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Inadimplência de empresas bate recorde em agosto, aponta Serasa

Mais de 6,5 milhões de empresas no Brasil encerraram o mês de agosto com pendências financeiras, marcando um aumento de 5% em comparação com o mesmo período de 2022. Esse é o patamar mais elevado já registrado desde o início do histórico indicador de inadimplência da Serasa Experian, que teve seu início em março de 2016. Essa crise financeira afetou sobretudo as micro e pequenas empresas (MPEs), que representam a maioria, com 5,8 milhões de empresas em situação de inadimplência, correspondendo a 89% do total de empresas devedoras. “A persistente alta da inadimplência das empresas, que registramos pelo terceiro mês consecutivo, reflete a realidade em que os empreendedores se encontram diante do quadro econômico desafiador ainda presente”, alerta o vice-presidente de pequenas e médias empresas, Cleber Genero. Segundo ele, as empresas de menor porte são mais vulneráveis à inadimplência, pois possuem menos liquidez e reservas financeiras limitadas para enfrentar situações de crise. MPEs inadimplentes No mês de agosto, mais da metade das micro e pequenas empresas com inadimplência pertenciam ao setor de serviços (53%), seguidas pelo comércio (38,6%) e indústria (7,7%). O total de dívidas em atraso alcançou 39,9 milhões, somando um montante de R$ 95,8 milhões. Em média, cada empresa inadimplente tinha quase sete contas pendentes. A região do Sudeste liderou em número de empresas com CNPJs negativados (52,5%), com São Paulo contribuindo com mais de 30% desse total, sendo o estado com mais registros de inadimplência. Por outro lado, a região Norte apresentou o menor índice de empresas com pendências (5,5%). No cenário geral, mais de 6 milhões de empresas acumularam dívidas totalizando R$ 119 milhões. O setor de serviços representou mais da metade dessas dívidas (54%), seguido pelo comércio (36,8%) e a indústria (7,6%). Foto: Freepik

Governo discute estratégias para aprovação da reforma tributária em novembro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça-feira (17) no Palácio da Alvorada com ministros e líderes do governo no Congresso para discutir as estratégias de aprovação da reforma tributária.  De acordo com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, as medidas destinadas à recuperação econômica ocupam o topo das prioridades neste último trimestre do ano. “O presidente reforçou a prioridade absoluta do governo das medidas que mantêm esse ciclo novo de recuperação econômica, de redução da taxa de juros, da atração de investimentos internacionais e de consolidação do ambiente macroeconômico do país”, comentou Padilha, após o encontro. O senador anunciou que a intenção é apresentar o relatório da reforma tributária no dia 24, com a votação prevista para 9 de novembro, alinhando-se com as expectativas do governo. “É prioridade. O governo vai trabalhar para concluir a reforma (nos impostos) ainda neste ano. É essencial acabar com a balbúrdia tributária que temos no país. Ela traz obstáculos para os investimentos, dificulta a vida dos empresários e é injusta do ponto de vista da distribuição tributária”, afirmou. Além do ministro das Relações Institucionais, participaram da reunião os líderes Randolfe Rodrigues, do Congresso, José Guimarães, da Câmara e Jaques Wagner, do Senado. Também estiveram presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), o vice Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social). Projetos em discussão no Senado Outros itens prioritários incluem a regulamentação das apostas esportivas e debêntures de infraestrutura, atualmente em análise no Senado, bem como a tributação de offshores e fundos exclusivos, e a regulamentação do mercado de carbono, em tramitação na Câmara. Padilha enfatizou a justiça tributária, visando arrecadar recursos provenientes dos super-ricos para educação, saúde, habitação e seguridade social. O governo reiterou seu compromisso com o plano elaborado pelo ministro Fernando Haddad, que envolve a consolidação do ambiente macroeconômico, a reorganização do orçamento e o cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo governo. Fonte: Portal Contábeis

Varejo tem retração após duas altas seguidas, mas previsão da CNC é otimista para 2023

