada principalmente às vendas de brinquedos, roupas infantis, alguns itens em farmácias e perfumarias e eletrônicos, oferece uma prévia do comportamento do consumidor, fornecendo dados sobre a demanda e o tíquete médio. Além disso, o Dia das Crianças pode ser um indicativo da confiança do público, indicando o impacto de fatores econômicos, como renda disponível, crédito e desemprego. De acordo com a Entidade, as projeções positivas apontadas no estudo podem ser interpretadas como uma boa prévia para o Natal, principalmente se o otimismo dos consumidores permanecer e o Comércio ajustar estoques e promover ofertas. A Black Friday, que ocorre no fim de novembro, também é uma data importante para ajudar nesse balizamento. As perspectivas macroeconômicas corroboram essas estimativas: emprego e renda crescentes, confiança do consumidor em patamar positivo, preços sob controle e mercado de crédito sem sustos. Os riscos, por sua vez, estão mais vinculados ao desequilíbrio das contas públicas — que é preocupante, porém não causará efeitos práticos imediatos. Fonte: FecomercioSPFoto: Freepik
FecomercioSP, Sebrae-SP e Senac abordam inovação e segurança digital para os pequenos negócios na FE24
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) levará, à Feira do Empreendedor 2024 (FE24), orientações sobre como se proteger de golpes virtuais e evitar prejuízos financeiros. Na edição deste ano, que começa nesta sexta-feira, dia 11 de outubro, na São Paulo Expo, a Entidade estará no espaço Loja do Futuro, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Os visitantes que passarem pelo local encontrarão as principais tendências para os varejos físico e digital, além de experiências tecnológicas, ferramentas e soluções para inovar e incrementar vendas e fidelizar clientes. Serão disponibilizadas experiências voltadas para o setor, troca de conhecimento com especialistas, palestras e matchmaking entre empresários e startups de tecnologia. As inscrições para a feira são gratuitas e podem ser feitas pelo link. Além disso, a FecomercioSP, parceira do Sebrae-SP no Programa Loja do Futuro — iniciativa que capacita empreendedores no uso da Inteligência Artificial (IA) em todo Estado de São Paulo —, apresentará a palestra Cibersegurança para Pequenas e Microempresas, que será conduzida por Fernando Sousa (dias 11, às 15h30, e 12, às 11h30) e Kelly Carvalho (dias 13 e 14, às 11h30), assessores técnicos da Federação. Dados de diversas instituições apontam o crescimento de crimes cibernéticos entre Pequenas e Médias Empresas (PMEs), revelando um cenário desafiador para os empreendedores do País: os ataques a esses negócios cresceram 41% entre janeiro e abril de 2022, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo levantamento da empresa internacional de cibersegurança e privacidade digital Kaspersky. Outro estudo, realizado pela IBM Security, apontou que, em 2022, 62% dos ataques cibernéticos tiveram esses negócios como alvo. Quando uma microempresa é vítima de um crime cibernético, o prejuízo pode ir muito além do impacto às finanças e à reputação do negócio. Um relatório de ameaças digitais elaborado pela empresa de segurança cibernética BlackBerry, em 2022, cita estudo que revela que a maior parte (60%) acaba fechando seis meses após serem alvos de golpes. As empresas do varejo são as maiores vítimas dos criminosos, que podem invadir softwares para roubar credenciais ou sequestrar informações e exigir resgate. A FecomercioSP entende ser necessário um trabalho de conscientização sobre os riscos das ameaças cibernéticas, principalmente entre esses negócios, já que a maior parte não dispõe de recursos e meios para se proteger dos crimes — e, na maioria das vezes, os responsáveis não tratam a cibersegurança como uma prioridade. Além de levar orientação ao empresariado, a Entidade se mobiliza para apresentar propostas ao Poder Público com o objetivo de contribuir para a formulação de uma Estratégia Nacional de Cibersegurança, que possibilite maior coordenação entre órgãos governamentais, empresas privadas e sociedade civil no enfrentamento do problema. O endereço do espaço Loja do Futuro na FE24 é Rua 5, Estande 9. No local também haverá palestras sobre Inteligência Artificial, melhorias de vendas e gestão no varejo, além de digitalização e virtualização de produtos. ServiçoFeira do Empreendedor 2024Data: 11 a 14 de outubro, das 10h às 20hLocal: São Paulo Expo — Rodovia dos Imigrantes, 1,5 km — Vila Água Funda, São PauloInformações e inscrições: aquiEntrada gratuita