Enquanto o setor varejista no Brasil enfrentou desafios em agosto, com uma ligeira retração após dois meses de crescimento contínuo, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mantém uma visão otimista para o restante de 2023, projetando um crescimento de 2%. Após registrar um avanço de 0,7% em julho, o varejo teve um declínio de 0,2% nas vendas em agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados hoje (18 de outubro) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, é importante destacar que o varejo brasileiro continua a demonstrar um desempenho positivo no acumulado do ano, com um aumento de 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento é impulsionado por setores que oferecem produtos essenciais, como hiper e supermercados, que tiveram alta de 3%; farmácias e drogarias, cujo aumento foi de 3,5%; e combustíveis e lubrificantes, para os quais o aumento foi ainda maior, de 9,2%. Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a estabilidade desses segmentos ao longo de 2023 pode ser atribuída à moderação dos preços (que subiram menos que a inflação) e à menor dependência das condições de crédito. “A flexibilização da política monetária e a redução das taxas de crédito requerem tempo para gerar impactos significativos no setor”, afirma Tadros. Segundo o presidente da CNC, o varejo brasileiro permanece sob a influência de múltiplos fatores. “O cenário mostra a necessidade de uma abordagem cautelosa e estratégica para impulsionar o setor ao longo do restante do ano”, aponta. Comércio de eletros enfrenta quedas De acordo com o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, a política monetária do Brasil ainda desempenha um papel significativo, particularmente, em segmentos mais dependentes de crédito. Segmentos que dependem mais do parcelamento, como o comércio de artigos de uso pessoal e doméstico (predominantemente de eletrônicos), de móveis e eletrodomésticos, apresentaram variações negativas de 4,8% e 2,2%, respectivamente. A estabilização dos preços em um patamar mais baixo do que em 2022 e a queda do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 8,73% para 4,61% em 12 meses, evidenciam o impacto das políticas monetárias. “Setores mais sensíveis ao crédito registraram variações negativas ou abaixo da média do varejo, refletindo o desafio de estimular as vendas em um cenário de endividamento das famílias”, explica Bentes. Desde outubro de 2021, aproximadamente 30% da renda média dos consumidores tem sido destinada ao pagamento de dívidas e serviços relacionados. Confira a análise completa

Projeto que isenta IPTU de imóveis da região da Cracolândia é sancionado

Debatido com a população em Audiências Públicas e aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo na quarta-feira (4/10), o PL (Projeto de Lei) 448/2023 foi sancionado pelo Executivo e publicado no Diário Oficial da cidade de São Paulo desta segunda-feira (9/10). A proposta, que agora se tornou a Lei nº 18.001/2023, autoriza isenção total ou parcial do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para imóveis que ficam na região do chamado “fluxo da Cracolândia” (local em que há grande quantidade de usuários de drogas), no centro da capital, pelos próximos dois anos. São duas categorias básicas de benefício, com descontos de 50%, até o limite de R$ 10 mil, e de 100%, limitado a R$ 20 mil. No total, 4.826 imóveis serão beneficiados pela medida. Segundo a Prefeitura, atualmente, desses, 2.143 imóveis já tem isenção e 378 recebem desconto do imposto por atenderem critérios sociais previstos em legislação anterior. Perímetro dos imóveis beneficiados: – Trecho que se inicia na esquina da rua Conselheiro Nébias com a rua Aurora e se encerra na esquina com a rua General Osório; – Trecho que se inicia na esquina da rua Conselheiro Nébias com a rua Aurora e se encerra na esquina com a avenida Rio Branco; – Trecho que se inicia na esquina da Rua Timbiras com a rua Guaianazes e se encerra na esquina com a rua dos Gusmões; – Trecho que se inicia na esquina da praça Júlio de Mesquita com a rua Vitória e se encerra na esquina com a avenida Rio Branco; – Trecho que se inicia na esquina da alameda Barão de Limeira com a rua dos Gusmões e se encerra na esquina com a avenida Rio Branco; – Trecho que se inicia na esquina da rua General Osório com a avenida Rio Branco e se encerra na esquina com a rua Vitória; – Trecho que se inicia na esquina da rua dos Gusmões com a avenida Rio Branco e se encerra na esquina com a rua Gal. Couto de Magalhães; – Trecho que se inicia na esquina da rua General Osório com a rua Santa Efigênia e se encerra na esquina com a rua Vitória; – Trecho que se inicia na esquina da Aurora com a rua dos Andradas e se encerra na esquina com a avenida Cásper Líbero; – Trecho que se inicia na esquina da rua Mauá com a rua Gal. Couto de Magalhães e se encerra na esquina com a rua Timbiras; – Trecho que se inicia na esquina da rua Mauá com a rua dos Protestantes e se encerra ao encontrar a rua Gal. Couto de Magalhães; – Trecho que se inicia na esquina da rua dos Gusmões com a rua Triunfo e se encerra ao encontrar a rua Gal. Couto de Magalhães. Fonte: Câmara Municipal de São Paulo Foto: Freepik

Endividamento aumenta entre os mais pobres

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (incluindo cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro e de casa) permaneceu estável em setembro, mantendo-se em 77,4% das famílias no país. Esse número, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), representa o volume de endividados mais baixo desde junho de 2022, indicando uma tendência de estabilidade. O índice é apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde 2010. Entretanto, ao analisar as faixas de renda, observou-se um aumento no volume de endividados entre os consumidores de renda mais baixa. Este incremento foi de 0,3 pontos percentuais em relação a setembro de 2022 entre as famílias que recebem até três salários mínimos, apontando para desafios persistentes nesse segmento. É importante ressaltar que essas famílias terão seus CPFs desnegativados a partir deste mês, no âmbito do programa “Desenrola”. O endividamento por si só não é sinônimo de um problema financeiro, a não ser que esteja atrelado à inadimplência, que também está em alta na faixa de renda mais baixa, com 38,6% desses consumidores admitindo ter dívidas atrasadas. Esse valor representa aumento de 0,7 p.p. no mês (e o mesmo percentual de setembro do ano passado), e é o nível mais alto desde novembro de 2022. Além disso, 18,3% desses consumidores afirmam não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores – o maior da série histórica desse indicador. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a estabilidade geral no endividamento das famílias no Brasil é importante para a construção de um cenário econômico favorável. “No entanto, preocupa o aumento do índice nas faixas de renda mais baixa e, inclusive, com tendência de aumento da inadimplência dessas famílias”, afirma Tadros. Para ele, os desafios persistem especialmente em relação aos juros elevados do cartão de crédito, principal modalidade de endividamento do brasileiro, imprescindível para o comércio e os serviços. “Uma pesquisa inédita da CNC revelou que 90% do varejo tem suas receitas provenientes de compras parceladas sem juros no cartão de crédito, pelo menos parcialmente, o que evidencia também a inclusão das pessoas de renda média e baixa no mercado de consumo”, aponta Tadros. O presidente da CNC reforça a necessidade de que seja mantido o parcelamento sem juros, sem intervenção nas condições de mercado, além da racionalização da taxa de juros do rotativo. Aumenta dívida no cartão de crédito O cartão de crédito continua sendo a modalidade de dívida predominante, representando 86,2% do total de endividados – o aumento em relação a setembro de 2022 foi de 0,6 p.p. No entanto, os juros do rotativo do cartão atingiram níveis alarmantes, com uma média de 445,7% ao ano, a maior alta entre todas as modalidades de dívida Os dados do Banco Central mostram um aumento na concessão de crédito no cartão em relação a agosto de 2022, com um crescimento de 10% nos pagamentos à vista e 28% no parcelado. Entre os consumidores de renda média e baixa, o endividamento no cartão de crédito avançou 0,3 p.p. em relação a setembro de 2022, enquanto caiu 0,3 p.p. entre a alta renda. “No mês, no entanto, o uso do cartão implicou na alta do volume de endividados em todos os grupos de rendimento” analisa Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela Peic. Também no ano, esse tipo de pagamento cresceu 1,5 p.p. entre os homens, enquanto diminuiu 0,5 p.p. entre as mulheres. “Elas, por sua vez, afirmam optar por dívidas no consignado, uma modalidade com taxas de juros mais baixas, e buscando alternativas fora das linhas de crédito tradicionais”, aponta Ferreira. A Peic demonstrou que tanto homens como mulheres registraram queda no endividamento anual, de 2,3 p.p. e 1,8 p.p., respectivamente. Já no mês, enquanto a proporção de homens endividados diminui ligeiramente (0,1 p.p.), a das mulheres seguiu estável, em 79,1%. Em termos de dificuldades em quitar dívidas, um número ligeiramente maior de mulheres (30,6%) relata enfrentar problemas em relação aos homens (29,6%). Confira a análise completa e a série anual