Endividamento das famílias brasileiras recua, mas inadimplência volta a crescer
Apesar do uso frequente do cartão de crédito, o endividamento das famílias brasileiras registrou sua terceira queda consecutiva em setembro deste ano, com o percentual de famílias endividadas caindo para 77,2%, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse número é inferior ao registrado em agosto (78%) e em setembro de 2023 (77,4%), refletindo uma maior cautela das famílias na contratação de dívidas. No entanto, essa redução no endividamento não impediu o avanço da inadimplência. O percentual de famílias com dívidas em atraso subiu para 29%, interrompendo três meses de estabilidade. Além disso, o número de famílias que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas atrasadas aumentou para 12,4%, o maior índice desde novembro de 2023. “A queda no endividamento e o crescimento da inadimplência revelam que o peso das dívidas está cada vez mais difícil de ser administrado pelas famílias, principalmente devido aos juros elevados e à dificuldade de quitação das contas em atraso”, explica o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares. Perspectivas para o último trimestre As projeções da CNC indicam que o endividamento das famílias pode voltar a crescer no último trimestre de 2024, impulsionado pelas compras de fim de ano e pelos efeitos das altas taxas de juros. O percentual de famílias endividadas, que atualmente está em 77,2%, pode chegar a 78,6% até dezembro de 2024. Além disso, o percentual de famílias com dívidas em atraso também pode aumentar, chegando a 29,4% até o fim do ano, tornando o cenário financeiro das famílias brasileiras ainda mais desafiador nos próximos meses. Impacto do cartão Em setembro de 2024, o cartão de crédito continuou sendo o principal meio de pagamento entre as famílias brasileiras com dívidas, mesmo diante de uma maior cautela no uso do crédito. Estudo inédito da CNC revelou que, entre os consumidores que relataram estar endividados no cartão de crédito, 30% utilizam essa modalidade para comprar alimentação, roupas e calçados. Esses números indicam que, apesar dos altos juros, o cartão de crédito ainda desempenha um papel importante no consumo cotidiano. A pesquisa também mostrou outros detalhes relevantes sobre o comportamento de consumo com o cartão de crédito. Sobre educação, 70% dos consumidores afirmaram que nunca pagam esse tipo de despesa com o cartão de crédito, enquanto apenas 9% disseram usá-lo frequentemente para essa categoria. Cartão de crédito para despesas do cotidiano preocupa A pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que entre os endividados, 67% relataram que não utilizam o cartão de crédito para pagar serviços como energia elétrica, telefone, TV e streaming, água e esgoto, enquanto 11% o utilizam frequentemente com esse fim. Em relação a saúde e higiene pessoal, 52% dos entrevistados disseram que nunca usam o cartão de crédito para pagar planos de saúde, exames e medicamentos, mas 17% indicaram que usam o cartão frequentemente para essas despesas. O cartão de crédito nunca é utilizado por 39% dos entrevistados para compra de móveis e eletrodomésticos, enquanto 26% relataram usar o cartão para essas aquisições. Já para a compra de roupas e calçados, 30% dos consumidores afirmaram que utilizam essa modalidade frequentemente, enquanto 34% disseram nunca usar o cartão para essa categoria. Além disso, 30% dos entrevistados relataram o uso frequente do crédito para compras de supermercados e refeições fora de casa, contra 36% que nunca usam o cartão com essa finalidade. “A dependência crescente do cartão de crédito, especialmente para despesas cotidianas, como alimentação e vestuário, coloca as famílias em uma posição vulnerável devido aos altos juros. Isso pode aumentar o risco de inadimplência, mesmo com a diminuição do endividamento total”, alerta o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. Fonte: Diário do Comércio Foto: Freepik
Regulação das bets – Mix Legal 271 / 2024