FecomercioSP orienta empresários e esclarece dúvidas na Feira do Empreendedor

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) levará orientação aos empresários sobre questões trabalhistas na Feira do Empreendedor 2023. O evento, promovido pelo Sebrae, acontece de 16 a 19 de outubro, das 10h às 20h, no São Paulo Expo, com palestras, expositores e importantes nomes do empreendedorismo para impulsionar os micro, pequenos e médios negócios do País.   A Entidade estará em um espaço na área de exposições (Pavilhão 7, Rua A, estandes SER 11 e 12) onde receberá empreendedores para tratar dos principais pontos que desafiam as empresas. Durante os quatro dias de evento, especialistas da Federação estarão disponíveis para um “bate-papo VIP” sobre problemas empresariais. O objetivo é que os empresários possam acessar conhecimentos estratégicos acerca dos principais aspectos de funcionamento dos seus negócios, tratando de questões relacionadas a contratação, manutenção dentre outros assuntos, aproveitando a expertise da FecomercioSP.  Além disso, a Entidade apresentará produtos e serviços voltados a Micro, Pequenas e Médias empresas (MPMEs), como orientações sobre a LGPD; pesquisas exclusivas e tendências de mercado; emissões de certificados e atestados para agilizar a operação; atualização privilegiada de linhas de crédito a juros baixos; utilização do Repis; esclarecimentos a respeito da Fecomercio Arbitral e dos benefícios da utilização dos meios alternativos de solução de conflitos (arbitragem, mediação e conciliação); entre vários outros.  A Federação também estará presente na Arena do Conhecimento, onde haverá palestras, talks shows e outras atrações com grandes nomes do empreendedorismo nacional. No palco Crescer, Kelly Carvalho, assessora técnica do Conselho de Economia Digital e Inovação da FecomercioSP, apresentará a palestra “Comércio eletrônico e o futuro do varejo”. A participação da especialista está marcada para o primeiro dia da feira, às 18h20. No dia seguinte, Alexsandra Ricci, assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade, trará para a discussão, também no palco Crescer, a agenda de governança ambiental, social e corporativa, com a palestra “Desmitificação do ESG”.  A apresentação dela acontecerá às 14h.   Serviço: Feira do Empreendedor 2023 — São Paulo Data: 16 a 19 de outubro Horário: das 10h às 20h Local: SP Expo — Rodovia dos Imigrantes, s/n — Km, 1,5 Palestra “Comércio eletrônico e o futuro do varejo”  Palestrante: Kelly Carvalho, assessora técnica do Conselho de Economia Digital e Inovação  Data: 16 de outubro  Horário: 18h20 às 18h55  Espaço do evento: Arena do Conhecimento  Palco:  Crescer Palestra “Desmitificação do ESG” Palestrante: Alexsandra Ricci, assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade. Data: 17 de outubro  Horário: 14h às 15h Espaço do evento: Arena do Conhecimento  Palco:  Crescer Inscreva-se! Foto: Freepik

Dia das Crianças: vendas do varejo devem chegar a R$ 8,4 bilhões

O setor varejista brasileiro está otimista na medida em que se aproxima o Dia das Crianças. A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que as vendas destinadas a essa data comemorativa deverão atingir R$ 8,4 bilhões. Caso essa projeção seja confirmada, representará um crescimento de 1,2% em relação a 2022. No ano passado, ainda sob os efeitos da inflação e dos juros elevados, o setor registrou movimentação financeira de R$ 8,3 bilhões. Com o avanço previsto para este ano, a tendência é que o volume financeiro supere o nível de vendas observado antes do início da pandemia. “O Dia das Crianças ocupa a terceira posição no calendário de eventos mais relevantes para o varejo nacional em termos de volume de vendas, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães”, reforça o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Tadros ressalta que o Dia das Crianças deste ano promete ser um impulsionador significativo para o varejo brasileiro. “Os consumidores podem aproveitar preços mais estáveis para adquirir presentes, enquanto o setor varejista continua sua trajetória de recuperação econômica após os desafios impostos pela pandemia”, analisa o presidente da Confederação. Preços aumentam menos que em 2022 A expectativa da CNC é que o preço médio da cesta composta por 11 grupos de bens e serviços relacionados à data fique 7% mais caro que no Dia das Crianças de 2022. Isso representa uma desaceleração em relação ao aumento de 9,9% registrados no ano anterior em relação a 2021. Terão alta nos preços itens como sapatos infantis (12,4%), livros (10,3%) e tênis (9%). Por outro lado, os videogames estão 8,5% mais baratos. Comparado ao mesmo período do ano passado, observa-se uma redução significativa na taxa de inflação, com o IPCA registrando apenas 4,61% de aumento em relação aos 8,73% do ano anterior. “Isso significa que os consumidores podem adquirir presentes para as crianças sem sentir um impacto tão expressivo em seus orçamentos”, afirma o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes. No entanto, Bentes destaca que as condições do mercado de crédito ainda não estão totalmente favoráveis. Apesar do Banco Central ter iniciado um processo de flexibilização da política monetária, a taxa média de juros das operações livres destinadas às pessoas físicas ainda permanece acima do patamar registrado no ano anterior, chegando a 57,71% ao ano, como ressalta o economista. Roupas e calçados para a criançada Quanto às categorias de produtos, o segmento de vestuário e calçados responde por 33% do volume projetado, o equivalente a R$ 2,8 bilhões. Já o setor de eletroeletrônicos e brinquedos representa 25% (R$ 2,1 bilhões). As perfumarias e farmácias devem registrar o maior crescimento em relação ao ano anterior, com um avanço de 2,8% e um volume esperado de R$ 1,4 bilhões de vendas. Em termos regionais, São Paulo (R$ 2,7 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 840 milhões), Minas Gerais (R$ 838 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 675 milhões) devem contribuir com aproximadamente 60% do total movimentado com o Dia das Crianças. Entretanto, o maior crescimento regional em relação à data de 2022 é esperado no Ceará, com uma taxa de 7,7%. Confira o levantamento completo Foto: freepik

Pesquisa inédita aponta que quase 90% do varejo tem vendas parceladas sem juros no cartão