Dando continuidade às medidas para controle das plataformas de apostas online, a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF) divulgou no último dia 1º de outubro a lista oficial dos sites de apostas de quota fixa que estão autorizados a operar no Brasil até o final de 2024. Essa iniciativa segue as diretrizes estabelecidas pela Portaria SPA/MF nº 1.475, de 17 de setembro de 2024, com o objetivo de garantir que apenas as empresas que solicitaram autorização por meio do Sistema de Gestão de Apostas do Ministério da Fazenda (Sigap) continuem operando, em conformidade com a regulamentação vigente. A SPA-MF também enviou notificações aos 26 estados e ao Distrito Federal, solicitando que enviassem suas respectivas listas de empresas autorizadas em âmbito estadual. Até o momento, as informações enviadas por aqueles que responderam foram integradas à lista nacional. Ao todo, a lista nacional conta com 89 empresas e 193 marcas (bets), enquanto a lista estadual inclui seis empresas com seis marcas. A medida proporciona mais segurança tanto para a sociedade quanto para as empresas que desejam atuar de forma regular no Brasil, protegendo a saúde mental e financeira dos jogadores. Os sites que não constam na lista divulgada pela Fazenda estão proibidos de ofertar apostas no Brasil. Esses sites permanecerão ativos apenas por um período de 10 dias, até 11 de outubro, exclusivamente para permitir que os apostadores solicitem o resgate de seus depósitos. Após esse prazo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) iniciará o processo de derrubada desses sites. Mesmo após essa data, os operadores dos sites serão responsáveis por assegurar que os apostadores possam levantar seus depósitos. A SPA-MF será a responsável pela fiscalização do cumprimento dessas normas, coordenando-se com outras autoridades competentes para coibir qualquer infração. Ao final deste período de transição, que se estende até o final de 2024, será divulgada uma nova lista definitiva das empresas autorizadas a operar no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2025. A partir de ano que vem, somente as empresas que estiverem plenamente adequadas à Lei nº 13.756/2018, à Lei nº 14.790/2023, e às regulamentações específicas do Ministério da Fazenda, poderão operar. Além disso, as empresas autorizadas deverão pagar uma outorga de R$ 30 milhões e cumprir rigorosamente as exigências relacionadas ao combate à fraude, à lavagem de dinheiro e à publicidade abusiva. Um detalhe importante para o próximo ano é que os sites autorizados passarão a operar sob o domínio exclusivo “.bet.br”, assegurando maior transparência e confiabilidade para os jogadores. Novos pedidos de autorização podem ser submetidos a qualquer momento, e a SPA-MF terá até 150 dias para analisá-los. A lista completa pode ser consultada no site oficial do Ministério da Fazenda: Proibição do uso de cartões nas apostas: A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento, decidiu em reunião extraordinária realizada no último dia 1º de outubro, antecipar a proibição do uso de cartões de crédito para pagamentos em apostas e jogos on-line nas chamadas “bets” no Brasil. A medida, que estava originalmente prevista para entrar em vigor em janeiro de 2025, com o início do mercado regulado, agora será aplicada de imediato. A FecomercioSP considera a medida relevante, especialmente diante do crescimento acelerado do mercado de apostas online e dos riscos associados, como o vício e o endividamento. Segundo pesquisa realizada pela Entidade, as apostas online, além de serem uma forma de lazer e entretenimento, têm sido vistas como uma alternativa para ganhos rápidos e investimentos. No entanto, a pesquisa também revelou que muitos jogadores afirmaram que, se não estivessem apostando, os recursos seriam direcionados para o consumo de alimentos, outros bens, ou formas de entretenimento mais saudáveis. Riscos associados a outras modalidades de pagamento: Embora a proibição do uso de cartões de crédito seja um avanço, a FecomercioSP chama a atenção para outro ponto: uma grande parte dos apostadores utiliza o PIX como meio de pagamento. Esse método, embora eficiente, pode facilitar o acesso a linhas de crédito, como o cheque especial, elevando ainda mais o risco de endividamento. O governo também está estudando a adoção de medidas para limitar o uso do cartão Bolsa Família em apostas esportivas, buscando impedir que esses recursos sejam utilizados de forma inadequada, aumentando o controle sobre o uso dos benefícios sociais. A FecomercioSP reforça a necessidade de se adotarem medidas que protejam os consumidores, incluindo a educação financeira e o estabelecimento de ferramentas que restrinjam o uso indiscriminado das plataformas de apostas, evitando que os jogadores desenvolvam comportamentos de risco, como o vício e o endividamento excessivo. fonte: FecomercioSP Foto: Freepik
CNC lança campanha sobre a importância da reforma administrativa