Quase 90% do varejo brasileiro tem suas vendas parceladas sem juros no cartão de crédito. O percentual foi apurado por uma pesquisa inédita realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) junto a 6 mil empresas de todos os segmentos e portes do varejo nas 26 capitais e no Distrito Federal. Mais de 1 milhão de estabelecimentos do varejo, o que representa 47,1% do setor, tem até metade das vendas faturadas dessa forma, volume correspondente a quase R$ 1,5 trilhão. Para 29,3% dos varejistas, as vendas no parcelado sem juros representam entre 50% e 80% do faturamento, o que chega a R$ 929 bilhões por ano. E para outros 13,2%, a fatia de vendas parceladas é superior a 80%, o que representa R$ 418 bilhões anuais. Aproximadamente 10% não souberam responder. “A pesquisa mostra a relevância do parcelamento nas vendas do comércio e a consolidação do cartão de crédito como um condicionante do consumo nos últimos anos”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Nesse sentido, Tadros aponta a importância de se discutir a limitação dos juros no crédito rotativo. “Para a CNC, é necessário encontrar uma solução para racionalizar as taxas de juros exorbitantes, que chegam a impressionantes 440% ao ano, seguindo o modelo implementado no cheque especial no início de 2020”, reforça o presidente da Confederação. Consenso necessário A CNC entregou ao Ministério da Fazenda na quinta-feira, 28 de setembro, o estudo que embasa o posicionamento da entidade para que seja mantido o parcelamento sem juros, sem intervenção nas condições de mercado, além da racionalização da taxa de juros do rotativo do cartão de crédito. O PL 2.685/22, do programa Desenrola, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e estabelece limite de 100% para os juros em relação ao valor da dívida total do cartão de crédito, garantindo que o montante total da dívida não exceda o dobro do valor original. Essas são medidas importantes para equacionar o problema do endividamento e da inadimplência. Segundo a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela CNC, a proporção de famílias que não têm condições de pagar suas dívidas atingiu 12,7%, um recorde da série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 2010. “A busca por um consenso entre consumidores, bancos, varejistas e órgãos reguladores continua sendo o caminho mais promissor para garantir condições de consumo favoráveis e fomentar o crescimento econômico”, pontua a economista da CNC responsável pelo estudo, Izis Ferreira. Essa modalidade de pagamento tem papel importante não somente nas vendas, mas na inclusão das pessoas de renda média e baixa no mercado de consumo, explica a economista. “Na hipótese do fim do parcelamento sem juros, diversos produtos e serviços simplesmente deixarão de ser consumidos pela maior parte da população, que depende de prazo para as compras”, pondera Izis Ferreira. Confira o levantamento completo Foto: Freepik

Após leve recuperação, confiança do comércio volta a cair em setembro

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) marcou 113,1 pontos em setembro, registrando uma queda de mensal 0,7%, descontados os efeitos sazonais. A retração do otimismo no comércio, após breve recuperação em agosto – quando o índice aumentou em 0,3% –, volta para a trajetória de queda apontada até julho. A pesquisa é realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “Apesar da chegada de datas importantes para o comércio, como Dia das Crianças, Black Friday e Natal, o cenário no varejo ainda é de cautela, por conta da alavancagem e até da situação de inadimplência enfrentada por uma parte das empresas, limitando investimentos”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Ainda assim, ele lembra que a CNC prevê ligeira alta nas vendas do setor, de 2%, em 2023. Baixas expectativas Segundo o estudo, oito em cada dez comerciantes estimam que as vendas aumentarão nos próximos seis meses, mas apenas quatro sentem melhora nas vendas atualmente. Apesar das expectativas para o próximo semestre se manterem na zona otimista, com 145,2 pontos, o indicador se destaca com a maior queda no mês, de 1%. (-1,0%). Além disso, a visão do comerciante sobre as condições atuais teve leve queda, de 0,1%, por conta da piora da percepção sobre o desempenho da própria empresa, que reduziu -1,8% em relação a agosto. “As operações dos negócios, de forma geral, ainda sofrem para impulsionar as vendas, principalmente nos segmentos mais dependentes das vendas a prazo. A alta alavancagem das empresas é outro ponto de atenção”, aponta a economista da CNC responsável pelo Icec, Izis Ferreira. Empresas mais inadimplentes Apesar da queda recente dos juros, a inadimplência empresarial segue crescente. De acordo com dados do Banco Central, a inadimplência das pessoas jurídicas vem crescendo de forma acelerada desde a segunda metade de 2022. Entre as empresas que obtiveram concessão de crédito, 3,3% estão inadimplentes há mais de três meses, o maior percentual desde agosto de 2018. O mesmo quadro predomina entre os consumidores. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (Peic), também apurada mensalmente pela CNC, revela que houve uma redução do volume de endividados, porém a proporção de consumidores com dívidas atrasadas aumentou. https://www.portaldocomercio.org.br/publicacoes/pesquisa-de-endividamento-e-inadimplencia-do-consumidor-peic-agosto-de-2023/495621 Queda livre da confiança no ano Os números contribuem para a redução acentuada da confiança do comércio no ano, que caiu 9,9%. “Desde janeiro, percebemos uma diminuição do otimismo do varejo na base de comparação anual, que se intensificou ainda no segundo trimestre. Essa dinâmica reflete a crise de crédito no setor”, comenta Ferreira. Nas vésperas das datas mais relevantes no calendário do comércio, os varejistas também apontam retração mais intensa das intenções de investimentos na empresa, que reduziram 12,1%, e na contratação de funcionários, que diminuiu 10,0%. Otimismo reduz em todos os segmentos do varejo O termômetro do otimismo piorou em setembro nos três grupos de lojas do varejo pesquisados: bens duráveis, não duráveis e semiduráveis. A confiança do varejista de duráveis apresentou a queda mais expressiva, de 2,9%, seguida dos não duráveis, com redução de 2,3% e semiduráveis, diminuição de 1,3%. Já na comparação anual, a maior redução do indicador ocorreu entre os varejistas de roupas, calçados e acessórios, com 10,7% a menos que no mesmo mês de 2022. Liquidações Com os ajustes necessários nas prateleiras promovidos pelos varejistas, diante das vendas sem crescimento acentuado, o desempenho do indicador de estoques foi o único que melhorou no ano, com alta de 3,5%. Mais da metade dos comerciantes (61,3%) afirma que o estoque está em nível adequado, o maior percentual desde o final do ano passado. Nesse sentido, o setor de varejo de roupas, calçados e acessórios se destaca com o volume mais alto. O nível de adequação dos estoques é menor no grupo de semiduráveis (roupas, calçados, tecidos, acessórios). Para 57,8% desses comerciantes, os estoques estão adequados, proporção mais baixa do que há um ano, quando era de 61,3%. “Com maior dificuldade de ampliar vendas, esses negócios precisaram recorrer com mais frequência a liquidações, ofertas, e outras estratégias de venda”, destaca Ferreira. Acesse a análise completa e a série histórica do Icec