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), lançou, em 29 de setembro, uma campanha publicitária que defende a reforma administrativa como um fator de grande relevância para um serviço público com mais qualidade, eficiência e menos burocracia. A campanha será amplamente divulgada na televisão, em veículos impressos e na internet. Na TV aberta, estará presente nos canais Globo, Record e SBT, com inserções até 6 de outubro. Na TV fechada, terá inserções na Globo News até 4 de outubro. A campanha também será veiculada nas edições impressas dos jornais O Globo e Valor Econômico, na revista IstoÉ Dinheiro, além do portal Metrópoles e dos perfis proprietários da entidade nas redes sociais. como Facebook, Instagram, LinkedIn e Tik Tok. Acesse portaldocomercio.org.br/reforma-administrativa, leia a o manifesto da campanha e saiba mais sobre a iniciativa da CNC. Confira abaixo o vídeo da campanha:
Consumo das famílias estimula mercado de trabalho paulista
O consumo dos lares está impulsionado o mercado de trabalho nos setores do Comércio e dos Serviços em todo o território paulista. De acordo com a Pesquisa de Emprego (PESP), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a geração de vagas de trabalho nesses setores acumula altas de 130% e 33%, respectivamente, nos primeiros sete meses do ano. Em julho, os segmentos registraram, juntos, mais de 40 mil novos postos. Na comparação com 2023, os resultados do sétimo mês do ano mostram um crescimento na geração de vagas de 12,4%, no Comércio, e de 123,2%, nos Serviços. Os dados indicam uma resposta positiva ao aquecimento da economia doméstica, refletindo o impacto direto do consumo das famílias no emprego. De acordo com a FecomercioSP, inclusive, esse cenário não deve se alterar no curto prazo. Crescimento notável do Comércio Em julho, o setor comercial paulista obteve o maior saldo mensal desde novembro de 2023, com a criação de quase 14 mil postos de trabalho [tabela 1], um resultado de 142.643 admissões e 128.806 desligamentos e estoque de quase 2,94 milhões de vínculos empregatícios ativos. O comércio varejista, que representa quase 70% do total de empregos no setor, foi o principal motor desse crescimento, com destaque para os hipermercados e supermercados (+2.569 vagas) e os minimercados, mercearias e armazéns (+840 vagas). No acumulado do ano, o setor comercial do Estado de São Paulo já adicionou cerca de 36 mil novos postos de trabalho, com o comércio atacadista contribuindo com 16.863 vagas, seguido pelo varejo (+9.538 vagas) e pelo comércio e reparação de veículos (+9.412 vagas). Especificamente na capital paulista, foram criados 4.091 novos empregos em julho, com 2.451 vagas oriundas do varejo e um acumulado de 10.214 novas posições no ano. Recuperação contínua e crescimento sólido Em julho, o setor de serviços, por sua vez, apresentou 26.345 novas vagas, após 366.269 admissões e 339.924 desligamentos, com um estoque de aproximadamente 7,48 milhões de empregos ativos [tabela 2]. Em comparação ao saldo de junho, houve alta de 5,7%, representando o maior resultado para o mês desde 2021. Dentre os grupos de atividades, os serviços administrativos e complementares (10.907 vagas) e os serviços de saúde humana e serviços sociais (4.765 vagas) foram os maiores contribuidores. No acumulado de 2024, o setor gerou 236,6 mil novos empregos, com destaque para os serviços administrativos e complementares (65.864 vagas). Em julho, a capital contribuiu com 9,5 mil novas vagas e um total de 85.338 novos postos de trabalho no ano — cenário, mais uma vez, liderado pelos serviços administrativos e complementares. Fonte: FecomercioSP Foto: Freepik
Número de empresas inadimplentes continua estável pelo terceiro mês consecutivo
Embora estável pelo terceiro mês consecutivo, a negativação dos negócios ainda é alta no País, alcançando 6,9 milhões de CNPJs no vermelho em julho deste ano, de acordo com oIndicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Esse total representa 30,8% das companhias existentes no Brasil, revelando uma baixa queda de 0.4 ponto percentual em relação ao último mês de junho. Ainda de acordo com os dados divulgados pela Serasa Experian, dentre as mais de 6,9 milhões de companhias negativadas, 6,5 são micro e pequenos negócios. O setor de serviços representou a maior parte das empresas, com compromissos negativados em torno de 55,9%. Em sequência, o comércio com 35,6%, seguido pelas Indústrias com 7,3%. Segundo o sócio-diretor da Nordex Consultoria Empresarial, Fábio Santiago, o atual momento econômico do País pode dificultar o processo de recuperação das empresas. “A pausa na redução das taxas de juros, que vinha se mantendo estável, pode agravar a alta inadimplência, especialmente em relação às dívidas de longo prazo, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas dívidas pode levar à insolvência”, afirma. Dentro desse contexto, o sócio-diretor da Nordex destaca que a reestruturação empresarial pode contribuir para a recuperação financeira das empresas de várias formas, como: Na redução de custos e eficiência operacional, permitindo que a empresa identifique e elimine áreas ineficientes e não rentáveis. Isso pode envolver a renegociação de contratos, a redução de despesas operacionais e a otimização de processos. Na renegociação de dívidas, que é um dos principais objetivos da reestruturação. Isso pode incluir a extensão dos prazos de pagamento, a redução das taxas de juros ou até mesmo a redução do valor principal da dívida. Essas mudanças podem aliviar a pressão financeira sobre a empresa e facilitar o cumprimento das obrigações. Para melhorar a liquidez, ao liberar recursos que estavam comprometidos em ativos não essenciais ou operações menos rentáveis. Isso proporciona à empresa mais flexibilidade financeira para lidar com suas dívidas e investir em áreas estratégicas. Oferece a oportunidade de revisar e, se necessário, reformular o modelo de negócios da empresa. Isso pode incluir a diversificação de produtos e serviços, a exploração de novos mercados ou a mudança de estratégias de preços para melhor atender às necessidades do mercado e aumentar a rentabilidade. Para restaurar a confiança dos investidores e credores, demonstrando que a empresa está comprometida em resolver seus problemas financeiros e em recuperar a saúde financeira, facilitando a obtenção de novos financiamentos ou investimentos. “Em muitos casos, a reestruturação é uma alternativa à falência, permitindo que a empresa continue operando, preserve seu valor e mantenha empregos, beneficiando acionistas, funcionários, bem como a economia local”, enfatiza Santiago. Ainda de acordo com o consultor, a reestruturação também pode ajudar a empresa a se adaptar a mudanças no mercado ou na economia. Isso pode envolver a adoção de novas tecnologias, a resposta a novas demandas dos consumidores ou a adaptação a novas regulamentações. “A reestruturação empresarial é um processo estratégico essencial para ajudar as empresas a superarem desafios financeiros, melhorar a sua posição competitiva e garantir a sustentabilidade a longo prazo”, conclui Santiago. Fonte: Contadores foto: Freepik
Mercado eleva para 3% projeção de expansão da economia em 2024
A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 2,96% para 3%. A estimativa está no Boletim Focus de segunda-feira (23), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos. A revisão para cima ocorre após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) do segundo trimestre do ano, que surpreendeu e subiu 1,4% em comparação ao primeiro trimestre. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com o segundo trimestre de 2023, a alta foi de 3,3%. Para 2025, a expectativa para o PIB permaneceu em 1,9. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro também projeta expansão do PIB em 2%, para os dois anos. Em 2023, também superando as projeções, a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%. A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,40 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda norte-americana fique em R$ 5,35. Inflação Nesta edição do Focus, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – em 2024 passou de 4,35% para 4,37%. Para 2025, a projeção da inflação ficou em 3,97%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,62% e 3,5%, respectivamente. A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro de tolerância, que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua e, assim, o CMN não precisa mais definir uma meta de inflação a cada ano. O colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em agosto, puxado principalmente pelas quedas de preços em alimentos e despesas com habitação, houve deflação de 0,02% no país, após o IPCA ter registrado inflação de 0,38% em julho. De acordo com o IBGE, em 12 meses, o IPCA acumula 4,24%. Taxa de juros Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação fizeram o colegiado elevar os juros pela primeira vez em mais de dois anos. A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano. A próxima reunião do Copom está marcada para 5 e 6 de novembro, quando os analistas esperam um novo aumento da taxa básica. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,5% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 10,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida, novamente, para 9,5% ao ano e 9% ao ano, respectivamente. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. Fonte: Agência BrasilFoto: Freepik