BC aumenta projeção de crescimento do PIB de 2% para 2,9%

O Banco Central (BC) elevou a projeção para o crescimento da economia este ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) passou de 2% para 2,9%, em razão, sobretudo, da “surpresa com o crescimento no segundo trimestre”. A projeção consta do Relatório de Inflação, publicação trimestral do BC, divulgado nesta quinta-feira (28). Além disso, e em menor medida, o BC faz previsões “ligeiramente mais favoráveis” para a evolução da indústria, de serviços e do consumo das famílias no segundo semestre de 2023. No segundo trimestre do ano a economia brasileira, superando as projeções, cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%. O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No semestre, a alta acumulada é de 3,7%. “A atividade econômica surpreendeu novamente no segundo trimestre”, destacou o BC no relatório, ponderando que o forte crescimento no primeiro semestre do ano se deve, em parte, a fatores transitórios. “Permanece a perspectiva de que a atividade cresça em ritmo menor nos próximos trimestres e ao longo de 2024”, avalia. No primeiro trimestre deste ano, o setor agropecuário puxou o crescimento do PIB de 1,9%, devido ao ótimo resultado das safras recordes de soja e milho. No segundo trimestre, os desempenhos da indústria e dos serviços explicaram também a alta do crescimento da economia. “Os impactos diretos e indiretos da forte alta da agropecuária no primeiro semestre de 2023 devem se dissipar no restante do ano e, para 2024, não se projeta alta tão expressiva do setor”, avalia o BC. Outro impulso transitório no primeiro semestre, e que não deve se repetir na mesma magnitude, segundo o relatório, foi a expansão dos benefícios previdenciários – influenciados por alta do salário mínimo e por mudanças de calendário que anteciparam pagamentos para o primeiro semestre – e de assistência social sobre a renda das famílias. A política monetária se situa “em terreno contracionista e há a expectativa de que se mantenha assim no horizonte de previsão, ainda que esteja sendo gradualmente flexibilizada”. “Por fim, o cenário externo mostra-se mais incerto, com perspectiva de desaceleração da atividade econômica nos países avançados, em ambiente de pressões inflacionárias persistentes, e de menor crescimento para a economia chinesa”, explicou o BC. Na política de juros, na semana passada o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu reduzir a taxa básica de juros, a Selic, de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. O comportamento dos preços fez o BC cortar os juros pela segunda vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Ainda assim, em ata divulgada na terça-feira (26), o Copom reforçou a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista, para que se consolide a convergência da inflação para a meta em 2024 e 2025 e a ancoragem das expectativas. As incertezas nos mercados e as expectativas de inflação acima da meta preocupam o BC e são fatores que impactam a decisão sobre a taxa básica de juros. A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação, porque a taxa causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, evitando a demanda aquecida. Os efeitos do aperto monetário, entretanto, são sentidos no encarecimento do crédito e na desaceleração da economia. Já para incentivar a produção e o consumo, diante de preços controlados, o Copom diminui a Selic. Setores Em 2022, a economia brasileira cresceu 2,9%, após alta de 5% em 2021 e recuo de 3,3% em 2020. O setor de serviços foi o que mais contribuiu para o crescimento do PIB no ano passado. Segundo o BC, os segmentos do setor foram severamente afetados pela pandemia da covid-19, inicialmente, mas desde então apresentam trajetórias de crescimento. Para este ano, sob a ótica da oferta, a alta na projeção de crescimento do PIB reflete elevação nas projeções para os três setores: agropecuária, indústria e serviços. A estimativa para o crescimento da agropecuária passou de 10% para 13%, refletindo melhora nos prognósticos do IBGE para a produção agrícola, principalmente de soja, de milho e de cana-de-açúcar, e crescimento do abate de animais no primeiro semestre maior do que o antecipado. “Apesar da contribuição bastante positiva da agropecuária para o resultado do PIB no ano, o setor deve contribuir negativamente para as variações trimestrais do PIB ao longo do segundo semestre, sobretudo no terceiro trimestre, visto que a maior parte da colheita dos produtos com os maiores crescimentos anuais ocorreu na primeira metade do ano”, explicou o BC. Para a indústria, a previsão foi alterada de 0,7% para 2%, com melhora nos prognósticos para a construção; para a “produção e distribuição de eletricidade, gás e água”; e, especialmente, para a indústria extrativa. Nesse último componente, houve elevado crescimento da produção de minério de ferro e de petróleo na primeira metade do ano. “Tal expansão se deu em ritmo superior ao compatível com os guidances [orientações] de produção dos principais produtores dessas commodities disponíveis à época do relatório anterior [em junho]”, diz o documento. Ainda sobre a oferta, para o setor de serviços a projeção foi revista de 1,6% para 2,1%, com melhora nas previsões para todas as atividades, com exceção de comércio, bastante influenciado pelo desempenho da indústria de transformação, que segue com previsão de recuo em 2023. “A alta da projeção reflete surpresas positivas no segundo trimestre bastante disseminadas, bem como a ligeira melhora nos prognósticos para as variações trimestrais das atividades do setor terciário no segundo semestre”, explicou a autoridade monetária. Com relação aos componentes domésticos da demanda, houve alta nas projeções para o consumo das famílias de 1,6% para 2,8% e para o consumo do governo, de 1% para 1,8%. Para a formação bruta de capital fixo (investimentos) das empresas o recuo previsto passou de