Intenção de consumo das famílias tem nova queda, impulsionada pela piora no crédito
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 0,3% em setembro, refletindo uma piora na avaliação sobre a perspectiva profissional (redução de 0,4%) e sobre o acesso ao crédito (queda de 1,3%). A diminuição foi mais acentuada entre as famílias de maior renda e o público masculino, cujas percepções do mercado de trabalho e consumo futuro pioraram. No entanto, apesar da retração, o indicador ainda registrou 103,1 pontos, permanecendo acima do nível de satisfação e alcançando seu maior patamar desde março deste ano, quando atingiu 104,1 pontos. A desaceleração na criação de empregos e a incerteza econômica levaram a uma retração de 0,4% na perspectiva profissional, apesar de a avaliação sobre o emprego atual ter mostrado sinais de melhora, com um aumento de 0,4% na ICF. “O saldo positivo do mercado de trabalho anima os consumidores no curto prazo, mas a cautela quanto ao futuro permanece”, afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho também revelou um aumento no volume de assalariados, com crescimento acumulado de 3,9% nos últimos 12 meses. Mercado de crédito mais seletivo impacta consumo A maior pressão inflacionária e as incertezas fiscais afetaram o mercado de crédito, que se tornou mais restrito, resultando em uma queda de 1,3% no subindicador que mede a satisfação com o acesso ao crédito. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também apurada pela CNC, o número de famílias incapazes de pagar suas dívidas aumentou em agosto, influenciando negativamente a avaliação do momento para compra de bens duráveis, que registrou uma redução de 1%. “Com o cenário mais desafiador para o crédito e o aumento da inadimplência, o mercado se tornou menos acessível, especialmente para famílias de maior renda, que mostram maior retração na intenção de consumo”, pontua Felipe Tavares, economista-chefe da CNC. Famílias com maior renda mostram maior cautela A análise das diferentes faixas de renda revela que as famílias com renda acima de dez salários mínimos sofreram uma queda de 0,8% na intenção de consumo em setembro, enquanto as com menor renda recuaram apenas 0,2%. A perspectiva de consumo teve uma redução ainda mais intensa entre as famílias de maior renda (queda de 2,5%), contra uma diminuição de 0,6% entre as de menor renda. Essa divergência também se manifestou no indicador de emprego atual, com as famílias de maior renda registrando queda de 0,3%, enquanto as de menor renda apresentaram um aumento de 0,8%. “Famílias com maiores salários estão mais cautelosas em relação ao emprego e ao consumo futuro, devido à maior seletividade no crédito e à piora na confiança empresarial”, comenta Felipe Tavares. Em contraste, as famílias com menor renda, embora mais otimistas quanto ao emprego atual, mantêm-se reservadas com relação ao futuro, com queda de 0,2% na perspectiva profissional. Mulheres demonstram maior otimismo Uma análise por gênero mostra que as mulheres puxaram o avanço da intenção de consumo, com um crescimento anual de 1,6%, em comparação a uma retração de 0,3% entre os homens. No mercado de trabalho, o indicador que mede a satisfação com o emprego atual avançou 3,3% para elas, contra apenas 0,3% para eles. A perspectiva profissional também apresentou diferenças, com uma queda mais acentuada entre os homens (redução de 5,4%), em contraste com uma diminuição de 2,4% entre as mulheres. No que diz respeito à avaliação do acesso ao crédito, as mulheres registraram uma melhora de 1,7% em relação a setembro do ano passado, enquanto os homens viram uma queda de 0,2%. Esse fator é atribuído ao aumento do número de homens com dificuldades em amortizar suas dívidas, conforme aponta a Peic, contribuindo para uma redução de 4,2% na perspectiva de consumo entre o público masculino, contra uma queda de 2,6% entre o público feminino. “Esse cenário de maior otimismo entre as mulheres reflete um mercado de trabalho e crédito ligeiramente mais favorável para elas, enquanto os homens enfrentam maiores desafios nos próximos meses”, conclui o economista-chefe da CNC. Foto: Freepik